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terça-feira, 31 de maio de 2011

Greve, Luta e Poesia!


Estar em Greve, ato político, estado de luta, medida extrema onde só se entra quando não se tem nenhuma outa saída e de onde tenho certeza só sairemos quando vermos nosso direito levado a sério.
Ser professor em qualquer lugar do mundo não é uma profissão fácil e também não é das mais reconhecidas. Aqui no nosso país ser professor por muito tempo foi sinônimo de fraqueza, falta de opção, derrota... Mas essa greve nos fez ressurgir e mostrar, que ser professor é sinônimo de Educação, de civilidade de força!
Quando começamos a ouvir em horários nobres, depoimentos exaltando a profissão dos professores, musiquinha enaltecendo sua importância é para ficarmos alertas e percebemos que alguma coisa errada muito errada está acontecendo.
Professor está sendo extinto, “somos as ultimas araucárias”, Madeira nobre, resistente, importante economicamente e para o ecossistema, por isso precisam resgatar o valor, para que outros professores possam se formar e garantir que daqui alguns anos existam algum em frente às alas de aula.
E o mais estranho é: Agora quando precisamos da mídia para que uma lei a nosso favor seja cumprida, onde estão os artistas, onde estão as reportagens?
Qualidade de educação começa sim por bons professores, é verdade, mas é difícil ser bom, quando temos uma carga horária excessiva. Um bom professor precisa de tempo pra ler, pesquisar, estudar. E falando em qualidade de educação que tal o secretário da educação que na verdade é sanitarista?
Gostaria de saber quantas dessas pessoas que hoje “tomam conta” da secretaria da educação estudaram em escolas públicas. Não acredito que uma pessoa que tenha estudado em uma escola pública e tenha presenciado o quase milagre que os professores fazem todos os dias pra ter um mínimo de qualidade, tenha tanto desrespeito pelos professores.
É um total descaso, uma falta de respeito indescritível! É visível o total desconhecimento do Cenário da educação em Santa Catarina pelo secretário da educação. Sr secretário, não faz lição de casa? Enfim, a pior greve é essa, a greve de competência! Essa sim, ultrapassou os 100%.
Um recado: se a ideia é nos assustar com uma folha com descontos e enfraquecer o movimento, saibam que estamos armados de persistência e coragem até os dentes! Essa luta é nossa e a vitória também será!
Continuaremos nossa guerra contra os moinhos de vento! E a poesia da nossa luta é e sempre será exemplo de cidadania!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Cota

Quando a conheci ela já era velha, e pelo que contava parece que havia nascido assim, velha! Dizia que velhas não usavam calças, só saias, maquiagem não era para velhas, também não se pode ter cabelos compridos e nem muito curtos quando velhas, nem fazer as unhas. Têm-se cardápios e horários especiais para velhos, velhos dormem cedo e acordam cedo.
Cota era elegante, com suas saias retas e camisetes estampadas com flores miudinhas, meias com ligas e sapatos baixos, sempre com lenços ou tocas cobrindo seus cabelos de neve. Sentava-se ereta, sempre na pontinha da cadeira. Usava cores sóbrias misturadas a tons pastéis.
Gostava de flores, e tinha um lindo jardim, com cerca-viva, roseiras, lilases, margaridas, camélias, lírios, flores-de-viúva e muitas ervas de chá.
Ela fazia infusões, chás. Garrafadas e benzeduras, no seu fogão de lenha, sempre fervia alguma coisa que perfumava tudo. E ali sempre tinha alguma delícia, biscoitos, doce de banana, doce de figo, canjica, pão de aipim... O feijãozinho que só ela fazia a carne de panela... Huuuum!E costurava bonecas de pano que eram replicas suas, feitas com os retalhos de suas roupas.
Mas suas especialidades não acabam por ai, ela era excelente contadora de histórias, a grande maioria de terror e também cantava versos e trovas que afirmava sempre serem verdades acontecidas há muito tempo.
A noite, ao lado do fogão onde a lenha crepitava, ela sentava com as pernas encruzadas e as mãos sobre o colo e iniciava a narrativa:
- Quando eu era pequena, lá no morro do amola faca, existia um homem que queria muito ter um filho. Mas ele não queria ser pai. Não, ele queria dar a luz. Passou um tempo e ele ficou de barriga, chamou à parteira, que logo viu que aquela barriga não era de gravidez. Resolveu dar uma lição no coitado. Procurou um gato, daqueles bem bravos e levou até o quarto onde o homem acreditava daria a luz ao bebê. Preparou a cama, mandou o homem tirar a roupa e pôr uma camisola, colocou o pobre em posição de parto e com as unhas do gato arranhou toda a bunda do homem. Depois enrolou bem o gato nos cueiros deixando só a cara de fora e levou para o homem. Vendo o “filho” o homem exclamou: Você ri né, mas a bunda do papai tá ardendo!
Isso aconteceu de verdade! Assim ela encerrava a narrativa. E também contava sobre o vizinho que em noite de lua cheia se transformava em lobisomem, e sobre a pedra grande que tinha no caminho ao lado da casa que era onde as bruxas se encontravam. Mas essas são outras histórias.

