Costumava ficar horas sentada de frente ao mar, ou deitada na areia com a brisa do mar batendo em seu rosto o sol se espalhando em seu corpo. Ali as suaves mãos lhe acariciava o rosto, erguia o vestido, acariciava lhe o corpo e aquecia suas pernas. Eles se amaram ali, na areia, simplesmente, quase primitivo eram seus desejos. Banhava-se no mar e voltava pra casa. Francico chegaria logo.
As flores do vestido espalhavam-se pelos canteiros e em cestos pela varanda. Seu cheiro se confundia com o cheiro do mar. Francisco era feliz.
Muitos por e nascer do sol. Tarde morna e ela deita-se na areia seus cabelos espalham-se ao vento e a saia do vestido brinca com o vento. Uma sensação morna a embriaga e novamente aquele corpo jovem deita sobre o seu. Amam-se lentamente dessa vez. Ela pode sentir o roçar da barba,o corpo jovem, as mãos fortes em sua nuca, as pernas fortes que prendem as suas e o calor que se espalha por todo o corpo. A voz calada se solta em gemidos baixos e suaves. Ao abrir os olhos estes refletem os de Francisco que a olham como se fosse a primeira vez. Atordoada segue, então, pela praia de mãos dadas com Francisco em silêncio.
Cedo os pescadores os chamam até a praia, tem um corpo, na areia. É um homem jovem, tem um rosto bonito sereno, a boca é levemente curvada, sob a barba. Seus olhos levemente abertos, como se estivesse acabado de acordar, eram escuros e profundos. Não apresentava nenhum ferimento. Sua mão estava fechada. Ao abrirem cai dela uma concha. Francisco com olhos atormentados, que só Arila em seu silêncio triste vê, pega para si a concha e põe distraidamente no ouvido. Não não ouve o som do mar, nela podem-se ouvir gemidos baixos e suaves.

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