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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"Viagem do Corvo"

“A viagem do corvo” é assim que minha mãe fala quando alguma coisa sai errada durante um passeio. Pois eu tive a verdadeira viagem do corvo, durante doze horas, na volta pra casa. Tão impressionante eu achei, que resolvi escrever pra não esquecer.
O trajeto era São Paulo a Criciúma, ônibus e, preciso confessar odeio mesmo viajar de ônibus. Para qualquer lugar. O horário... Noite e manhã inteira, sentada desconfortavelmente. Sentindo aquele cheiro típico de poltronas sujas, misturada com produto de limpeza, todo tipo de perfume e suor.
Horrível! Mas, nada tão ruim que acabe com as possibilidades de piorar e muito. Primeiro o ar condicionado tão gelado, que permitiria transportar sorvete sem derreter. E, por último, uma família inteira de pessoas... Hum... Não encontrei adjetivos pra descrever. Então vou descrever um a um.
A “mãe” uma mulata que mais parecia irmã, rosto bonito, cabelos alisados e vermelhos, unhas enormes, seios enormes... Tudo enorme, inclusive o tom de voz e a quantidade de sandices.
A “Tia” que era chamada de tia, mas eu poderia jurar que era o tio, também mulata, cabeça raspada, braços musculosos, de dar inveja a qualquer um, bermudas de surfista, regata, com uma barriga saindo pra fora e, de tia, tinha um par de seios que desciam até o umbigo.
O “filho”, um homem enorme, negro, que fazia questão de falar o tempo inteiro que era afrodescendente e casara com uma angolana para ter cidadania Italiana (?). De filho, tinha o tom de voz e a quantidade de asneiras da mãe.
A “amante” Flavinha, mais velha que a “mãe”, uma senhora de uma voz bonita e aparência agradável era a única de cor branca, falava pouco, com um tom de voz educada, mas com a mesma quantidade de sandices. Entre elas o hábito de cheirar acetona! Dizia ter quatro litros na mala.
“Ícaro” parecia ser sobrinho de todos, adolescente enorme em altura e peso, não falava uma palavra... Mas, seu nome era citado em todas as frases.
Provavelmente a aparência deles teria passado despercebida se eles não carregassem uma enorme quantidade de gelo e bebidas alcoólicas! Durante as doze horas que se passaram dentro do ônibus beberam dois pacotes de cerveja, dois litros de whisky com Red Bull. Quando acabaram com tudo beberam um litro de vodka com coca cola. Todos bebiam inclusive o garoto. Bebiam e contavam suas viagens pelo mundo, trabalho em casa de famosos, em um tom de quem falava para o mundo saber.
A mãe contou que perdera o emprego, porque o ator famoso com que estava trabalhando se internara em uma clinica de desintoxicação. Não quis trabalhar na casa de um jogador de futebol famoso por não gostar de crianças. No momento era babá de cães de uma socialite. A tia e o sobrinho moram na Itália. O filho e a amante... Nem vou descrever, só vou dar um detalhe, entre sandices faladas, se ouviam gemidos... Argh!
Final da viagem, a amante bêbada, que estava no banco atrás do meu ameaçava vomitar, o filho e a tia planejavam fazer um pagode ali mesmo, a mãe ensinava como fechar um baseado e o garoto roncava. Desceram uma cidade antes de mim. Todos bêbados e felizes. Eu? Fones de ouvido, som na maior altura, quase surda, com olheiras de insônia e pasma!

4 comentários:

  1. ACONTECEU A MESMA COISA COMIGO, TRANSPORTE EUCATUR PORTO VELHO X CRICIUMA PESSIMO DEMAIS!

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  2. Adorei a imagem da garota. Onde vc pegou essa imagem?
    A garota é tão linda.

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    1. Coleciono imagens, encontro por acaso. Não lembro mais onde encontrei.

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  3. Justo procurei no google o significado de viagem de corvo achei que fosse invencao da (mimha) mae,kkkk.Ela me convidou pra fazer uma viagem de corvo ate os parentes dela.To pensando, acho que nao vou kkkkkkk.

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