sexta-feira, 27 de abril de 2012
invernar!
A aproximação do inverno me dá aquela sensação chatinha de abandono. Os dias mais curtos e a noites longas, a falta do sol, o tom acinzentado que toma conta de tudo... E mais que tudo, o frio! O frio me tira a vontade, carrega minha alegria.
Mas eu confesso que o inverno e seus tons tristes tem certo charme, alertam outros sentidos, gosto dos sabores e dos aromas do inverno. A comidinha caseira, o café da tarde com a família, uma xícara de chá bem quentinho, o cheiro de sol de um pijama limpo.
O inverno na ilha verde é ainda mais inverno, as árvores sem folhas, o som do vento assombrando os galhos, o ruído glacial da água do riacho e o silêncio das manhãs! De feliz tem os rolos de fumaça da outra casa da ilha e o saber que lá tem o crepitar da lenha queimando no fogo, um calor bom e algo perfumado cozinhando ou assando.
Na ilha verde, na casa amarela cada estação é um poema!
sábado, 21 de abril de 2012
Educação levada a sério!
Não é uma nova greve, na verdade é continuação, foi uma trégua para que ambos os lados refletissem e recuperassem o folego. Enquanto os professores se lamentavam pelos corredores da escola, se desdobravam para repor as aulas, ficavam procurando culpados pelo insucesso da greve até então, o governo trocou seu secretário, circulou “por toda santa Catarina”, fez um pequeno agrado aos ACTs, elo mais fraco da corrente. Conseguiu elaborar outra tabela tão absurda aos meus olhos quanto a outra, mas que aos olhos dos leigos e até dos não tão leigos, parece uma bela tabela. Quase ia esquecendo-me do parcelamento, proposta mais que indecente ridícula. Não acredito que o secretário de educação e o governador acreditavam que iríamos aceitar!
Minha intenção era não escrever mais sobre greve, não me envolver tão profundamente, me manter o mais afastado possível! Mas, me deparo primeiro com um vídeo do youTube, do nosso secretário de educação falando sobre a decisão dos professores entrarem em greve. Juro, que ao ouvi-lo falando que a proposta era muito boa e que não entendia o que os professores estavam querendo, me lembrei de uma peça de teatro onde a personagem favelada contava que o filho não se contentava em só comer cream cracker queria margarina também! Nas entrelinhas parecia dizer que nós já ganhávamos muito, que era incompreensível que exigíssemos o cumprimento da lei. Resisti indignada, confesso.
Hoje, resolvo dar uma espiada na coluna do Moacir e me deparo com a seguinte manchete: “Conselho estadual é contra a greve do magistério”, tudo bem, sou da opinião que greve é um direito e pode-se ser a favor ou contra, mas argumentação é fundamental! Não acredito até agora nos argumentos em que se fundamenta o conselho. Não acredito no texto que li!
Não é verdade que a greve prejudicou os estudantes, o que realmente prejudicou foi o descaso total com que vem sendo tratada a educação. Não é verdade que os governantes se preocupam com o magistério, querem é nos manter calados para que não atrapalhemos suas intenções eleitoreiras. Todos perderam com a greve? Verdade! Mas ela podia ter sido evitada se tivéssemos gestores competentes. E outra vez podia ter sido evitada, parcelar uma divida a partir da metade do próximo ano? Por favor, não façam piada! Educação é pra ser levado a sério!
Na minha escola somente quatro ACts e um efetivo não aderiram a greve e os alunos dessa vez estão conosco! Alunos que nesta eleição votam! Continuar a greve não é o melhor caminho? Talvez! Mas foi o mais digno que nos foi oferecido.
Minha intenção era não escrever mais sobre greve, não me envolver tão profundamente, me manter o mais afastado possível! Mas, me deparo primeiro com um vídeo do youTube, do nosso secretário de educação falando sobre a decisão dos professores entrarem em greve. Juro, que ao ouvi-lo falando que a proposta era muito boa e que não entendia o que os professores estavam querendo, me lembrei de uma peça de teatro onde a personagem favelada contava que o filho não se contentava em só comer cream cracker queria margarina também! Nas entrelinhas parecia dizer que nós já ganhávamos muito, que era incompreensível que exigíssemos o cumprimento da lei. Resisti indignada, confesso.
