Pages

terça-feira, 1 de maio de 2012

Inquietude

De onde estou vejo as árvores balançar ao vento e aqui deitada em uma espiadela que o sol dá em minha cama, penso na vida. As árvores crescem por todo o sempre. Continuam durante todo o seu viver a subir cada vez mais alto, espalhar seus ramos, renovar suas folhas, reconstruir aquilo que o vento, a tempestade, a vida, lhe arranca. Penso que também crescemos a vida toda, só que sem saber pra onde, com o tempo vamos mudando pra melhor, pra pior, mas jamais ficamos parados. Mudamos tão devagar que nem sempre percebemos. Também vamos repondo aquilo que o tempo ou a vida nos arranca, vamos substituindo pelo que também nos agregam. O tempo tem pressa e nessa pressa tudo muda devagar é como se a vida girasse ao contrário do relógio, a vida tem sua própria contagem de tempo, horas é rápida demais, horas devagar, horas fica parada... Por isso viver às vezes é tão doloroso e ao mesmo tempo nos agarramos a vida com tanta intensidade. Porque viver é bom! É bom ficar assim, deitada na espiadela do sol vendo as árvores crescer. É bom esperar as surpresas do outro dia. Não saber traz uma sensação de infinitude! Mesmo que o sol tenha cansado de espiar e nesse momento a cor cinza predomine os tons, as árvores lá fora continuam a crescer e sempre posso me aquecer de outra forma.

2 comentários:

  1. Magnifico. Sem palavras, Patricia.
    Voce eh grande.
    Que articulacao de pensamento.
    Vou imprimir e colar na minha parede.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah... Brigada! Fico feliz em saber que meus pensamentos estão por ai colados em uma parede!

      Excluir