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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Rachaduras do tempo!

O ano está quase acabando, é uma sensação meio ridícula de que vai haver um corte no tempo e que então, a partir daí, tudo pode ser diferente, toma conta! Não vai. A vida segue lentamente ou loucamente depende o ritmo que você impõe.
Se não mudo, minha vida não muda. E mesmo que eu mude, dependo muito da mudança de quem e do que está ao meu redor para que essas mudanças sejam possíveis e bem sucedidas. Então, ano novo, nada mais é do que o ano de sempre, vestido pra festa.
De qualquer forma, gosto dessa brecha no tempo, gosto da ilusão de que o que foi ruim pode ser diferente! Sempre me sinto meio estranha porque gosto, mas não compartilho dessa felicidade louca que parece contagiar as pessoas! Posso passar horas observando pessoas vestidas de branco com garrafas nas mãos, andando felizes pra lá e pra cá sem um destino certo. Admiro essa capacidade de se entregar a vida dessa forma.
Fazendo de conta que acredito que o tempo é como as folhas do calendário, e que posso virar a página e... Uma nova chance, uma nova vida... afirmo que fazendo um balanço do que “sobrevivi” durante esse, o ano velho, apesar de difícil aprendi com minhas dores e o “final” é feliz! Talvez, ao encontrar o próximo, o ano novo, já mais madura tenha melhores resultados e ele seja menos doloroso.
Enfim, não importa o nome que o tempo tenha, hora, semana, ano, novo ou velho, importa o sentido que damos a ele, a importância real e a chance de sempre aprender e tentar ser melhor!
Bem vindo “ano de 2012” de ti quero a vida em toda a plenitude e do tempo sabedoria para usufruir tudo da melhor forma!

sábado, 24 de dezembro de 2011

O dom!

Amo o natal! Tenho uma lista de lembranças natalinas, todas felizes, sempre ligadas à família e a religiosidade. Não faz muito tempo que passamos a fazer ceia de natal, minha mãe, agora aposentada era enfermeira e fazia plantão na véspera de natal. Natal era pra mim dia de por um vestido novo, de tecido barato na maioria das vezes feito em casa, ir à igreja rezar fazer apresentações, ver minhas tias e primos... Muitas tias e muitos primos!
Presentes eram poucos, comida normal de todo dia, mas tinha na casa da minha avó um pinheiro, com bolas de vidro coloridas que eram minha paixão, não havia luzes na árvore, mas as bolas eram delicadas, fininhas, brilhantes, e o pinheiro natural exalava no ar um cheiro de resina. Além disso, os hinos de natal eram lindos!
Hoje o natal tem um significado ainda maior pra mim, além de comemorar o nascimento de Jesus, a família, comemoro a vida! É indescritível ter como presente a vida de alguém que amamos, comemoro o sorriso que está de volta nos olhos da minha filha, enfim, comemoro todo o amor que tenho certeza Deus me dedica.
Obrigada senhor, por ter atendido as minhas súplicas, obrigada pela família e amigos que tenho. Obrigada pelo dom da vida! Feliz aniversário Jesus!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Isso que é isso!

Ano difícil, longo, interminável... Mas, penso que mesmo assim, devo agradecer. Devo, e vou. Agradecerei, não com um simples obrigado, mas tentarei fazer um bem ao planeta, ao próximo, ao universo, um gesto pequeno tão simples como uma palavra, mas que traga um sorriso. Um sorriso faz bem, sempre!
Pensando bem no que escrevi no parágrafo anterior, palavras não são simples. Podem ser complexas, pesadas, ferinas. Ontem ouvi uma frase que me feriu, mais que um gesto com certeza. “Gosto de você como pessoa! Como profissional, não! Como profissional não gosto.” Pra mim isso se traduz em uma simples palavra eu gosto de você, mas te considero incompetente. Doeu.
Já não dói, pensei sobre a frase e decidi colocar na gaveta de desculpável, mas não perdoável. Quanto a ser incompetente? Talvez, eu penso que não! Dedico-me muito, mesmo, em tudo o que faço, tem minha alma ali. Pode ser que não tenha sido competente... Mas estou tranquila porque fiz o meu melhor!
Sou muito exigente e crítica comigo mesmo, não costumo perdoar minhas falhas. Porém esse ano foi atípico, tive problemas sérios de saúde, passei e ainda estou passando por eles, tentando não atrapalhar a vida de ninguém, sem ser o tipo “tem piedade de mim”. Também não tem sido fácil superar as consequências do acidente de uma pessoa amada. É difícil pra mim como mãe, ver minha filha agarrada em fios de amor e esperança de que tudo volte ao normal, também me agarro a esses fios. Dói ver uma pessoa feliz, amante da vida, quase hiperativo, tornar-se um prisioneiro dentro de sua própria cabeça, dependendo do tempo! Jovens tem pressa! Tudo isso tem sido uma lição, de superação, de fé, de força. Sou forte! Tenho uma linda, enorme e amada família!
Enfim, me perdoei por todas as falhas que possa ter cometido. De bom? Emagreci 10quilos, voltei ao manequim 38 e a letra P está de volta à minha gaveta. Durante os tempos mais difíceis encontrei pessoas especiais e reencontrei minha fé! Apesar de toda dor, continuo a ter o dom de ser feliz!Sempre há janelas para por os sapatos e sair por ai com o espirito leve! Isso que é isso.

domingo, 11 de dezembro de 2011

O POETA COMEÇA O DIA

Pela janela atiro meus sapatos, meu ouro,
minha alma ao meio da rua.
Como Harum-al-Raschid, eu saio incognito, feliz
de desperdício...
Me espera o ônibus o horário a morte - que importa?
Eu sei me teleportar: estou agora
Em um Mercado Estelar... e olha!
Acabo de trocar
- em meio aos ruídos da rua-
alheio aos risos da rua -
todas a jubas do Sol
por uma trança da Lua!

