Pages

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Banho

Água escorrendo morna pelo corpo quente
Um cheiro doce no ar
Sensação de carinho bom
Espuma no pé
Toalha macia
Com cheiro de sol
A mão desliza macia cremosa
E espalha a maciez
O espelho coberto de vapor
Tudo vê e nada revela
As últimas gotas nas pontas dos cabelos
Pingam uma a uma
Tudo é solidão e conforto.

domingo, 20 de maio de 2012

Talento Divino!

Amar o semelhante não é fácil. Deus, acredito, não tinha noção do quão difícil é amar o próximo o qual nem sempre é realmente semelhante. Difícil amar, compreender, perdoar... Exige um dom quase divino. A cada vez que se convive e se conhece mais pessoas, tende-se a uma decepção. A culpa talvez seja das expectativas que se cria ao conhecer uma pessoa e da verdade absoluta de que emitimos julgamentos do outro de acordo com aquilo que somos. Não é nada fácil perceber que nem todos são realmente verdadeiros, que o sentimento de amizade pode não ser de ambas as partes, que as pessoas não medem o que falam e que mais cedo ou mais tarde suas expectativas serão frustradas e você vai sofrer. É um exercício árduo ficar o tempo todo, buscando motivos para acreditar no ser humano, procurando qualidades no meio de tantos defeitos e ainda esquecer e curar cada mágoa sofrida nessa tentativa de amar ao próximo. O que salva a incredulidade total é que existe uma minoria, que vive sua vida de uma forma linda e passa pelo mundo muitas vezes sem deixar marcas, mas se observadas a fundo, percebe-se o quanto são amorosas e cuidadosas em tudo o que fazem! Ainda existe pureza, caráter e verdade em alguns. Eu? Estou longe da perfeição, mas levo a sério o exercício de “ser” humano! Dedico-me ao que faço, e faço com amor. Só chamo de amigos aqueles a quem realmente dedico sentimentos verdadeiros de amizade! Jamais guardo sentimentos ruins, eles não têm lugar em minha vida. Tento não prejudicar o mundo e ninguém que viva nele. Mas, amar ao todos os semelhantes... Ainda não desenvolvi esse talento divino!

sábado, 12 de maio de 2012

Preguiça

Tenho tanto trabalho... Mas, me deu uma preguiça criativa. Meu corpo não me obedece é quer vagar por ai com a minha mente. Um lindo dia de outono com um sol brilhante, folhas cor de ferrugem, um vento zombeteiro que avisa a chegada do inverno. Vontade de deitar no sol e ficar assim, vagando entre o sono e a imaginação, sem pressa espiando aqui e ali só por uma frestinha dos olhos. Uma trégua na minha costumeira pressa! Estou aqui às voltas, com pérolas, fitas, rendas e tules e vontade nenhuma pra juntar tudo isso em pontos e transformar em uma coisa só! Meus olhos fogem a cada segundo pra janela ao lado e me percebo olhando as flores secas em um tom telha, que balançam lindamente ao sol! E o meu corpo que serve mesmo é pra levar minha mente por ai a passear, hoje pede trégua! Grita! Não crie mais nada, uma coisinha sequer, fique ai a olhar o vento porque hoje, quem viaja sou eu!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Meu presente!

Eu queria ser original hoje; Ser mestre em juntar palavras e fazer um poema só teu. desde o titulo;
"Patricia"
Um poema para maiores. [ Não de idade, mas de gosto; ]
Um poema em 3D. [ para o sapo não poder lêr ]
Um poema limpo. [ para o Tandi não repreender ]
Um poema com classe [ para a Sara gostar ]
Um poema pequeno [ para o Gustavo entalhar ]
Um poema ilustrado [ Para a Mel pintar ]
...Só um poema que me coubesse junto;

Parabéns super Tita ! Feliz Aniversário ! Teu fan e amigo. J.

“Seduce me. Write letters to me. And poems, I love poems. Ravish me with your words. Seduce me.” –Anne Boleyn




domingo, 6 de maio de 2012

Fases como as da lua.

Inspiração...
Ela vem pra mim de maneira inesperada suavemente como uma brisa morna, pode vir em forma de fita, um botão, uma gravura, uma antiga foto, uma lembrança boa, um aroma, um sentimento... Vem sempre do que é mais simples! E, quando vai embora, sai como ventania, sem despedidas, rápida, sem chances de ser pega de volta.

