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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Delirios durante a Insônia!

Ontem assisti a um filme “Se enlouquecer não se apaixone” e deitada, enrolada em meus lençóis, fiquei horas pensando sobre. Filme de uma delicadeza, um leve toque de humor... Fez do meu fim de noite um refletir agradável!
Reflexão sobre o que é realmente loucura? Existem pessoas realmente normais? Penso que a loucura está presente em todos. E quanto mais normal parece mais perigosa é a loucura!A secreta é normalmente das pessoas mal intencionadas.
E a paixão? O que é senão loucura, algo que priva os sentidos, muda seus rumos, não é a mais pura loucura? Impossível apaixonar-se e agir normalmente! Então, não é paixão! É qualquer outro sentimento ou falta de.
Eu, assim, tão delirante que sou dada a todo o tipo de paixões e as mais diferentes loucuras vivi os personagens do filme e suas confessadas loucuras. Percebi que quando confessamos e vivemos nossas loucuras somos lidos pelo outro como centrados e normais. Exercitar nossas loucuras faz bem a alma. Entenda que a loucura aqui se refere ao real significado da palavra. Não é sair por ai tentando chamar atenção com escândalos ou correndo riscos desnecessários. É na verdade mergulhar nos sentimentos, nos desejos secretos, nas reais diferenças, nos verdadeiros defeitos e aceita-los como parte de nós e conseguir conviver com a nossa verdade.
A normalidade me dá medo!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Ciclos!

Chove em cascatas lá fora e depois de uma semana de um calor intenso a chuva cai divinamente trazendo frescor. Tanto calor e o excesso de trabalho durante a semana cobraram-me um preço. E pago aqui, de cama, com dores por todo lado. Um cansaço infinito tomou conta de mim.
A casa amarela tem ficado um tantinho abandonada, as flores do meu jardim pedem minha presença. Mas, tenho feito lindos artesanatos e me dedicado a “Officina de Ideias” que, nesse momento tem sido trabalho e prazer!
Pensando bem também me abandonei um tantinho... Minha alimentação, sono, aparência, tudo assim, largado, meio de lado. Preciso cuidar de mim! Às vezes esqueço, não sou feita de pensamentos! O corpo que leva as ideias e pensamentos por ai reclama atenção! A reclamação dessa vez veio em forma de dor!
A dor é somente física, tenho motivos de sobra para celebrar a vida, minha alma esta leve e meu coração brando. Um ciclo acaba de fechar e um novo recomeça! É fácil ser feliz quando as pessoas a quem amamos estão felizes. E para dores físicas existem pílulas!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Pedro


Eu vi o piano, outro dia, assim sem querer... Foi como entrar na máquina do tempo, encontrei Pedro, sentado, ombros curvados, as mãos calejadas envelhecidas, dedilhando as teclas e dela tirando sons. Som de amor e fé. O cenário do piano hoje não é o mesmo, ele está velho, mudo, como se em protesto. Sente também a falta de Pedro.
Pedro e seus ralos cabelos brancos, olhar sábio e infinito, sobrancelhas cerradas e de rara fala. Pedro das brincadeiras, escondendo meu doce na hora do café, das cestas depois do almoço, ficava tonto quando bebia refrigerante.
Pedro que dava vida aos sapatos velhos, que sabia muito de geografia, que ficava horas admirando os céus.
Durante a viagem no tempo revi a cadeirinha verde de atear o fogo pela manhã, revi sua chegada com um feixe de lenha, um torrada de café, um balde de bacupari. Ouvi seus bufos durante o sono da noite, quando dormi junto a eles no quarto. Revi todo o amor nunca falado ou demonstrado com exagero, mas sentido no ar.
Ouvi o som do dedilhar no violão depois do café, e o som da sua voz ecoando na minha infância quando vinha a minha casa, minha mãe cortava seus poucos cabelos, “sinhá Dirça, corta meu cabelo?”.
Tive uma vontade imensa de colocar o piano nas costas e trazer pra casa, mas ele não está lá, Pedro se foi. O piano, aliás, nem é um piano, é um órgão, emudeceu, é apenas uma decoração agora. De Pedro tenho outras heranças, o amor, a honestidade, a simplicidade, o exemplo e um grande orgulho de ter compartilhado sua musica, seu sorriso e seu silêncio.
Quem é Pedro? Seu Pedrinho Muniz, o sapateiro, tocava órgão na Igreja, foi casado com a Dona Rúbia com quem teve uma família numerosa, que se ama muito. Homem muito sábio e honesto, humilde, de um coração puro, sem ambição nem vaidade, fiel a sua fé. Pedro Muniz dos Reis foi principalmente meu avô!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Argh! Baratas!

