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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A busca

O mar inspira a leitura. O barulho das ondas, o cheiro de sal, a claridade e uma sensação de solidão, não a solidão sufocante e triste, mas, aquela reconfortante onde você pode finalmente olhar pra dentro de si.


A leitura a som do mar é sempre intensa. Como todo compulsivo, leio vorazmente, ou seja, devoro o livro e mergulho profundamente nas linhas e palavras, nos personagens e seus sentimentos. Tanto e de tal forma que um vazio imenso me invade ao acabar a leitura, é como se aquela vida, aquele mundo esteja sendo tomado de mim de alguma forma.

Resolvi ler um romance, nada de filosofia ou literaturas recomendáveis, um romance, simples daqueles com muitas páginas e personagens que não tem problemas como trabalhar, pagar contas ou qualquer outro problema de ordem prática. Têm sim dramas pessoais, sentimentais e vivem durante todas as páginas a busca por um final feliz.

Essa ultima leitura me fez refletir sobre meus “dramas” pessoais. Sobre os rumos que a vida leva dependendo às vezes de um simples ato. E de como as nossas decisões mudam nossos rumos e podem traçar o rumo da vida de outras pessoas. Ou mesmo sobre impressão de que às vezes lhe é vetado o direito a decisão que de alguma forma, a vida lhe carrega como uma enxurrada. E você vai! Porque não tem opção! Ou segue ou se “afoga”.

O romance não teve um final feliz, não teve um final, ficou em aberto, livre para que a imaginação se encarregasse de continuar dali a vida de cada personagem. Assim me sinto em relação à vida de vez em quando, está em aberto e amanhã alguém pode traçar mais uma linha da minha vida sem que eu saiba ou possa interferir. E de verdade, não posso escolher os rumos que quero, pelo menos não, sem mudar os rumos de muitas outras vidas que se entrelaçam com a minha.

A vida real nunca tem finais felizes, só há um tipo de final. E nunca é feliz! E nossos dramas são infinitos até que a morte nos leve. Aliás, viver é um drama por si só! Mas seja qual for o rumo que se tome, há tréguas e momentos felizes. O que faz com que valha a pena.




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