(Mario Quintana)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Vizinhas!



Tenho vizinhas chatíssimas, barulhentas, fofoqueiras, inconvenientes, galinhas! Galinhas mesmo do tipo com asas e penas. Varias: vermelhas, branca, carijós, cinzentas, pretas, todas chatas!
Definitivamente, não gosto de galinhas! Quer dizer, gosto sim, assadas, fritas, ensopadas, desfiadas no fricassê. Mortas! Isso mesmo, gosto delas, mortas. Sei que não fica bem pra uma bióloga. Fazer o que? Não gosto e pronto. Não gosto da forma como me olham, tenho certeza de que se fossem maiores me comeriam viva. Tem um olhar predador, sempre procurando comida.
Mas o que mais detesto, é o canto delas, ui! Cacarejam desde o amanhecer até o final do dia, um escândalo só. E tem as chocas com aquela prole piando em volta. E muito mais é quando passam pelo cercado e fazem cocô. Tem um espaço enorme, mas, elas escolhem a calçada. Pra me irritar, tenho certeza. Uma vingança, porque no fundo acham que eu deveria servir de alimento pra elas. Elas têm a petulância de cortar as flores do canteiro, não comem, cortam e deixam lá, pra eu ver que as flores eram lindas e elas arrancaram.
Agora, lendo o que escrevi me deu uma pena, pena de dó! Acho que não as odeio tanto... É que me acordaram cedo... e de verdade, elas cantam horrivelmente! Nunca me acordem cedo, não sem um bom motivo, e jamais com música ruim! Desperta um ser horrível que mora dentro de mim!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Sintomas de Felicidade!

É isso
Ando sentindo sintomas de felicidade...
A dor intensa que sentia que amarrava minha alma, o medo de perder alguém tão amado, de ver quem amo sofrer, se foi. No lugar só uma leve preocupação, aquelas, de mãe que estão sempre ali.
As muitas pílulas que tive que tomar todos os dias, acabando e a dor de cabeça também. Sinto-me bem! Voltei a dormir e a comer normalmente. Já vou para o trabalho por vontade e não por pressão psicológica feita por mim mesmo para mim mesmo todas as manhãs.
A chegada do calor, do maior tempo de luz, as flores do meu jardim me trazem sorrisos secretos, todos os dias. E hoje acordei com as cigarras de natal! Uma gritaria só! Eu gosto. Está ligado a memória de momentos felizes de bons natais.
Por falar em natal, esse tem sido o meu pensamento uníssono ultimamente. Natal, natal, natal... Preparo uma parada de natal, junto com dois amigos. Trabalho árduo, sem remuneração! Mas, tenho me divertido, tem sido motivo para muitas risadas. Criar e ver minha imaginação virando realidade me faz feliz. Confesso que tenho um pouco de medo, de mim, de tudo o que sai de dentro da minha cabeça. Fico me perguntando se é normal!
Também decorei a casa, ficou aconchegante um lugar bom pra ficar. Ultimamente tem ficado um pouco vazia, meus filhotes saíram do ninho, estão voando por ai. Voltei a namorar, descobri que além de mãe sou mulher, e agora com tempo de sobra para romances.
Enfim, um cotidiano! Dias mornos e iguais, sem sobressaltos... As pessoas que amo por perto, ao meu alcance. Gosto disso. De por meus sapatos na janela e vê-los viajar, ter tempo pra imaginar com o coração levinho e a alma finalmente livre, flutuante!
Por quanto tempo a felicidade impera? Nem quero saber, momentos assim são raros, vou é aproveitar! Vou curtir meus sintomas, pra isso, que bom, não há pílulas!

domingo, 27 de novembro de 2011

Um pouco de cada!

Da boca pra fora...


Ou você me ama ou você me ama...



Nós gatas mimamos os bichanos...



Meu lado professora...



Meus amores...



Amores e flores...



Quem mais importa...