Hoje, resolvo dar uma espiada na coluna do Moacir e me deparo com a seguinte manchete: “Conselho estadual é contra a greve do magistério”, tudo bem, sou da opinião que greve é um direito e pode-se ser a favor ou contra, mas argumentação é fundamental! Não acredito até agora nos argumentos em que se fundamenta o conselho. Não acredito no texto que li!
Não é verdade que a greve prejudicou os estudantes, o que realmente prejudicou foi o descaso total com que vem sendo tratada a educação. Não é verdade que os governantes se preocupam com o magistério, querem é nos manter calados para que não atrapalhemos suas intenções eleitoreiras. Todos perderam com a greve? Verdade! Mas ela podia ter sido evitada se tivéssemos gestores competentes. E outra vez podia ter sido evitada, parcelar uma divida a partir da metade do próximo ano? Por favor, não façam piada! Educação é pra ser levado a sério!
Na minha escola somente quatro ACts e um efetivo não aderiram a greve e os alunos dessa vez estão conosco! Alunos que nesta eleição votam! Continuar a greve não é o melhor caminho? Talvez! Mas foi o mais digno que nos foi oferecido.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
É possível dar risada!
Resolvi escrever o lado engraçado da greve! Apesar de ser uma situação dramática, como tudo, tem de onde tirar graça. A ida para assembleia foi cansativa, demorada, não sei por que a cada assembleia parece que aquela ilha fica mais distante.
A assembleia foi tensa, confusa, uma mistura de desilusão, cansaço e indignação. Dava pra sentir e quase pegar com as mãos os sentimentos negativos que pairavam pelo ar. Muitos discursos inflamados, outros sem conteúdo nem fundamentação. Enfim, tudo como sempre. Na passeata, não houve música, nem muitos gritos de comando, só pessoas cansadas, desiludidas e muito, muito revoltadas com a situação e com o descaso com que tem sido tratada a classe dos professores.
Mas o que quero escrever é sobre a volta. Não voltei no ônibus com o restante dos colegas, vim de carro com meu irmão e outros dois sindicalistas. Um deles eu conheci ali na passeata, minutos antes de entrar no carro pra vir pra casa. Não me lembro de termos sido apresentados, por isso, não sei seu nome. O que sei que ele foi à figura mais hilária que conheci nos últimos tempos.
Pra iniciar uma conversa, do tipo “vamos ser amigos” ele resolveu contar, em detalhes, como “torceu” o testículo durante o banho. Não contente e nada constrangido, contou todo o tratamento, as massagens do médico e as sensações!
A certa altura de toda a louca conversa, bateu no meu ombro e perguntou: “Já te contei de quando fiz meu primeiro espermograma?”... Mas hein?! ... Era a primeira vez que me via, não sabia e não sabe meu nome, com eu haveria de saber sobre seu espermograma? Pois ele contou, tudo! Desde a sala de espera, as atendentes, o enfermeiro, a decoração da sala, o tamanho do pote (que ele jura ser impossível de encher, e que teve a tentação de completar com cuspe), e ainda, todo o trauma que isso lhe causou. Contou ele, que ao entregar o pote a um enfermeiro enorme, este olhou pra ele docemente e falou: “Huum quentinho”... Isso interferiu por semanas na vida sexual do maluco!
E depois de toda essa conversa, nada adequada para “meninas”, ele me convidou pra qualquer dia desses tomar alguma coisa no boteco do Tião. Foi a viajem mais rápida de volta que já fiz, ainda me vem um sorriso quando lembro, se não estivesse com meu irmão, juraria que é um personagem da minha louca imaginação.
Como minha memória não é das melhores, não me lembro muito bem da fisionomia, então, na próxima assembleia vou bater no ombro dele e perguntar; “ Oi! você é o menino do espermograma?”
A assembleia foi tensa, confusa, uma mistura de desilusão, cansaço e indignação. Dava pra sentir e quase pegar com as mãos os sentimentos negativos que pairavam pelo ar. Muitos discursos inflamados, outros sem conteúdo nem fundamentação. Enfim, tudo como sempre. Na passeata, não houve música, nem muitos gritos de comando, só pessoas cansadas, desiludidas e muito, muito revoltadas com a situação e com o descaso com que tem sido tratada a classe dos professores.
