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domingo, 17 de julho de 2011

Revogados!

A caminho da ilha,
Novamente, amanhã. O sentimento é de tristeza, uma profunda e inconsolável vontade de chorar, um nó que teima em não sair da garganta. Somos náufragos de uma educação que há muito sobrevive de destroços e sobre eles.
Perdemos nossos direitos. A palavra de ordem foi revogar! Como a rainha de copas que ordena ao seu exército de cartas: “Cortem as cabeças”. O governador ordena aos seus comparsas deputados: “Revoguem!”.
Revoguem: Plano de carreira, gratificações, triênios... Revoguem, também, a justiça, as leis, a dignidade e o direito de pensar.
Ser professor está em mim como uma característica genética, no DNA. É nato! Nasci professora. Hoje sem minha carreira, minha dignidade, meu direito de pensar e principalmente o direito de acreditar nas leis, em quem faz as leis em quem às executa e em quem as que às julga, me pergunto: Eu existo?
Revogaram meu direito de existir! Como posso existir como professora se me negam direitos a cidadania? Essa lei trás em suas entrelinhas algo implícito, revoga-se e extingue-se de uma vez por todas o professor!
Volto à ilha, pra ver se me encontro, no sentimento e no olhar de cada um, na vontade e na força de luta. Vou até lá encontrar forças, me reabastecer de coragem, reforçar minha indignação. É lá que vou trocar o nó na garganta por um grito de liberdade!
“Deixe-me ir preciso andar, vou por ai a procurar, rir pra não chorar. Quero assistir o sol nascer, ver as águas do rio correr, ouvir os pássaros cantar. Eu quero nascer, quero viver. Se alguém perguntar por mim, diga que só vou voltar quando eu me encontrar”. (Cartola)

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