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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Não cabe!

Compras!
Eu adoro e meu irmão é o companheiro ideal! Fomos às compras, ele é o chefe paga e eu a compradora, compro. Primeiro na floricultura, vasos, bambus, trepadeiras, palmeiras, algumas caixas de flores para jardim. Ele em volta, “é muito não cabe”. Eu: cabem, divisores e grama? Nem pensar muito pesado. Tudo bem muito pesado fica pra outra vez! Alguns vasinhos de parede, essenciais! Tudo bem estou contente, encerrei... Pode pagar.
Agora loja de departamento, ferramentas, precisamos de ferramentas para jardim, essa bandeja de vidro, o preço é bom! Um cobertor preciso de um. Esses vidros azuis para velas fazem um lindo efeito, vamos levar. Quantos? Huum... Pelo menos para dezesseis mesas. Feito.
Meu Deus falta à vela! Preciso comprar uma vela pra próxima festa, corrida por uma vela. Mais umas flores, dois vasos, vasinhos de madeira, baldinhos de metal, faltou o papel rococó.
Atacado de artigos para presentes, manter o foco! Vidros! Ah... Mas essa galinha é muito simpática, esse boneco de metal na bicicleta vai fazer um efeito lindo, e esse vaso? Podemos trocar esse horríveis fios dourados por falsos cristais. Esses galhos com pérolas estão divinos, bandejas de vidro, vamos levar! E os vidros? Quantos? São dezessete taças altas e dezessete médias. Umas velas, bomboneras ou bombonier... Ele, com um moletom no braço: Não cabe! Eu agarrada a uma galinha... cabee! Tudo bem acabei, estou cansada, com fome, pode pagar!
Todos na fila nos odeiam posso sentir! Três carrinhos e muitas caixas de vidros. Moço preciso de jornal, muito jornal, essas caixas não cabem no carro. Enrolar vidros com jornal é chato, os dedos ficam pretos, você toda fica preta!
Não quero amassar as flores tiro tudo do carro e coloco em volta, com todos os vidros por ali também. Os vasos de barro, bambus e outros arbustos, não... Ficam onde estão. Percebo que é a vingança das pessoas que estava na fila, passam, param e olham, com aquela cara “não cabe. Louca!”.
Lá vem meu irmão com a nota na mão, ainda espantado com o valor, vê aquilo tudo em volta do carro e me olha... Eu? Dou rizada, tanta, tanta, de escorrer lágrima... Finalmente ele ouve a frase que queria, entre gargalhadas, falo: “não cabe”!
Enfim, uma camada de arbustos rodeada de vasos de barro, uma camada de vidros envolvidos em jornal, uma camada de papelão coberto por caixas de muda de flores! Ficaram os vidros azuis, as bandejas de vidro, os galhos com pérola e um vaso enorme de vidro! Bandejas e vidros aos meus pés, sobre eles, entre eles, galhos em meio às folhas de bambu, as bandejas entre minhas pernas e o vaso no meu colo. Coube tudo! Até o motorista! E eu ainda consegui mover os olhos e a boca que teimava em rir sem parar!




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