Amarelo Elo

domingo, 29 de maio de 2011

Abuso


Abuso é um termo muito usado aqui onde moro.
Onde moro? Acho que já expliquei, é uma cidadezinha pequena, com pouca gente e muito verde, rodeada de montanhas, onde chove profissionalmente, mas quando faz sol! É um brilho só, tão lindo que dá medo de olhar.
Como eu dizia, abuso é um termo que se usa muito por aqui, pra explicar quase tudo que nem explicação tem. Quando não se sabe o gosto: Nossa isso tem gosto de abuso!
Quando a pessoa é chata, ui ela é uma abusada!
Se não gosta de alguma coisa, tenho abuso por isso não como, ou por isso não vou!
Caso ficou triste, um pouquinho chateado, você pode dizer que ficou ou está com abuso.
Algo lindo ou delicioso pode levar um elogio: nossa que abuso!
E ainda pode-se usar o termo corretamente, como: Deus abusou do talento com a natureza por aqui!
Porque falar sobre abuso? Pra dizer que hoje foi um dos dias mais abusantes que já vivi! Um tédio! Estava lindo, tinha um sol daqueles,deslumbrante! Nem o sol hoje conseguiu me animar, passei o dia assim a suspirar pelos cantos, uma vontade de não sei o quê, de ir não sei onde. Um mal estar, de estar em qualquer lugar em qualquer tempo. Enfim, estou com abuso! É isso.
E pra abuso não tem remédio, ele vem e vai assim sozinho na hora que bem quer, tem que aceitar sua companhia e esperar que ele se vá.
Mas nada te impede de resmungar de vez em quando: ai, que abuso!

sábado, 28 de maio de 2011

Boa sim. Boba não!

Decepção,


Eis um sentimento doído, mas que na verdade é mais culpa de quem sente do que de quem causou. Decepcionamo-nos porque colocamos todas as nossas expectativas em outra pessoa ou em alguma coisa. Quando o que esperávamos não acontece, vem como uma onda violenta, derrubando tudo.
Sentimo-nos decepcionados, traídos, enganados, vingativos e raivosos. A raiva, acredito, é o sentimento irmão da decepção, andam juntos.
É um sentimento desconfortável pra mim. Não gosto de sentir raiva. A raiva me desequilibra com todo o universo. Transforma-se em uma profusão de suspiros, arranca o sorriso do meu rosto, arrasta minha vontade. E sempre, sempre, termina em uma tristeza, sólida. Uma certeza de que fui enganada por que deixei, a decepção é de única e exclusiva culpa, minha! Isso porque eu tenho esse hábito que não consigo abandonar, o de ser crédula! Boba! Sinto-me a criatura mais boba do universo!
Conversando um dia com um colega sobre outro assunto e ele falou a seguinte frase: “Bom sim, bobo não!” parece um preceito simples. Mas tenho refletido sobre isso e descobri que na maioria das vezes tenho sido boba, muito boba! E pensando sobre mim mesmo e em quantas coisas que não gosto e faço para contentar alguém. Ou faço coisas que detesto, para que as outras pessoas se sintam bem. Descobri que na verdade não tenho vida própria, todos tomam decisões por mim, que aprendi a fingir e ouvir o que as pessoas falam mesmo detestando. E pior de tudo, fazem isso porque eu concordo, sou conivente que sejam “grileiros” em minha vida.
Resolvi fazer algumas mudanças: um espaço só meu na “minha” casa; Falar com as pessoas quando tiver vontade; Vestir aquilo que eu quero; Só discutir um assunto se realmente estiver interessada; Falar o que penso; Nunca mais dar satisfações, a não ser que ache necessário; Morrer e nascer todos os dias.
É claro, não é tão fácil, não pra mim, não no meio onde convivo. É como arrancar raízes de hera a anos incrustadas em uma parede, ficam sulcos profundos. Anos dessa “bondade” boba foi como a hera na parede, infiltrou e deixou sulcos em toda a minha personalidade. Paredes, rebocamos e deixamos nova. Mas, personalidades? Não. Vamos moldando com o tempo, com suas infiltrações, sulcos e cicatrizes!
Estou cansada de decepções, não quero mais esperar das pessoas, é vital aprender! Não quero mais sentir aquela tristeza toda por ouvir uma palavra em um tom ríspido, não quero mais marejar os olhos por um gesto, não quero mais me irritar por esperar alguma coisa que nunca virá.
Então, arrancarei as heras e que se danem! Agora é: “boa sim boba não”!

