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domingo, 28 de outubro de 2012

Regarder Attentivement



Durante todo o tempo segui sem me importar com o que acontece a minha volta e não interfere diretamente a minha vida. Não sei se pelas últimas experiências, se pela idade, se pelo tempo em que estive doente e tive assim, muitas horas para refletir... Realmente não sei!


O que sei é que um dia eu passei a ver o mundo a minha volta, cada vez mais longe eu vi. E não gostei do que vi, percebi as pessoas que eu simplesmente ignorava ou não pensava a respeito. Foi a mesma sensação que tive quando usei óculos pela primeira vez e descobri que o que eu via era distorcida pelo astigmatismo. Nesse caso a distorção era por comodismo, estava em uma zona de conforto. Foi a visão de mundo que herdei e segui vendo da mesma forma.

Foi uma descoberta dolorosa, confesso. No mundo real, não há liberdade verdadeira. Você só pode expressar o que pensa e o que sente se for de encontro com o que sentem e pensam algumas pessoas. E por mais que alguns admirem a sua coragem de falar o que sente não falam isso em voz alta, cochicham e pedem segredo. Pessoas que são tão erradas quanto aquelas que foram criticadas pensam que você os está apoiando. Aliás, todos pensam!

Quando se emite uma opinião, todos se sentem no direito de falar sobre você como se fosse conhecedor profundo da sua vida, de quem você é, do porque pensa dessa forma. Julgam você e condenam sem direito a defesa. Inventam inverdades, conspiram vergonhosamente a maioria sem nem mesmo se revelar. Outros querem aproveitar-se da situação para ficar a sua sombra, tornam-se “amigos ou inimigos” dependendo do interesse.

Mudar de opinião é um direito, é saudável e nos faz crescer. Não nos transformamos em outra pessoa não passamos a ser mais ou menos honestos, mais ou menos sinceros, mais ou menos humanos com qualidades e defeitos. Mudamos como o universo muda!

É impressionante perceber as pessoas virarem o rosto, lançarem indiretas ou mesmo desaforos diretos, ameaçarem anonimamente, inventarem enredos imensos e mentirosos... Tudo isso por quê? Por uma simples pessoa, sem poder, sem dinheiro, sem grandes pretensões que um dia acordou vendo o mundo por outro ângulo? Isso é medo de que essa visão nova seja contagiosa? Na verdade não ligo para opinião dessas pessoas, me incomoda o fato de falarem sobre mim como se me conhecessem. Não ligo se não gostam de mim ou do que falo me incomoda o fato de anonimamente inventarem mentiras ao meu respeito. Não ligo se se aproveitam da situação me incomoda e ficarem escrevendo pra mim, falando sobre mim, se explicando. E, acima de tudo me intriga o fato de darem tanta importância a minha opinião.

Eu li absurdos escritos ao meu respeito, um até me fez chorar, mas outros me fazem rir. O mais ridículo foi repetido incansavelmente. Afirmando que eu me acho a única pessoa criativa capaz de realizar certo evento! Uma das pessoas que escreveu até apagou, deve ter refletido o quanto é ridículo os outros comentários eu mesmo apaguei. Jamais afirmei uma coisa dessas, até porque não penso assim! E porque essas pessoas não realizam, seria muito mais impactante do que escrever pra mim. As pessoas não gostam do que escrevo mas ficam lendo e comentando, deixam de comemorar suas vitórias para tentar me chatear com seus comentários, me poupam de seus falsos cumprimentos e sorrisos me virando a cara.

Para uma pessoa de mente inquieta como a minha, põe pulgas na minha orelha, minha cabeça fica imaginando e se questionando, e muitos parágrafos surgem. O que eu ainda não consegui ver?

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Relógio mágico!

Sentada no escuro, ao lado da janela que mais gosto. Embaladas pelo tic tac do relógio. Não é um relógio qualquer, ele tem um tic tac diferente, me faz lembrar as pessoas especiais que trouxeram ele pra minha vida. E faço ver a mim mesmo que mesmo que pareça um tempo ruim, um desperdício de vida, uma experiência não grata, houve sim compensações. Esse tempo ruim trouxe junto boas pessoas, estas atravessaram comigo todas as adversidades e me ampararam. Aqueceram meu coração quando me senti tão só.


Vivendo e convivendo aprendi com essas pessoas a desconfiar e confiar, a trabalhar em grupo e trabalhar só, a ouvir e calar, a falar sem medo, a errar e admitir, a começar tudo novamente caso precise. Passei por esse tempo com meu bom humor de sempre, com meu temperamento destemperado, com a minha vontade desmedida de fazer o melhor. E entre meu jeito polêmico de atravessar a vida, sobrevivi.

O tempo passou, as boas pessoas tornaram-se bons amigos. As mágoas joguei-as fora, minhas verdades contei por ai, meus desafetos ignorei, meu cansaço curando ainda, com pílulas várias, para vários cansaços. Mas o que havia de bom em mim permaneceu intacto. Ainda acordo de bom humor, sou capaz de perdoar sempre, Tenho sempre uma ideia nova pra mudar aqui e ali as rotinas e embelezar algumas feiuras.

Agora é outro tempo a atravessar, não menos difícil, porque mesmo que ignore os desafetos, nem sempre estes estão dispostos a serem ignorados, ficam a presos como correntes atrasando a vida. Nossas verdades são proibidas e apesar de todos jurarem viver livremente estas tem que ser caladas. E ser Feliz nem sempre é bem vindo por todos, alguns acham imperdoável que alguém possa ser feliz. Criar então, não é um dom, é só uma maneira de despertar no outro a mágoa o ressentimento por não ter sido ele a criar.

Mesmo assim, sigo tic tac, tic tac, tic tac.... O tempo com certeza vai mostrando tudo de bom que a vida tem. Falo não calo. Crio e rio. Perdoo sim. Porque não? E quem ou que não contribui ignoro. Tenho um enorme buraco negro e jogo ali tudo o que me atravessa!



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Concha







Como um caramujo, fico aqui, enrolada em minha concha. Ultimamente estive do lado fora quase que o tempo todo, em um mundo intrigas, egoísmos, mentiras, injustiças... Andei por ai esbravejando o que não gosto. Mas, de verdade? Gosto mesmo é de passar levinho, sem me envolver, distante o suficiente pra não sentir o que de ruim há.


Isso tudo me pôs doente, de verdade, fiquei de cama. Todo aquele lixo ficou ali acumulado dentro da minha alma que adoeceu e também meu corpo. Vai levar um tempo pra colar os pedacinhos e poder assim, novamente habitar minha concha.

As pessoas sentem-se no direito de nos falar como se fizessem parte da nossa vida. Vão passando com seus egoísmos, seus interesses mesquinhos suas invejas e vão derrubando pelo caminho farrapos desses sentimentos, que grudam na gente e enrolam-se numa desagradável sensação de que você faz parte do mundo delas!

Não! Arranco esses farrapos dos farrapos humanos e afirmo, não faço parte disso. Sou livre, sou individual, sou amiga de quem eu realmente gosto e respeito à vida. Não tente fazer um julgamento sobre mim porque sou muitas que se mostram dependendo da ocasião. Mas, todas tem algo em comum lutam por aqueles a quem amam!