sábado, 26 de novembro de 2011

Planos

No meio de uma conversa ouvi uma resposta em uma conversa corriqueira... “Não sei, aprendi a nunca mais fazer planos”... Ficou ali na minha cabeça ecoando. Talvez porque me pareça triste. O fato de não haver planos, principalmente na vida de uma pessoa do tipo que vive de metas, que desde criança planejou sempre tudo. É como ouvir, desisti de sonhar a vida, vindo de alguém que sobrevive de aventuras.
Senti uma tristeza tão grande, as palavras ficaram por ali, pesadas difícil carregar! Conviver com a minha tristeza é difícil, mas o tempo todo eu sei que é um sentimento meu, me pertence e como tal tenho certo poder sobre ele. Quando essa tristeza que pesa em mim é de outro, fico perdida, não sei onde guardar!
Fiquei por horas, assim, ecoando a mesma frase, revivendo a mesma sensação e, não encontrei uma saída. Essa é uma tristeza que não se cura com macacos de pelúcia, com belos sapatos, com uma comida deliciosa, nem com ideias loucas como secar o cabelo no ferro elétrico. É uma tristeza que pertence ao tempo, novamente é ele o senhor do destino, quem tem o poder sobre os sentimentos.
Aprendi, por ai, pela vida que podemos sim dar um nó no tempo e, se não controlar, podemos sim contornar certas situações. Talvez com sorrisos, com abraços, dividir o peso da tristeza, talvez... Sempre podemos tentar, e tentar outra vez, quando se vê é outro tempo. E há espaço para os planos, para os sonhos, mesmo que muitos deles nunca se tornem realidade, dão sentido ao nosso viver!
Então, amanhã quando o sol vier no quintal... Vou dizer: Por favor, faça planos, sempre! Ouvi-los fazem parte dos meus planos. Preciso muito da leveza que trás a minha vida e se a sua está pesada, eu estou aqui, divida comigo! Eu sei, por que aprendi carregando muitos pesos, que tudo, absolutamente tudo muda com o tempo. Façamos ou não planos! Os planos são mascaras para nossos sentimentos ruins, nossas dúvidas e dificuldades e facilitam a travessia pelo tempo e todos os nós que precisamos dar.
E, eu sei, temos uma à outra e que nada, nem mesmo o tempo, pode com a nossa força e com o nosso dom de transformar a vida e ser feliz! Pra comemorar que tal planejarmos um encontro regado a sorvete o sabor pode ser “frutas do bosque”.

sábado, 19 de novembro de 2011

Pra que serve?

Um dia de céu tão azul e sol tão brilhante, do tipo que dói! Um vento de primavera pela janela, uma música qualquer no som do carro, e paisagens passando, passando... Penso na vida. Na minha e de tantas outras pessoas que de alguma forma tem sua vida trançada à minha.
Algumas ordens se inverteram, meus sábados agora não são de espera pelo carro vermelho que chega ao portão com pessoas amadas. Eles nem mesmo viram as flores que plantei no canteiro de entrada para recebê-los. Não houve tempo. Agora eu vou até eles. Arranco minhas raízes, luto contra a vontade de ficar, e saio da casa amarela, da ilha verde. A caminho de uma cidade confusa em um prédio no alto do morro. Que, apesar do lugar, tem sim, uma bela vista!
São alguns quilômetros de pensamentos, devaneios... Penso no quanto a vida é importante e o quanto não a percebemos. No quanto somos frágeis e, ainda bem, não nos damos conta. Anoto tudo isso em algum lugar especial daminha memória, tudo o que preciso realmente observar, experimentar, viver! Tudo que tenha real importância.
É provável que não me torne o ser humano tão melhor quanto planejo, certo que não esquecerei todas as futilidades e inutilidades sobre as quais minha vida gira. Mas por alguns segundos refleti... Quem sabe? Um dia, talvez... O real é que a percepção dos sentimentos vividos, a importância do amor, de todas as formas de amor, para resgatar uma vida foi uma lição aprendida. Nem precisa anotar, porque foi sentida. Sensações são difíceis de esquecer.
Coincidência ou não, essa parte da minha vida, essa pequena história, começou em uma noite escura, fria e nublada. Teve muitos dias cinzentos, onde eu olhava da sacada daquele prédio no alto do morro, rolos de nuvens cinza e um vento frio balançava de forma triste o pouco verde dali. E hoje, últimas cenas, quase final da história, olho da mesma sacada um céu tão azul quanto o azul dos olhos que por muito tempo permaneceram fechados. O vento é morno e suave como o amor refletido nos olhos castanhos que se espelham no azul.
O amor serve pra que? Para tornar possível a vida. E felicidade serve pra que? Para celebrar o viver!

sábado, 12 de novembro de 2011

Conversa de Cão!





Gosto de cães, principalmente dos Jaguaras, é como ter um cão exclusivo! Nenhum Jaguara é igual ao outro. Tenho três, um cão chamado Roliço, o Tiago Lacerda dos cães, bonito com pinta de galã! E duas cadelas, Raela, porque ela parecia um rato no meio da ninhada, ninguém quis, foi ficando... E por fim, Urso Negro da Floresta, a qual chamamos de neguinha. O nome influencia na personalidade do cão. Eu acredito!
Urso Negro tem um mau humor digno de um urso é feroz como um deles. Mas ela fala! Conversa de cão é claro! Só fala com aquele que escolheu como dono, aliás, só obedece a ele. Gostaria de entender o que ela fala. Não deve ser um falatório qualquer, porque ela não é dessas. Devem ser sabedorias caninas. Posso sentir a crítica nos seus grunhidos, poderia quase jurar que ela está fazendo comparação com a honestidade, fidelidade e amizade dos seres humanos e os cães.
Não sou do tipo que trata os cães como pessoas, gosto deles como cães! Eles vivem a maior parte do tempo soltos e sujos, não usam roupas nem perfume, e me parecem bastante felizes e gratos pela liberdade, pela comida, carinho e por terem seus rabos para demonstrar sua satisfação. As pessoas tem o hábito horrível de cortar o rabo de seus cães!
Em troca da amizade temos uma parceria, dou-lhes comida, água, abrigo e cuidados e eles não permitem que ninguém entre no meu pátio. As pessoas precisam avisar que vem me visitar, isso é bastante cômodo! Urso Negro é um perigo, porque costuma morder sem avisar. Minha ilha não é cercada de água, é cercada de árvores. E, nela mora o urso negro da floresta, a cadela mais temperamental do mundo canino!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fragile