Eu não tenho medo de baratas. É muito mais que isso é uma mistura de pavor e nojo! De certa maneira quando vejo uma eu esqueço completamente que temos uma disparidade de tamanho. Aquele movimento de antenas, o andar sorrateiro... (Às vezes me lembra certas pessoas) pra mim é ameaçador! (a barata e as “pessoas baratas”). Coincidentemente, nem lembro porque, acabei lendo um texto na internet sobre, Creme feito com baratas e sugestões de esfregar baratas vivas no rosto pra acabar com os cravos. Que nojo!
Mas sou incapaz de maltratar ou ferir qualquer criatura viva, não propositalmente. Não sou vegetariana, mesmo porque teria que me alimentar de plantas de qualquer forma, um ser vivo, só que não sou eu quem mata. É um tanto contraditório, eu sei, mas é assim mesmo, sou uma pessoa contraditória e carnívora confessa.
Voltando as baratas, encontrei com uma pela manha, estava lá, no chão com as patinhas pra cima, mas movia as antenas. São duras de morrer as danadas. Se não tivesse sozinha provavelmente daria aqueles gritinhos característicos e daria a chance de algum “herói” me salvar daquela criatura horrenda semimorta. Mas, não havia ninguém pra me socorrer... Olhei bem de pertinho, cheguei até sentir certa simpatia pela moribunda! Durou menos de um segundo. Varri-a para rua e esmaguei a cabeça crocante dela com uma Havaina legítima. Morreu! Nem foi tão difícil. Por um momento (só um momento, não quero acrescentar a palavra psicopata na minha descrição pessoal) pensei, seria ótimo fazer isso com as “pessoas baratas” que infestam nossa vida!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Teia de areia




Quero ver o mar
O vai e vem das ondas.
Tem algo lá
Que faz minha alma ir e vir
Faz-me sonhar
Mesmo sem dormir.
É como... Levar o espirito
Pra se embalar numa rede,
Os pensamentos rolando pela areia,
Os cabelos embaraçados pelo vento,
Ali não há tempo, não se mede!
Horas é apenas mito
A areia e a vida tecem uma teia
De pensamentos e infinito.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

C' est vide


Fevereiro! Pra mim, não tenho certeza do porque, o ano só começa em fevereiro. É como se do feriado de natal até o final de janeiro minha vida ficasse em outra dimensão, eu a observo do lado de fora.
Esse fevereiro vem junto com uma mudança, um caminho novo. Finalmente terei um lugar, um ponto, uma loja, na verdade uma oficina para vender minhas ideias. Passamos o mês de janeiro inteiro, planejando, transformando ideias em objetos e reformando a casa que hospedará a “Officina de Ideias”.
Apesar de estar curtindo criar um espaço, trabalhar como louca nesse projeto, tenho me sentido estranha. Como se de verdade eu não estivesse presente, procuro e não me acho, não sei em que lugar esqueci-me de mim.
Espero que essa sensação de morada no limbo se vá junto a janeiro. Quem sabe é só a antiga sensação de estar de fora da vida? Aquela comum, que se vai quando chega fevereiro. Espero que sim! Não posso viver sem mim por muito tempo, parece piada, mas não é fácil andar por ai como uma casca vazia.