adolescer

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Girafas e Saxofones.

Li em um livro, que não lembro o autor, não lembro o nome nem do que se tratava a seguinte frase: “A musica é o silêncio em movimento”, da frase lembro. Lembro, de ter sublinhado e refletido sobre ela. E de tudo que li naquele livro foi o que ficou.
Aqui na casa amarela, na ilha verde, onde moro o silêncio se movimenta muito, de diversas formas, no murmurar do riozinho que passa ao lado, no canto do sabiá-laranjeira, no farfalhar das folhas quando o vento as toca.
De manhã se exercita no assobiar sertanejo do meu pai, que passa pela minha janela. Ou vem de rock ou reggae, no som dos carros de todos que vem para o almoço.
Mas é a noite que ele “abusa” de todos os movimentos, e ainda em vinil se move clássico, jazzístico ou então se rebela no rock in roll. MPB também rola e o silêncio rebola provocante!
Todos na casa amarela amam o silêncio e amam também seus movimentos!
Eu? Amo assim, do meu jeito. Sem preferencia, tempo ou estilo. Horas o quero em movimentos hábeis e horas assim bem paradinho. Meu maior encantamento são as palavras que se movem junto com o silêncio, nas letras das musicas. E tenho um fascínio especial pelos instrumentos usados para guiar o movimento do silencio.
Resolvi que quero um saxofone. Aproveitando-me de uma conversa onde se promete o mundo um ao outro, pedi: Você me dá um saxofone? Imagine! A resposta veio de súbito: Pra que Você quer um saxofone, vai aprender a tocar por acaso? Fiz beicinho, me fiz de ofendida, mas na verdade estava ganhando tempo, vasculhando dentro de mim uma razão.
É claro que não! Tenho a certeza de que não sou capaz de tocar saxofone. Então pra que eu quero? Meu cérebro respondeu de pronto, pelo mesmo motivo que quer uma girafa, são lindos, pescoçudos e dourados! Mas não confesse isso a ninguém, vão achar que é louca!
Então respondi: acha que não sou capaz de aprender a tocar saxofone? Já aprendi tantas coisas mais difíceis! Sabe que quando quero alguma coisa sou persistente, consigo.
Até eu me convenci, estou vendo o dia em que uma girafa irá passear pelo pomar da casa amarela embalada por um silêncio que se move através do saxofone!

Greve = Direito

Estar em greve! É mais que uma ação conjunta é um estado de espirito. É um parar de indignação. É um lutar com ações, palavras, comportamento e união.
Esse é um estado de espirito, novo para mim, confesso! Se existe um titulo que não combina comigo e esse: “grevista”. Logo eu, que sou assim, um tanto alienada, que vou passando pela vida de levinho, sem tentar entender muito como as coisas funcionam. Não me entenda mal, me preocupo com o mundo, muito. Mas não com a parte que mais deveria me preocupar, o que me toca meu plano de carreira, meus direitos. Minhas preocupações são mais amplas, normalmente é com o planeta, com o mundo inteiro... Deve ser um defeito a mais que se adquire quando se estuda Biologia. Ou observamos o Macro, ou o micro, e ficamos assim sem observar o prático. É mais fácil ficar horas observando um musgo em uma rachadura na calçada, do que parar e ler um manifesto.
Mas, na verdade o que eu queria contar é: Estou em greve! Estou solidaria aos meus colegas de profissão! Esta sendo uma grande lição de cidadania pra mim. Lutar por um direito meu! Com certeza esse é um bom início para melhorar o planeta, valorizar as pessoas que são responsáveis por formar ideias nas cabeças de outras pessoas.
Essa é a minha primeira greve, e pensando sobre isso, o motivo é o mais estranho. Fazer greve para que uma lei seja cumprida! Quando votamos, acreditamos que estamos elegendo a pessoa que irá nos representar e para tanto cuidará para que as leis sejam cumpridas. Então, que pensamento torto!? Temos que entrar em greve para que o nosso representante cumpra uma lei!
Na verdade acredito que quem está 100% em greve é a falta de vergonha na cara, se uma lei tão clara não é cumprida, então, é uma greve geral da honestidade!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Mosaico