Porque também sou frágil
Às vezes quero um colo
Um dengo
Minha mente está sempre assim,
Em estado de expansão!
Não volta mais... Nunca mais.
Voa sem destino, sem limites, livre!
E, quando cansada,
Quer repousar
Ali... Ouvindo teu coração
Tum...Tum... Tum
Na melodia de amar
Simples, pra mim...
Eu sol,
você girassol.

domingo, 6 de novembro de 2011

Ten list




De vez em quando, confesso que esses “de vez em quando” são frequentes, penso sobre a morte. Até natural para quem tem como profissão ensinar a vida. Na verdade não penso na morte como uma consequência natural, biológica, penso na morte das pessoas que amo e na minha morte.
Pensei em como eu gostaria que fosse a minha despedida neste mundo, até comentei, não gostaria de flores de plásticos, nem de aglomeração de pessoas, nem de pessoas curiosas, nem de muitas velas (me irritam a garganta),Aquelas lâmpadas que imitam velas acho horrorosas, nem de livros de assinatura (tem coisa mais mórbida?), não quero que me cubram de flores( tenho penas de enterra-las vivas!). Gostaria que nesse dia estivessem presentes somente as pessoas de quem gosto e que realmente gostam de mim, queria que minha despedida estivesse livre de toda falsidade e hipocrisia que impera nas relações sociais.
Quero presentes nesse dia, pessoas capazes de comentários espirituosos, choros discretos e elegantes (alguém precisa chorar! Faço questão), detestaria pessoas que gritam... “Por quê? Por quê?”... E aquelas que falam, “Parece que está sofrendo”... Ou o marido dela nem chorou! Rezas repetitivas e decoradas, ui! Nem pensar! Música, adequada a um funeral é claro!
Ontem assisti a um filme onde o personagem principal, contratou a funerária para organizar seu funeral, até ai tudo normal, só que ele fazia questão de estar presente e ouvir cada história que cada um dos “convidados” tinha a contar sobre ele. Na verdade, ele queria ser perdoado ou mesmo, se perdoar por um acidente que acreditava ser o culpado. O filme oportuniza a uma reflexão sobre a intensidade da vida e a naturalidade do seu fim.
Fez-me lembrar de minhas reflexões sobre a morte e até a me identificar com alguns desejos do personagem. Fiquei pensando que está na hora de fazer a lista de convidados, quem eu realmente quero que venha jogar aquele punhadinho de terra que simboliza um adeus. Mas de verdade? A pessoa que eu não gostaria mesmo que estivesse presente sou eu mesma, tenho a intenção de refletir muito tempo sobre esse assunto.

sábado, 5 de novembro de 2011

Por ai desabotoada!

Aqui com meus botões...
Que são muitos, diversos, coloridos, ímpares... Pensando, pensando, pode-se dizer que é uma espécie de ócio criativo. Tantas ideias passaram, chega a ser enlouquecedor. Ficar só não tem me feito bem! Definitivamente estou entediada!
Pensando um pouco mais, devo estar melhor, irritação em mim é sinal de saúde! Ficar irritada dispende energia, muita! Ultimamente não tenho muita. Então, tédio é um bom sinal? Irritação demonstração de saúde? E essas perguntas todas, sinal de loucura!
São, botões misturados...
Escrevi dois poemas, fiz dois moldes de pássaros e um de cogumelos, figurinos de natal, escutei vários inícios de músicas, li e não sei o que li, joguei a almofada na TV e pensei várias vezes em comer... Só pensei porque não estou tão bem assim, comer ainda requer esforço!
Os botões organizam-se e reorganizam-se por formas e cores... Tudo uma bagunça! Quero férias dos meus botões, será que dá? Deixa-los em algum lugar e pegar depois?

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Acreditar

Uma vela
E outra
Esperança ali acesa
Luz e calor
Pro coração e pra alma.
Uma oração
E outra
Acalenta a dor
Força e fé
O corpo e a mente acalma


.

domingo, 30 de outubro de 2011

Moradas!

Em casa...
Precisei voltar, pra descansar, cuidar de mim um pouco... Minha vida precisa de organização ficou um tantinho de lado.
Voltei mas meu coração ficou lá, com um menino de cabelos dourados e uma menina altiva de olhos preocupados, que fica fingindo que é forte! O amor dela é tão bonito de ver! É gratificante poder observar um amor assim, altruísta, me faz acreditar que o mundo é bom.
Aos poucos tudo vem melhorando. As boas notícias vêm em pequenas gotas, todos os dias. Cada uma é como uma pílula mágica, levando a dor, colando a alma, devagarinho... Sutilmente! A vida se renova, devagar e imperceptível!
Preciso ficar um tempo aqui, mesmo que meu pensamento não fique. Algumas horinhas de descuido e... Pronto, alguns sentimentos oportunistas querem voltar, amarrar minha alma e minar minhas forças. Preciso cuidar do lado prático, eu detesto, mas é necessário!
Aprendi, nesses últimos dias que meu coração mora em muitas outras pessoas e que minha felicidade flutua com a felicidade de cada morada do meu coração! Percebi que posso esquecer-me de mim por muito tempo e que sou capaz de sobreviver durante esse esquecimento.
Agora, lembrei-me de mim e percebi que estou frágil! Preciso de cuidados urgentes! Apesar de tão boas notícias, não sou só alma e coração a parte física reclama cuidados. Então, vamos lá, cuidar da parte que leva meu coração e minha alma pra passear por ai. Recuperação rápida com certeza, afinal, estou na minha ilha, na minha casa amarela.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Pra sempre menino.


