De certa forma, não sei qual e também não lembra quando, por mais que teime com o pensamento a lembrança se esvai. Desistiu. Algo se quebrou, eu colado os cacos, ficou assim como um jarro antigo. Mas o pedaço que não encontrado, deixou um espaço grande, um caco de vazio, feio de ver!
Ainda há o sorriso fácil, o humor, uma tendência a esquecer do ruim... Alguns pedaços que ficaram ainda são bons. Mas ficou faltando à fé, a inabalável crença no humano, a mania de acreditar que todos são bons, esse pedaço se perdeu! Junto com esse caco de fé, a capacidade da alegria espontânea e a de chover as dores. As dores que ficam dentro desse vaso, dobram-se sobre si, não transbordam mais. Ainda saem pra espiar lá fora, durante noites insones sobre forma de farpas dolorosa e fiapos de ideias que teimam em transformar-se em palavras escritas.
Em alguns fios, traços e pedaços de vida, vê que a condição de acreditar no bom, no bem, no belo era meio boba, mas condicional para seguir feliz. Vê que de verdade, pouco existiu. O que existe e anda por ali é o julgamento do outro que vê o que quer não o que realmente é! Cada pedaço é indispensável, mesmo aquele que contém o pior defeito. Descolando o defeito com ele algo que faz o belo. É estranho observar, sem fé, a felicidade! É como ver um segredo que não é seu pelo buraco da fechadura.
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