Ela é a fala
Ele o silêncio.
Ele música
Ela reflexão.
Ela ama os livros
Ele ama os discos.
Ela é todas as cores
Ele do bege ao cinza.
Ela é vintage
Ele vidro e aço.
Ele joga futebol
Ela cultiva flores na janela.
Ela ama o mundo e as pessoas
Ele a ama.
Vivem juntos há tanto tempo que até se confundem,
Ele que é tão silencioso ouve música e vai cantarolando,
Enquanto ela que é comunicação, lê e escreve em silencio!
E ali, na casa amarela da ilha verde, onde moram,
Vão juntando seus pedaços e formando um
Mosaico de música, livros, pessoas e amor.
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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Indefinição

Logo a mim que tenho como profissão definir, coube esse sentimento.
Uma interrogação infinita, um etc no inicio da linha da vida. Tiraram-me o chão e eu que sou um ser de terra, estou a flutuar entre o sim e o não, entre indignação e medo, entre presente e futuro. De repente me sinto assim, um não sei, um talvez, um sei lá! É uma agonia esse não saber, não ser...
E como se descreve um ponto de interrogação bem no meio da alma?
É como visualizar um vazio, o oco do nada, você olha e tem um espaço lá. É isso tem um buraco negro bem ali no meio do meu eu e vai engolindo tudo que tem em volta, formando um vazio.
Do ponto de vista matemático, um buraco negro é um beco sem saída, uma indeterminação. É um ponto ínfimo com massa descomunal que engole o que está a uma determinada distância e “entorta” o espaço-tempo ao seu redor. Enfim, é uma indeterminação.
Esse é o meu sentimento, EU, engoli um buraco negro!
Agora ando por ai, sem definição, sem tempo, sem resposta!
Me sentindo assim, indefinida.

sábado, 21 de maio de 2011

A Menina do Telhado



A menina que mora no telhado tem nome doce, nome de doce, doce de flor. Como o sol, quando sorri, dá um calorzinho bom dentro do peito é tão pequena e ocupa! Ocupa espaço, tempo e amor. É bailarina, princesa e fada, segundo ela aprendeu cortar cebola em Harvard.
Faz perguntas, tantas! Porque não comemos flores? Como eu faço pra voar? Porque essa cor se chama azul? Porque a minha amiga é pretinha e eu não? Porque eu não estou ai nas tuas historias? Por que eu dei oi?
Tem grande preocupação com a morte, explica que, as pessoas quando ficam velhas morrem, e então são enterradas! E pergunta sempre pra bisavó, você é velha?
A criatividade pra por nome nos animais e nas bonecas é ótima, as bonecas são: Cota, Joaquina, Marieta... A cadela é Papoula e o peixe Peixoto.
Quando sai de casa seus olhos que já são grandes tornam-se maiores e mais brilhantes e a boca, já pequena, transforma-se em uma pintinha rosa no meio do rosto e é difícil arrancar uma palavra. Mas se tiver musica encanta, porque então ela que é bailarina, baila como ninguém!
Agora mora ali, no telhado! E ali de cima ilumina todo quintal com suas risadas e suas canções adaptadas e inventadas! E a nossa vida, aqui na ilha verde onde moramos se ilumina e se enche desse aroma e sabor de Mel.
Assim ela responde eu sou a Mel e moro ali, no telhado!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Somos Dom Quixote.