Meu menino
Eu tenho um menino, agora já um homem, pra mim... pra sempre menino meu!
Tem rosto de anjo, olhos de anjo coração de anjo e um temperamento incompreensível de um duende ou qualquer ser imaginário!
Eu Ganhei de presente esse menino, quando eu também era ainda menina. Foi meu ultimo boneco, eu banhei, vesti roupinhas combinando, troquei fraldas e amamentei, como se fosse à última brincadeira, a despedida da minha infância.
Não sei se fui uma boa mãe! Desconfio que não, crianças não são bons pais... Mas eu amei e é um amor maduro, amor de mãe! Amo sempre, todos os dias... Em exercício diário! Todo esse amor é recompensado, ele é um grande ser humano!
Eu não entendo muito a sua forma de ver o mundo, mas sei que ele o vê de uma forma justa e boa! Sou muito feliz de ter sido uma mãe menina e de numa brincadeira ter formado uma pessoa do bem!

A felicidade é Azul!

O azul dos olhos se faz ver...
E o som da rizada que amo se faz ouvir
Soa pra mim como uma suave arpa
Meu coração vai sendo colado
Pouco a pouco
E assim, quase feliz,
Minha vida, até então suspensa...
Volta de levinho, suavemente.
Já posso perceber a primavera!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tudo no lugar!

É difícil escrever aqui...
Falta a minha janela,
O verde da minha ilha,
O barulhinho da água nas pedras.
A rotina cuidadosamente desorganizada,
Os rostos amados,
Os sorrisos agora guardados,
O sossego que me fora roubado.
Falta...
Mas, mesmo aqui, longe...
Sobra...
Amor, esperança e fé!
Logo, tudo estará bem,
Sentarei pra olhar a janela
Ver o casal sorridente que chega
E, meu coração, já cheio de amor encontra um novo sossego!

sábado, 22 de outubro de 2011

Rabos Presos.



O dia está lindo! Solarengo e morninho do jeitinho que gosto. Fico horas incansáveis olhando pela janela toda a exuberância que se exibe pra mim em todos os tons!
Fiquei assim lembrando, lembrando... Lembrei–me de um dia estar a janela admirando os movimentos de uma gata que caçava borboletas por entre as plantas. Os movimentos de um felino são invejáveis, leves e sensuais.
Comentei... "Pena termos perdido a cauda durante a evolução parece tão elegante ter uma... Olha os movimentos lindos que a gata faz com a cauda!" A resposta que ouvi foi: “Seria só mais uma coisa para as mulheres reclamarem, minha cauda é pequena, minha cauda é longa demais, preciso ir ao salão fazer listras na cauda...”. Isso me rendeu muitas risadas, e essa semana entre um tempo de preocupação, um tempo de tristeza e outro de boas novidades, comentei sobre isso!
Muitas teorias surgiram, as pessoas fariam musculação na cauda, as cadeiras teriam que ter outro designer, uma cauda seria prático para se escorar e beber uma cerveja, seria um problema em lugares lotados... E todo o tipo de maluquices!
Mas, defendendo minha ideia, penso que, se tivéssemos uma cauda... Teríamos que cuidar para que ninguém pisasse ou sentasse nela, ficaríamos muito mais ocupados e levaríamos o ditado popular a sério: “cada um cuida do rabo que tem”.
Teorias com essa podem ser encaradas como simples devaneios de uma mente “levemente” insana, mas são importantes em horas tão sérias e tristes onde a leveza se faz necessária para mantermos a lucidez.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Aperto!

Mais um dia, cinza... Cinza na cor, cinza nas sensações e cinzas de um vulcão de tão lá! Todo esse cinza me pesa os ombros. A tristeza quando nossa, sem motivo, é poética inspiradora e de certa forma nos faz companhia. Mas quando reflexo em olhos amados é só dor!
O reflexo de dor nos olhos de um filho visto por uma mãe é dilacerante, corta, retalha, aperta... É isso que sinto agora, um grande aperto! Como se meu amor de mãe tivesse tão grande que ocupasse todo o espaço. Como se minha vida estivesse suspensa!
E qual o remédio? O tempo, novamente o senhor tempo. Pacientemente esperar, uma noticia boa! Ver os olhos amados novamente iluminados, pela alegria, sossego e confiança. Ver essa luz escorrer dos olhos e iluminar um sorriso.
Minha felicidade é atrelada a outras felicidades! Por enquanto ela fica ali, apertada suspensa, a espera! No momento certo ocupará seu lugar!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O amor e a vida