Mas o que quero escrever é sobre a volta. Não voltei no ônibus com o restante dos colegas, vim de carro com meu irmão e outros dois sindicalistas. Um deles eu conheci ali na passeata, minutos antes de entrar no carro pra vir pra casa. Não me lembro de termos sido apresentados, por isso, não sei seu nome. O que sei que ele foi à figura mais hilária que conheci nos últimos tempos.
Pra iniciar uma conversa, do tipo “vamos ser amigos” ele resolveu contar, em detalhes, como “torceu” o testículo durante o banho. Não contente e nada constrangido, contou todo o tratamento, as massagens do médico e as sensações!
A certa altura de toda a louca conversa, bateu no meu ombro e perguntou: “Já te contei de quando fiz meu primeiro espermograma?”... Mas hein?! ... Era a primeira vez que me via, não sabia e não sabe meu nome, com eu haveria de saber sobre seu espermograma? Pois ele contou, tudo! Desde a sala de espera, as atendentes, o enfermeiro, a decoração da sala, o tamanho do pote (que ele jura ser impossível de encher, e que teve a tentação de completar com cuspe), e ainda, todo o trauma que isso lhe causou. Contou ele, que ao entregar o pote a um enfermeiro enorme, este olhou pra ele docemente e falou: “Huum quentinho”... Isso interferiu por semanas na vida sexual do maluco!
E depois de toda essa conversa, nada adequada para “meninas”, ele me convidou pra qualquer dia desses tomar alguma coisa no boteco do Tião. Foi a viajem mais rápida de volta que já fiz, ainda me vem um sorriso quando lembro, se não estivesse com meu irmão, juraria que é um personagem da minha louca imaginação.
Como minha memória não é das melhores, não me lembro muito bem da fisionomia, então, na próxima assembleia vou bater no ombro dele e perguntar; “ Oi! você é o menino do espermograma?”
domingo, 15 de abril de 2012
Colorir
Colorir! É isso o que temos feito ultimamente, colorindo por ai. Nossas ideias vagam pela “Officina” e transformam-se em beleza, riso e satisfação. Nossas diferenças completam-se em talentos diversos.
Pensar na vida às vezes nos faz sentir sem saída, sem rumo, sem sentido é como um túnel que não apresenta fim. Não estar só nessas horas é imprescindível, não há remédio que substitua amigos verdadeiros.
Esse foi um final de semana de intenso trabalho, um cansaço para mais de uma vida, mas, também foi de uma paz, uma integração, um combinar de ideias que faz qualquer trabalho prazeroso. Passamos assim, nosso final de semana colorindo as festas dos outros. Mas, depois de tudo pronto, trabalho finalizado, o nosso coração é que fica em festa!
É assim que somos, temos um fervilhar de criações, cores e formas, tudo pronto pra sair e ganhar o mundo, nossa alma é um circo! Por isso temos uma “Officina”, pra dar um destino a elas, nossas tantas e mirabolantes ideias!
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Era
Lontras
Éramos lontras, loucas, tresloucadas, doidas mesmo.
Uma tribo de lontras, onde cada um tinha sua exata função,
Uma rainha lontra, exagerada e dramática,
Um príncipe lontra, lindo e aluá,
Um Lontra druida inventor de invenções,
A princesa lontra que era a inimiga preferida do lontra sapo, única lontra verde!
O filhote lontra que era um ariano doido.
O mestre Lontra que vivia sempre por fora do mundo lontra, mas andava por lá por causa da rainha.
Uma lontra garça bailarina sempre feliz e saltitante e outras que não tinham exatamente uma função a não ser a de ser feliz!
Onde está a nossa aldeia?
As lontras andam por ai...
Quase não se encontram, e quase viram castores de tanto que trabalham.
A lontra rainha,louca!Entediado sempre, o príncipe lontra, A princesa sempre ocupada nem briga mais com o sapo, cansado,cansado, cansado e o druida não inventa mais invenções, deu agora pra fazer contas!
Ainda se pode ver no fundo do sorriso um fulgor daquela loucura antiga, aquela risada quase insana guardada, no fundo bem no fundo, porque a lontrice se esconde, mas não passa!
Éramos lontras, loucas, tresloucadas, doidas mesmo.
Uma tribo de lontras, onde cada um tinha sua exata função,
Uma rainha lontra, exagerada e dramática,
Um príncipe lontra, lindo e aluá,
Um Lontra druida inventor de invenções,
A princesa lontra que era a inimiga preferida do lontra sapo, única lontra verde!
