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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Goteiras no juízo!

Tenho medo quando a chuva cai assim, sem medidas afogando a terra. Não gosto quando vem escandalosa cheia de “efeitos de luz e som” mostrando que pode destruir. É tão triste de olhar tudo tão molhado, as folhas pesada pendendo em verdadeiras cachoeiras. O resto da natureza toda é um silêncio só. Cada um no seu abrigo solitário esperando que o tempo mude.


É tão ruim quando essa água toda persiste por dias, tudo parece um mosaico de poças. Tudo tão incômodo, meias molhadas, lama no sapato, cabelo arrepiado, um acúmulo de roupas úmidas... Só as sombrinhas coloridas pelas ruas parecem bonitas.

E o único lugar que parece bom e seco o suficiente é a casa da gente. Devia ser permitido ficar em casa nos dias de chuva. O mundo seria mais feliz! Eu pelo menos seria. Ficar em casa em um dia chuvoso, desperta a criatividade surge receitas deliciosas, artesanatos ou desperta uma vontade de ler um bom livro... Ou admite uma preguiça boa que leva a um cochilo manso que não tem preço.

Minha avó me ensinou quando pequena a jogar um pedacinho de sabonete na cachoeira do rio e cantar a santa Clara e a São Domingos pra chuva parar e clarear o céu.

Santa Clara clareou

São Domingo

Anunciou

Vai à chuva

Vem o sol

Vai à chuva

Vem o sol

Acho que vou ali, jogar um sabonete inteirinho, bem perfumado e cantar como quando era criança. Quem sabe? Se a chuva não parar, no máximo corro o risco de acharem que perdi completamente o juízo!



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Psiu!



A tarde molhada e garoenta

E o silêncio,

 Profundo e absoluto silêncio!

Tão devastador

Faz barulho no ouvido.

É o som do silêncio!

Perfeito, profundo, sutil!

Momentos de silêncio

São para a alma

Qual a água

É para o ser físico.

Do silêncio

Emerge pensamentos,

 imperfeitos,

Secretos,

Sentimentos

desejos proibidos.

Psiu!

Não se mova

O silêncio passa por entre as árvores

Tudo fica imóvel...

Ouvindo,

Ouvindo,

Ouvindo...


“Porque o silencio em si é como o som dos diamantes que podem cortar tudo!!”

Jack Kerouac



terça-feira, 11 de setembro de 2012

Wim Mertens Often A Bird

Asas eu quero


Agora...

Sempre...

Toda hora.

Quando você vem

Em meu pensamento.

E voar assim...

A qualquer momento

Ter você

Ao mesmo tempo

Em que queira

Você

Em mim.

sábado, 8 de setembro de 2012

A pinta, a tinta, a vida.

Li não sei onde que escrever é como colocar o dedo na garganta. De certa forma... Escrever também é com abrir janelas, para deixar o sol entrar e trocar os ares. Colocar pra fora o que te atravessa.


Hoje resolvi escrever sobre as cores dos dias. Os dias cinzentos de tristeza viciante, intensa, fluida que ocupa um todo, um tudo. Os dias azuis de frio glacial e tédio absoluto, onde nada parece te trazer a vida. Os dias vermelhos em que tudo é pura confusão e há, nós sobre nós, amarrando, enrolando e enchendo a vida com problemas que parecem insolúveis. Dias de preto profundo, quando a saúde se faz ausente, quando o que você ama se vai... Dias verdes, de uma paz absoluta, uma preguiça boa, tudo passa lentamente e tem aquele rumor macio do farfalhar de folhas. Dias amarelos, agitados, intensos, apaixonados, quando os pés não tocam o chão. Dias Brancos em que o nada impera. Nada de vontade, nada pra fazer, nada, nada, nada...

são vidas arco íris, uma colorida, outra sem cor nenhuma, outra a mistura absoluta de cores. Dia a dia, vida a vida, vai se formando uma tela, uma história. Pode ser comum ou empolgante, não importa. O que importa é como você usa as tintas e qual intensidade dá as cores dos dias que formam a tela da sua vida.