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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pessoas Cigarras!

Gosto de ouvir as cigarras, principalmente as “cigarras do natal” o canto me faz lembrar, calor, festa com a família, férias...  Gosto de fechar os olhos e ouvi-las estridentes anunciando a chegada do verão. Imagino que depois de passar tanto tempo sob o solo deva ser um espetáculo ver a luz, sentir o calor e ainda poder voar!
Aqui da janela, se bem atento, pode-se observa-las subindo pelo tronco da árvore, ficar imóvel até trocar o velho esqueleto por um novo, lindo com asas brilhantes. São muitas em um mesmo tronco, o canto chega a ser ensurdecedor. São os machos fazendo sua serenata para seduzir uma fêmea.
Penso que às vezes é preciso ser cigarra, sair do lugar onde está, nem que para isso, precise cavar um túnel e correr o risco de, na luz, ser devorado por algo maior. Mudanças requerem coragem e nem sempre são bem aceitas por quem está em volta. Mas se a recompensa for um grande voo iluminado, vale a pena... O risco, a critica, as perdas...  Liberdade de ser!
Acredito que se perde muito tempo sendo o que o outro quer, o que a sociedade exige, o que mais convêm a uma certa posição social, o que é mais fácil e cômodo pra todos. Acaba-se não sendo. Não de verdade, não o que se quer, não o que lhe faz bem, não o que lhe faz feliz, o que é correto com sua alma.
SER de verdade é mais difícil, agrada a poucos, incomoda quem está à volta. Mas, trás uma sensação de querer-se bem, um certo “que” de liberdade, uma centelha de razão quase insana, um orgulho meio bobo de não ter medo. E o melhor, é saber que quem gosta de você é de você que gosta, não do ser cuidadosamente projetado a ser mostrado para agradar.
Sinto-me meio cigarra, fiquei por tempo no escuro, fazendo o que esperavam de mim, mais por comodismo do que por medo. Um dia, cansei. Sai do lugar cômodo onde estava, gritei estridentemente o que realmente pensava e me senti leve! Posso não ter lindas asas brilhantes, mas meu pensamento voa livremente!


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