O filhote lontra que era um ariano doido.
O mestre Lontra que vivia sempre por fora do mundo lontra, mas andava por lá por causa da rainha.
Uma lontra garça bailarina sempre feliz e saltitante e outras que não tinham exatamente uma função a não ser a de ser feliz!
Onde está a nossa aldeia?
As lontras andam por ai...
Quase não se encontram, e quase viram castores de tanto que trabalham.
A lontra rainha,louca!Entediado sempre, o príncipe lontra, A princesa sempre ocupada nem briga mais com o sapo, cansado,cansado, cansado e o druida não inventa mais invenções, deu agora pra fazer contas!
Ainda se pode ver no fundo do sorriso um fulgor daquela loucura antiga, aquela risada quase insana guardada, no fundo bem no fundo, porque a lontrice se esconde, mas não passa!
espiadela
Pela janela entra o entardecer
O escuro espalha-se ao redor
As árvores levantam-se
Abrindo-se para o céu
E o céu as abraça
Em um abraço escuro e denso
Espio tudo em silêncio
Testemunha calada do amor
Entre o céu e o arvoredo
Tudo em um mesmo enegrecer.
O escuro espalha-se ao redor
As árvores levantam-se
Abrindo-se para o céu
E o céu as abraça
Em um abraço escuro e denso
Espio tudo em silêncio
Testemunha calada do amor
Entre o céu e o arvoredo
Tudo em um mesmo enegrecer.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Perseguidor de Sonhos!
Perseguir um sonho é um dom! Existem pessoas que passam a vida perseguindo sonhos, acreditam neles e te fazem acreditar também. Eu tenho como amigo um perseguidor de sonhos! Vive a vida procurando o que há de mais belo, a melhor imagem, o melhor som, a melhor bebida, o melhor filme... Enfim, rodeado realmente pelo que há!
De certa forma, eu também gosto do que é belo, também escolho, tenho poucos amigos e eles são em sua essência o que há de melhor, me fazem feliz!
Neste fim de semana fui visitar um amigo no seu sonho, tinha um show acontecendo lá! Um show de bom gosto na decoração, no atendimento, na musica, bebida! Ele de uma delicadeza tão sutil, talvez não tenha percebido o quanto foi gentil ao reservar na sua casa um lugar reservado do público, de onde eu podia ver a todos, assim, de longe. Ainda preciso ficar de longe, muitas pessoas ao meu redor me tiram o ar!
Durante todo o tempo em que estive lá fiquei refletindo em todas as críticas que ele sofreu, em todas as festas que não deram certo, em todas as dificuldades que ele vive nos seus dias, e principalmente no quanto ele é teimoso e persistente. Eu “como sua terapeuta” deveria mandar interna-lo por todas as loucuras, pelas tantas paixões vividas e trocadas a toda hora, pela teimosia sem fim. Mas, como sou tão ou mais delirante que ele o admiro e só não o libero da “terapia” porque confesso que me divirto ouvindo suas sandices.
Parafraseando ele mesmo “acho linda” a forma como leva a vida! Sei que na maioria do tempo por traz do sorriso fácil tem uma tristeza densa, consigo ver isso por detrás dos seus óculos, porém, como defensora do direito de ser triste, sorrio e finjo que não vejo.
É lá, “no melhor Pub do sul do mundo”, que ele disfarça toda sua tristeza e faz feliz um montão de gente! No seu sonho provisório!
De certa forma, eu também gosto do que é belo, também escolho, tenho poucos amigos e eles são em sua essência o que há de melhor, me fazem feliz!
Neste fim de semana fui visitar um amigo no seu sonho, tinha um show acontecendo lá! Um show de bom gosto na decoração, no atendimento, na musica, bebida! Ele de uma delicadeza tão sutil, talvez não tenha percebido o quanto foi gentil ao reservar na sua casa um lugar reservado do público, de onde eu podia ver a todos, assim, de longe. Ainda preciso ficar de longe, muitas pessoas ao meu redor me tiram o ar!
Durante todo o tempo em que estive lá fiquei refletindo em todas as críticas que ele sofreu, em todas as festas que não deram certo, em todas as dificuldades que ele vive nos seus dias, e principalmente no quanto ele é teimoso e persistente. Eu “como sua terapeuta” deveria mandar interna-lo por todas as loucuras, pelas tantas paixões vividas e trocadas a toda hora, pela teimosia sem fim. Mas, como sou tão ou mais delirante que ele o admiro e só não o libero da “terapia” porque confesso que me divirto ouvindo suas sandices.