As janelas e o que vejo através dela, sempre me levam a lugares desconhecidos ou a revisitar algum que já conheça. Também me faz rever pessoas e reviver momentos. Nesse momento minha janela está fechada, cerrada as imagens reais, mas posso sentir o brilho intenso da lua lá fora, e sem olhar vejo a beleza da ilha verde, nesse momento, desenhada por negras sombras banhadas pelo luar.

Tenho andado quieta, calada, o sorriso mais raro, num isolamento necessário para organizar a dor, aprendendo a não sobrecarregar tanto meu coração, para poder observar a dor alheia sem sofrer junto, evitar pensar no que poderá... no que será, não me importar tanto com o instável, não estar tão atenta a saudade do que já não volta...

Só. É assim que me sinto, mas sem o sentimento devastador da solidão e sim com a suave oportunidade de me espiar e ter prazer em ver o quanto mudei! Mudar, maturar, dói! Dói muito! E muitos não entendem, não entendem porque era cômodo à vida deles a maneira como era. Não entendem, porque na verdade não querem que mude, causa estranheza viver com o novo.

Mas há horas em que é preciso cerrar as janelas, organizar sua dor, se desvencilhar de pessoas que só estão ali por estar, de sentimentos que te ocupam e que você nem quer. Amanhã quem sabe possa abrir as janelas e ver o real, me vestir como quero escolher qual sentimento irei exibir nesse dia e me adornar com os velhos sorrisos fáceis e com a velha alegria. E buscar lá no lugar mais escondido o velho dom... O dom de ser feliz!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Rúbia

Rubia, rubro, vermelho, intenso... Minha avó, vó Rubia, apesar do nome não era uma mulher exótica, sofisticada. Era lutadora, forte e de uma alegria inabalável. Trabalhava duro, lavando roupa pra ganhar uns trocados, lavava inclusive lã de carneiro, e colocava cada fiapo branquinho a secar na cerca de arame, os fiapos unidos viravam “acolchoados” quentinhos. Na minha memória, apesar de ouvir falar de sua personalidade forte, não tem uma só frase ríspida, dela tive abraços, beijos no rosto, deliciosos sequilhos, merengues e puxa-puxa. Lembro-me do seu casaco nude com listras marrons de tricô, de seus tricô em ponto folha, que me impressionavam. Com ela aprendi a fazer cestos de palha, coisa que esqueci. Meu cesto nunca passou de uma rodinha. Também não sei mais cantar os lindos hinos que ela cantava lindamente com suas irmãs, Ruthe, Ana e Rosa. Ruthe era o seu reflexo, como ter duas avós, eram gêmeas idênticas. Um tempo lindo e mágico eu vivi naquela casa, sempre cheia de gente. Muito humilde, onde nunca faltou hospitalidade e alegria. Da D. Rúbia herdei a força, a vaidade e a facilidade para o riso e também a facilidade de trocar o nome das pessoas. E, apesar de não cantar de não frequentar a igreja eu aprendi com ela o valor da fé! Dizem que encontramos as pessoas que não estão mais aqui nos sonhos, então, encontrei minha avó e um passado tão feliz, tudo num momento só! Se o sonho é ou não um ponto de encontro? Não sei, mas, é uma bela forma de diminuir a saudade e de manter sempre vivas na lembrança pessoas que foram tão importantes para sermos nós mesmos!

Inquietude

De onde estou vejo as árvores balançar ao vento e aqui deitada em uma espiadela que o sol dá em minha cama, penso na vida. As árvores crescem por todo o sempre. Continuam durante todo o seu viver a subir cada vez mais alto, espalhar seus ramos, renovar suas folhas, reconstruir aquilo que o vento, a tempestade, a vida, lhe arranca. Penso que também crescemos a vida toda, só que sem saber pra onde, com o tempo vamos mudando pra melhor, pra pior, mas jamais ficamos parados. Mudamos tão devagar que nem sempre percebemos. Também vamos repondo aquilo que o tempo ou a vida nos arranca, vamos substituindo pelo que também nos agregam. O tempo tem pressa e nessa pressa tudo muda devagar é como se a vida girasse ao contrário do relógio, a vida tem sua própria contagem de tempo, horas é rápida demais, horas devagar, horas fica parada... Por isso viver às vezes é tão doloroso e ao mesmo tempo nos agarramos a vida com tanta intensidade. Porque viver é bom! É bom ficar assim, deitada na espiadela do sol vendo as árvores crescer. É bom esperar as surpresas do outro dia. Não saber traz uma sensação de infinitude! Mesmo que o sol tenha cansado de espiar e nesse momento a cor cinza predomine os tons, as árvores lá fora continuam a crescer e sempre posso me aquecer de outra forma.