Estou aqui... Fora da minha ilha do meu mundo particular, exercitando o meu amor. Não tem sido fácil, mas gratificante. É bom ser surpreendido por ações positivas dos seres humanos. Muito bom mesmo ver a capacidade de dedicar-se a um amigo.
Exercito a minha capacidade de acreditar, acreditar no milagre do amor, na força da vida quando ela se agarra de tal forma que supera o que acreditamos insuperável! E, também, reencontro minha espiritualidade e me reconcilio com ela. Atitude necessária para colar meu coração que se quebra e se refaz ao ver as lágrimas da minha filha.
Encho-me de orgulho da minha filhinha, meu bebe, que tem sido uma mulher de fibra! Tem me surpreendido e me faz perceber que soube ser mãe! Que consegui formar um lindo ser humano, capaz de amar tanto se doar e lutar com toda força pelo seu amor. Orgulho-me da escolha que ela fez, já que, seu amor também é um lutador e está lá, agarrado a vida, nos surpreendendo todos os dias.
O nosso tempo agora é contado de uma forma diferente, gira em torno de horários de visitas, nossos diálogos são permeados de termos médicos e nos sentimos solidários a um ao outro. Nossos vizinhos, agora, são outros, vizinho de maca! A vida em uma UTI é como um cristal muito fino, valioso e delicado. Os vizinhos quando se mudam nos fazem felizes, quando permanecem nos preocupam e quando somem nos trazem tristeza!
Uma piscadela, um breve movimento, o ato de respirar, que era tão corriqueiro agora é valoroso e comentado repetidas vezes, como grandes vitórias. Momentos assim, nos propiciam uma reflexão e uma revisão dos nossos valores. Mesmo sendo tão dolorido o amor vale a pena. A minha volta tenho tantas pessoas que antes não faziam parte do meu cotidiano, mas que agora tem algo comum e muito forte comigo, o amor e a certeza de que tudo vai acabar bem!
Estou aqui exercitando e assistindo o exercício de toda a força do amor!

sábado, 15 de outubro de 2011

A força da Amizade!

O tempo é realmente algo relativo em um minuto você está tranquilo, feliz na sua vidinha pequena e confortável e no outro o tempo muda, sua vida muda, seus sentimentos mudam. É com se viesse te sacudir pra que você veja a vida de outro ângulo.
A possibilidade de perder um ser amado é algo que muda completamente tudo, a noção toda que temos do universo e o grau de importância que costumamos dar a cada bem material, a cada pessoa ou mesmo aos sentimentos.
A amizade e a fé, em momentos assim, são como água! Vital! Para vida, para lavar, levar a nossa desesperança e trazer vida nova, renovar as forças e aliviar nossas dores. Ver o quanto a pessoa que amamos é amada, nos faz ser forte. E a fé faz acontecer o inesperado, superar o insuperável e acreditar sempre.
Como bióloga eu acredito na força da criação de Deus, acredito que todo o universo conspira quando acreditamos, acredito que os nossos pensamentos são ouvidos e que tudo aquilo que faz parte desse universo nesse momento vibra em conjunto para que o melhor aconteça.
Quando alguém tão especial, tão amado sofre essa vibração e tão maior que ultrapassa o nosso entendimento. Nesse momento todo meu pensamento, meu amor e minha fé estão contigo Eduardo, meu amigo, meu genro meu filho! Tenho toda certeza de que estará bem logo para poder ver o quanto é amado por todos!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tive uma idéia!

Feriado e chuva!
Quase não percebi... Tantas são as ideias a zanzar na minha cabeça!
Decidi, depois de tanto tempo, vender minhas ideias! E não é que deu certo!?! Já vendi algumas e algumas estão em negociação, agenda lotada até dezembro. “meu chapéu pensador” estará muito, muito, ocupado.
Começou com uma brincadeira, as pessoas sempre procuram... “preciso comprar um vestido, me dá uma ideia!”, “Vou dar uma festa, quero uma decoração show... Me dá uma ideia”, “Quero mudar a decoração da minha casa, me dá uma ideia!”... Dá-me uma ideia pra isso, pra aquilo, por isso e assim... Usam meu “chapéu pensador” de graça! Então, brinquei... Agora não dou mais ideias eu as vendo! E apareceram compradores!
Somos três. Vendedores de ideias, fazedores de loucura, fabricante de sonhos, imaginadores de plantão! E o melhor é que a gente se diverte... O incrível é: Já estamos com a agenda cheia! Nossa casa transformou-se em fábricas de cores, flores, fantasias.
Então, “chapéus pensadores” a postos, muitas ideias pra por em prática, prateleiras cheias delas... Vamos vendê-las! E depois, pô-las em prática e nos divertir. A exclamação, “...me dá uma ideia” mudou para uma interrogação: tenho ideias, quer compra-las?

domingo, 9 de outubro de 2011

A Valsa.

A FESTA!!!

Festa! De todas, a mais emocionante é sem dúvida a de casamento. Mesmo que hoje os casamentos não estejam tão em moda e não durem tanto tempo. Ainda assim, a entrada da noiva nos faz chorar! Ainda celebramos o amor e acreditamos que aquelas pessoas que vão se casar naquele momento serão felizes para sempre.
O casamento que fui neste final de semana foi pra mim o mais emocionante, depois do meu, é claro! Muitos os detalhes eram especiais pra mim... Foi o casamento do meu único irmão o qual amo com toda a minha capacidade de amar, Mel a noivinha! Linda, perfeita quase roubou a cena! Nesse dia, nesse lugar, estavam concentradas quase todas as pessoas que amo e para completar, ganhei uma irmã.
O tempo estava perfeito, a comida deliciosa, as pessoas felizes, Os noivos estavam lindos e felizes, meus pais muito elegantes e emocionados, meu tio Reverendo abençoando os noivos, tudo perfeito, simples e amoroso!
Meu irmão é uma pessoa especial e merece tudo de bom que a vida pode oferecer, acredito que será muito feliz e isso me faz feliz! É claro que chorei... Um pouquinho, engoli todo o choro que pude. Chorei por egoísmo de vê-lo indo embora, por ter que dividi-lo com outra família. Só por minutinhos, afinal sou humana e como tal tenho defeitos como, sentimentos egoístas! Mas, como disse, só por minutinhos!
Agora, recobrada a lucidez, reconheço que ele irá morar ali pertinho, que terei uma cunhada da qual gosto muito e que daqui a pouco terei sobrinhos. O que é melhor tenho mais uma casa para passear, mais convites pra jantares, almoços e café da tarde! Mais uma mulher na família para fazer compras, tomar sol na praia, trocar roupas, acessórios e receitas!
Então, o que tenho pra dizer disso tudo? Gustavo, eu amo você é o meu maior, melhor e favorito amigo! E, Michy, seja muito bem vinda a essa louca e amorosa família! Vocês são especiais e tenho certeza serão sempre muito amados por todos!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Dor!


