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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Gavetas de vida.



Gosto de gavetas, nelas encontro partes da minha vida em cartões, fotos, objetos esquecidos. Organizo quase tudo em gavetas, louça, panelas, talheres, fotos, roupas, sapatos... Minha vida também é organizada em gavetas de sentimentos, ressentimentos, amores, sabores...
Organizar em pastas seria mais moderno, mas gosto das gavetas! Tenho sempre a impressão que nelas há um mundo a parte. Aparecem objetos perdidos, misturam-se objetos e tem nosso cheiro lá. Gosto do meu cheiro e gosto de senti-lo em minhas gavetas.
Devia organizar minhas memórias em pastas, mais prático, mais moderno, mas não! Prefiro, elas, as gavetas. Em cada uma cabe exatamente o que eu quero e guardam os meus segredos, lembranças, inspirações!
Ultimamente as gavetas da casa amarela refletem as gavetas da minha cabeça e da minha vida, estão uma bagunça, tudo misturado. Parece que os objetos tomaram vida e saem por conta de uma gaveta pra outra, pra confundir! E os pensamentos! Lotam gavetas que já não fecham e ficam zanzando pela noite, desfilando em forma de preocupação. Os sentimentos Esses são os piores, alguns se perderam no fundo de alguma gaveta e já não os encontro, enquanto outros teimam em sair esse exibir pelos meus olhos o tempo inteiro.
Um tempo, é isso que preciso um longo tempo só! Pra organizar as gavetas da casa amarela, da minha cabeça e da minha vida. Enquanto não tenho esse tempo vou vivendo com tudo misturado em uma louca confusão de meias sem pares, xícaras sem pires, dores sem remédio, sentimentos e pensamentos soltos... Gavetas lotadas de vida, saudades e dúvidas!

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