Parafraseando ele mesmo “acho linda” a forma como leva a vida! Sei que na maioria do tempo por traz do sorriso fácil tem uma tristeza densa, consigo ver isso por detrás dos seus óculos, porém, como defensora do direito de ser triste, sorrio e finjo que não vejo.
É lá, “no melhor Pub do sul do mundo”, que ele disfarça toda sua tristeza e faz feliz um montão de gente! No seu sonho provisório!
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Tudo derramado!
Gosto do entardecer! Gosto de ver o céu mudar de cor e o mistério em sombras tomando conta de toda a ilha verde. A casa amarela com janelas fechadas e o cheiro de café e banho no ar, a mesa posta, o barulho de talheres, a conversa familiar.
Preciso do entardecer pacífico da minha casa, preciso muito passar um tempo assim, comigo cercada daquilo que amo, sem cobranças, sem precisar emitir opiniões, sem saber sobre opiniões, só eu e a minha vida. Minha vida simplesinha, na minha pequena casa, com cheirinho de cera, café e flores, com meus livros, musica suave ou o meu amado silêncio.
Tem sido difícil acordar todos os dias e tentar ser aquilo que todos esperam! Sinto uma fraqueza física e mental e uma dor inexplicável. É como se tudo de difícil que se passou tivesse ficado acumulado em algum lugar e esse lugar tenha sido aberto derramando tudo. O riso sempre tão fácil, tão presente, torna se raro quase extinto. Em seu lugar uma perspicácia, não natural, que percebe as verdades ao redor. Verdades que, melhor, ficarem desconhecidas.
Quase feliz, hoje cuidei do jardim, abandonado e seco, quase tão seco quanto meu humor. Coloquei flores na janela e acrescentei algumas cores delas em minha alma. Em tempo de Páscoa decidi que a minha passagem é para a paz! Quero muito ter paz! Não quero saber das verdades, a ilusão às vezes é mais feliz! "O bom é ser inteligente e não entender, é como ter loucura sem ser doida". Clarice já escreveu isso um dia e é a exata tradução do que quero.
Nesse momento tenho um grito entalado em minha garganta, um grito que quer ser solto, quer ser reconhecido, grito que pesa, adoece e faz força para se libertar. Grito tão simples. “Por favor, me deixem em paz!”. Quero ter o direito de ser transparente, translúcida, entar e sair a francesa, ser assim meio "Bossa Nova".
Preciso do entardecer pacífico da minha casa, preciso muito passar um tempo assim, comigo cercada daquilo que amo, sem cobranças, sem precisar emitir opiniões, sem saber sobre opiniões, só eu e a minha vida. Minha vida simplesinha, na minha pequena casa, com cheirinho de cera, café e flores, com meus livros, musica suave ou o meu amado silêncio.
Tem sido difícil acordar todos os dias e tentar ser aquilo que todos esperam! Sinto uma fraqueza física e mental e uma dor inexplicável. É como se tudo de difícil que se passou tivesse ficado acumulado em algum lugar e esse lugar tenha sido aberto derramando tudo. O riso sempre tão fácil, tão presente, torna se raro quase extinto. Em seu lugar uma perspicácia, não natural, que percebe as verdades ao redor. Verdades que, melhor, ficarem desconhecidas.
Quase feliz, hoje cuidei do jardim, abandonado e seco, quase tão seco quanto meu humor. Coloquei flores na janela e acrescentei algumas cores delas em minha alma. Em tempo de Páscoa decidi que a minha passagem é para a paz! Quero muito ter paz! Não quero saber das verdades, a ilusão às vezes é mais feliz! "O bom é ser inteligente e não entender, é como ter loucura sem ser doida". Clarice já escreveu isso um dia e é a exata tradução do que quero.
Nesse momento tenho um grito entalado em minha garganta, um grito que quer ser solto, quer ser reconhecido, grito que pesa, adoece e faz força para se libertar. Grito tão simples. “Por favor, me deixem em paz!”. Quero ter o direito de ser transparente, translúcida, entar e sair a francesa, ser assim meio "Bossa Nova".
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