Existe uma fábula em que um flautista encanta muitos ratos com sua musica e eles o seguem sem questionar seu destino encantados pela melodia. O poder é como a melodia que encanta os ratos. As pessoas que detêm o poder determinam os destinos de todos sem que nem mesmo questionem: pra onde?
Todos idolatram o detentor do poder como os ratos idolatram o flautista, e nessa metáfora de ratos e pessoas comuns, caso um rato saia do seu lugar, perca o passo, se distraia com algo pelo caminho é logo pisoteado ou fica para trás. Assim, acontece com as pessoas comuns, caso resolvam questionar o detentor do poder, mostrar sinal de descontentamento com o destino escolhido, não é bem visto. E ainda comentam: quem esse “rato” está pensando que é? Acha-se melhor que os outros?
Não lembro final da fábula. Mas sei bem como é a realidade. A flauta, nunca muda de mãos fica sempre em família. A melodia é sempre a mesma, tocada incansavelmente, sem ser percebida, flautista sempre serão flautistas e ratos devem permanecer ratos. O mais rato possível, seguidor da música. E os ratos a seguem com a mesma idolatria, não questionam, apenas seguem, ratos não admiram ratos e acreditam que ratos jamais deverão tocar flauta ou mudar a melodia. Os poucos que questionam, ficam pelo caminho.
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