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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Só no olhar

Quando chove muito assim, e me bate esse ócio criativo, me domina a diabrura. Sinto vontade de sair assim chapinhando nas poças fazendo água por tudo. Uma vontade atentada de criança de ficar suja de lama, rir e irritar, e depois rir novamente.


Tanto tempo pensando, pensando faz minha cabeça ficar superlotada com tantas ideias, ali tem tecidos fininhos coloridos com flores miudinhas, rendas leves e macias, botões pequenos e delicados, que viram camisas e vestidos esvoaçantes. Pedrarias as mais diversas que se juntam e formam pulseiras e colares.

Flores juntam-se e formam arranjos e se arranjam novamente e viram um jardim com sol e grama verdinha. Com bancos de madeira, espaços e recantos. Aparecem tintas e pincel, cercas coloridas, casinhas para os pássaros...

E nada, tudo ali dentro trancafiado querendo sair, a cabeça a mil e o corpo se recusa a obedecer. Fica ali teimando, aninhado em um edredom com um livro jogado do lado, e a diabrura? Só no olhar!



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