Minha cabeça dói... Cinco dias de dor de cabeça! Meu aluno, o entregador de pizza intergalático, diz que é um coágulo! Dou risada e dói ainda mais! Já tomei tanto analgésico que pareço um cofre, só que ao invés de moedas tenho pílulas! Se me virar de cabeça pra baixo irão cair pílulas! E a minha cabeça irá doer muito mais! Já que, não posso movê-la.
Penso que tenho guardado muitas informações por ali... Preciso de um “HD externo”, zipar o que tem ali dentro, por tudo de inútil fora... Tem muita coisa inútil! É impressionante a capacidade que tenho de acumular informações inúteis! E mais impressionante é o dom que tenho de atrair pessoas problemáticas que me contam todo o tipo de inutilidades de suas vidas!
A primavera também é responsável por parte da minha dor de cabeça, sou alérgica a primavera. É controverso, porque amo essa estação, mas ela diminui e muito minha qualidade de vida. A ilha verde esta sonora, perfumada, verde, brilhante e florida... Linda de ver e ouvir! Em compensação, há pólen e esporos de fungos e líquens aos milhares. A brisa da primavera que é tão agradável me faz espirrar! Eu não floresço espirro e desenvolvo rinite, sinusite e outras ” ites”, nada românticas. Pensei, quando morrer, escreverei na minha lápide: “Aqui jaz alguém que morreu de primavera!”

domingo, 2 de outubro de 2011

Sintomas de Saudade.

Grandes lágrimas teimam em cair, uma palavra e os olhos viram piscinas o coração esta dentro de um espartilho muito, muito apertado e a alma encontra-se em minúsculos pedaços como um mosaico não colado. Estou com sintomas de saudade!
Saudade da minha Tatata que não veio pra casa esse final de semana, saudade do mano que vai embora semana que vem, saudade dos meus filhos quando pequenos, saudade de mim quando era outra, saudade de pessoas que estão distantes e das que não estão em lugar que se possa medir descrever ou mesmo imaginar.
Minha natureza exagerada eleva os sentimentos, todos à sexta potência! Então, saudade que é um sentimento já sem descrição, em mim, é tão maior que não cabe! Por isso transborda, teima em sair, tudo em forma de lágrimas. E, tão dramática que sou me entrego a esse sentimento, mergulhando em um mar de lembranças, sentindo essa dor misturada com uma alegria já vivida.
Penso que sentir saudade é um privilégio! Só tem quem amou ou ama intensamente outras pessoas, quem dá o real valor aos sentimentos e quem convive com as pessoas de quem gosta. Sentir saudades é a prova real de que fomos, somos, tivemos ou temos momentos felizes!
Então, me permito transbordar, lembrar e doer! Por ter a certeza de que sintomas de saudade levam à um único diagnóstico, uma grande capacidade de amar e ser feliz! E esse é um “bem” incurável!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Senhor Tempo!

Ultimamente o que menos tenho é tempo. Gostaria de encontrar um baú cheio de tempo, mas tempo, livre, novinho em folha prontinho pra ser usado do jeito que quiser! Ultimamente o tempo que encontro está todinho ocupado, gasto, planejado a maioria com trabalho e ocupações chatas.
Nunca mais uma espiada pelas janelas da casa amarela, olhadelas nos canteiros do meu minúsculo e amado jardim, nunca mais um bate papo com meus cactos da floreira, nem com a sabiá, minha nova vizinha, que está a espera de seus bebes ao lado da minha cozinha.
Nada de brincadeiras ou conversas filosóficas com a menina do telhado, nem caminhadas ou jogar conversa fora com as pessoas de quem gosto. Tantas idéias para serem escritas, minha cabeça tem um trem delas! Queria escrever sobre todas!Então, vou fazer uma espécie de colcha de retalhos e escrever recortes daqui e dali.
Tive pedacinhos de tempo interessantes essa semana, fiz um lindo canteiro de flores com os alunos, estamos monitorando um casal de quero-quero que fez ninho no jardim da escola, chamam-se Genoveva e Pietro! E tive conversas divertidas com os alunos. Descobri que um deles quer ser entregador de pizzas intergalático!
Semana que vem meu melhor amigo, meu irmão tão querido vai se casar! Irá embora da ilha verde, já estou sentindo muita falta, ele é a melhor companhia, melhor parceiro de loucuras, a pessoa mais paciente para levar as compras e um ótimo adversário nas brigas! Preciso confessar que a ida dele me entristece... Só um pouquinho, um ladinho assim, egoísta! O restante de mim está muito feliz, porque ele está feliz! E encontrou uma pessoa tão especial quanto ele!
É bem provável que com o casamento de um dos habitantes da ilha verde, o tempo que já é pouco ficará ainda menor, tantas as providências para que tudo seja perfeito! E o senhor tempo, espero, passará mais lentamente nos momentos mais felizes!


domingo, 25 de setembro de 2011

Não Fales Alto.

