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sábado, 19 de novembro de 2011

Pra que serve?

Um dia de céu tão azul e sol tão brilhante, do tipo que dói! Um vento de primavera pela janela, uma música qualquer no som do carro, e paisagens passando, passando... Penso na vida. Na minha e de tantas outras pessoas que de alguma forma tem sua vida trançada à minha.
Algumas ordens se inverteram, meus sábados agora não são de espera pelo carro vermelho que chega ao portão com pessoas amadas. Eles nem mesmo viram as flores que plantei no canteiro de entrada para recebê-los. Não houve tempo. Agora eu vou até eles. Arranco minhas raízes, luto contra a vontade de ficar, e saio da casa amarela, da ilha verde. A caminho de uma cidade confusa em um prédio no alto do morro. Que, apesar do lugar, tem sim, uma bela vista!
São alguns quilômetros de pensamentos, devaneios... Penso no quanto a vida é importante e o quanto não a percebemos. No quanto somos frágeis e, ainda bem, não nos damos conta. Anoto tudo isso em algum lugar especial daminha memória, tudo o que preciso realmente observar, experimentar, viver! Tudo que tenha real importância.
É provável que não me torne o ser humano tão melhor quanto planejo, certo que não esquecerei todas as futilidades e inutilidades sobre as quais minha vida gira. Mas por alguns segundos refleti... Quem sabe? Um dia, talvez... O real é que a percepção dos sentimentos vividos, a importância do amor, de todas as formas de amor, para resgatar uma vida foi uma lição aprendida. Nem precisa anotar, porque foi sentida. Sensações são difíceis de esquecer.
Coincidência ou não, essa parte da minha vida, essa pequena história, começou em uma noite escura, fria e nublada. Teve muitos dias cinzentos, onde eu olhava da sacada daquele prédio no alto do morro, rolos de nuvens cinza e um vento frio balançava de forma triste o pouco verde dali. E hoje, últimas cenas, quase final da história, olho da mesma sacada um céu tão azul quanto o azul dos olhos que por muito tempo permaneceram fechados. O vento é morno e suave como o amor refletido nos olhos castanhos que se espelham no azul.
O amor serve pra que? Para tornar possível a vida. E felicidade serve pra que? Para celebrar o viver!

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