Não fales alto que isto aqui é vida —
Vida e consciência dela,
Porque a noite avança, estou cansado, não durmo,
E, se chego à janela
Vejo, de sob as pálpebras da besta, os muitos lugares das estrelas...
Cansei o dia com esperanças de dormir de noite,
É noite quase outro dia. Tenho sono. Não durmo.
Sinto-me toda a humanidade através do cansaço —
Um cansaço que quase me faz carne os ossos...
Somos todos aquilo...
Bamboleamos, moscas, com asas presas,
No mundo, teia de aranha sobre o abismo.

Álvaro de Campos

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Peter Gabriel - mercy street

TOSCA - G. PUCCINI - E Lucevan Le Stelle

Sem descrição.

A primavera oficialmente se iniciou! Como se fosse possível controlar assim as estações! Mas... Para nós humanos controladores, hoje é o início da primavera! E ela, como forma de protesto veio assim, com um amanhecer cinzento e uma tarde chuvosa e fria. Parece dizer, quando eu quiser eu chego, solarenga, morna, cantante, colorida... Hoje não. Não estou afim, hoje quero chover!
Também não estou assim, primavera, ainda estou invernal! Também queria chover... Mas há uma completa ausência de sentimentos em mim, uma falta de motivos e vontades. Preferia estar triste, parece mais nobre ser triste! Ser vazio é... Vazio, não tem nem mesmo descrição!
Meu dia, normal como todos os outros dias, trabalhos domésticos, conversas com a família, trabalho formal, colegas de trabalho, piadas no corredor da escola, brincadeira com os alunos, sorrisos... Tudo assim, vazio, imperceptível aos olhos de quem me vê. Acho que esqueci meu EU em algum lugar... Não lembro onde! Ando por ai... Uma carcaça vazia, fingidora sem seu EU!
Esperei tanto pelo fim do inverno e agora não me encontro... Pra comemorar o verde novo da ilha, as flores pipocando aqui e ali, o namoro dos pássaros e os dias azuis! Também preciso chover, e encher esse vazio com uma tristeza infinita e uma enxurrada de lágrimas forte e intensa que carregue todo o inverno da minha alma, que agora é cinza da cor do vazio! Assim, talvez, meu EU volte esfuziante com toda a cor!


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Gavetas de vida.



Gosto de gavetas, nelas encontro partes da minha vida em cartões, fotos, objetos esquecidos. Organizo quase tudo em gavetas, louça, panelas, talheres, fotos, roupas, sapatos... Minha vida também é organizada em gavetas de sentimentos, ressentimentos, amores, sabores...
Organizar em pastas seria mais moderno, mas gosto das gavetas! Tenho sempre a impressão que nelas há um mundo a parte. Aparecem objetos perdidos, misturam-se objetos e tem nosso cheiro lá. Gosto do meu cheiro e gosto de senti-lo em minhas gavetas.
Devia organizar minhas memórias em pastas, mais prático, mais moderno, mas não! Prefiro, elas, as gavetas. Em cada uma cabe exatamente o que eu quero e guardam os meus segredos, lembranças, inspirações!
Ultimamente as gavetas da casa amarela refletem as gavetas da minha cabeça e da minha vida, estão uma bagunça, tudo misturado. Parece que os objetos tomaram vida e saem por conta de uma gaveta pra outra, pra confundir! E os pensamentos! Lotam gavetas que já não fecham e ficam zanzando pela noite, desfilando em forma de preocupação. Os sentimentos Esses são os piores, alguns se perderam no fundo de alguma gaveta e já não os encontro, enquanto outros teimam em sair esse exibir pelos meus olhos o tempo inteiro.
Um tempo, é isso que preciso um longo tempo só! Pra organizar as gavetas da casa amarela, da minha cabeça e da minha vida. Enquanto não tenho esse tempo vou vivendo com tudo misturado em uma louca confusão de meias sem pares, xícaras sem pires, dores sem remédio, sentimentos e pensamentos soltos... Gavetas lotadas de vida, saudades e dúvidas!

sábado, 17 de setembro de 2011

Bem-me-quer

Caminho de volta, uma música qualquer, toca. Um ar morninho entra pela janela do carro e um uma paisagem salpicada de margaridas-do-banhado guiam até em casa. As montanhas! Sempre fico sem ar quando as vejo! Elas me trazem a certeza, em casa, estou em casa!
Os pensamentos voam durante a volta, tão e tanto que não os alcanço!
De volta à ilha verde, à casa amarela onde um bom café me aguarda. Tem um restinho de sol e não faz frio, as laranjeiras em flor e o verde novo me convidam! O inverno se despede, é mais fácil ser feliz na primavera!
De volta as folhas, as cores, os insetos, os pássaros o calor, a vida! As margaridas-do- banhado que estão espalhadas pelo caminho de volta, me contam, estou de volta e a primavera também! Elas tem o número exato de pétalas para o bem-me-quer!