Meu bisavô foi o primeiro professor daqui, lugar distante, pequeno com pouca gente. Hoje ele é nome de uma pracinha, pequena mais parece um cruzamento. Tive uma tia avó, que também foi professora. Minha tia, que era uma pessoa tão especial, foi professora. Hoje ela é o nome de uma escola. Meu pai não foi professor, não por não ter tido condições de estudar, mas trabalhou a vida toda em uma escola, ensinou, educou e dividiu sua vida entre a família e os alunos, ele amou e ainda ama aquela escola. Meu irmão podia ser engenheiro, chegou a começar, não resistiu, é professor. Eu sou professora. Por isso acredito que ser professor não é simplesmente uma escolha, um dom é uma sina, uma saga que temos que cumprir. Somos como Dom Quixote em uma luta apaixonada contra os moinhos de vento.
Professores reclamam. Reclamam sempre, da vida que levam, da má remuneração, da carga horária em excesso, por ter que trabalhar muitas vezes em mais de uma escola, pelo desrespeito dos alunos, pela falta de apoio dos pais. Mas porque não largam tudo? Porque não partem pra outra? Alguns por falta de opção, outros por falta de coragem, mas a maioria por Paixão! Estranho? Nem tanto, ser professor é algo apaixonante.
Nas veias de um professor, também corre sangue ele também comete erros e acertos como qualquer profissional, mas sobre suas costas ele carrega toda responsabilidade do que será o mundo. Os caminhos a ser seguido, o bom profissional, o cidadão correto... Em grande parte é responsabilidade do professor. Além dessas responsabilidades há de dar conta de colar os coraçõezinhos partidos dos filhos de uma família desestruturada, ouvir as mães desesperadas por não conseguirem mais educar seus filhos, resolver a sexualidade dos adolescentes os envolvimentos com drogas... Enfim, sobra tão pouco tempo, para ser professor!
Hoje, os professores, estão menos criativos, menos politizados, menos críticos, estão doentes! Estressados, deprimidos, com problemas, nos ossos, na coluna, principalmente doentes de alma! Há tempos, não se ouve um muito obrigado professor! Há tempos ouvimos os gritos dos filhos e as criticas dos pais.
Mas continuamos, estamos lutando isso porque acreditamos! Isso porque estamos cumprindo nossa sina, porque é difícil esquecer uma paixão! Mas de verdade? Queremos ser tratado com dignidade, receber um salário justo, trabalhar um tempo justo, sermos realmente professores! Nem ligamos se vamos ser nome de praça ou de escola, queremos ser reconhecidos agora, queremos um sorriso de gratidão, queremos dizer “sou um professor”, e que a pessoa ouvinte saiba o quão importante foi e é um professor na sua vida e na vida de todos.

domingo, 15 de maio de 2011

Eu e Elas!

Descobri que não sou uma, é claro que há uma que domina, aparece mais. Essa é responsável , cumpridora das regras. E o que eu considerava loucura, é a outra. A que fala o que pensa que gosta de roupas coloridas, que dá razão aos sentimentos e nunca, nunca houve a razão!
E eu quem sou? Uma terceira, a que observa. De qual mais gosto? Não sei responder, elas são convenientes. Necessárias! A primeira torna a minha vida confortável, socialmente aceitável, faz as pessoas que amo feliz! A segunda me faz feliz! Realiza os meus desejos, mesmo os mais estranhos, dança, bebe é inconsequente, é surpreendente! Até pra mim que convivo tão intimamente dentro de um mesmo corpo e divido a mesma alma.
Difícil é quando um sentimento toma conta, e quer juntar as duas! Isso me faz confusa, todo esse tempo e ainda não aprendi. Não sei compartilhar com a razão e a paixão um sentimento só! Isso desestrutura, bagunça tudo e por certo tempo, uma toma consciência de que a outra existe. E ficam lá cada uma com seus argumentos é enlouquecedor!
Hoje tomei uma decisão, que disputem esse sentimento, vou hibernar! Veremos o que farão sem mim! Preciso me poupar! Talvez não se enxerguem também, e vão levando a vida assim, meio confusa, mas talvez me chamem de volta pra organizar toda a bagunça. Eu estarei lá, eu, a que observo!

sábado, 14 de maio de 2011

Carrego Árvores no Bolso

Sempre fiz isso. Mesmo antes de ser bióloga! Minha mãe conta que quando eu era bebê coloquei sementes de uma planta no nariz, fui parar no pronto socorro! E mais tarde, essa eu lembro, comi umas flores, e minha boca ficou cheia de bolhas. Devo ser a única mulher que ao ganhar um buque de flores tem vontade de comê-las e não de chorar como seria esperado! Canibalismos à parte, as plantas me fascinam, desde pequena!
Sei que corro o risco de que me achem meio doida, mas... acredito, as plantas sentem! Têm alma. Não é porque não as entendo que elas não sentem! Depois de ler, “o senhor dos anéis” tive uma revelação, passei a creditar mais ainda, encanta-me a parte que fala sobre os Ents. Alguém dúvida que o mundo descrito por Tolkien existe ou existiu?
As sementes sempre me encantaram, sua forma, suas cores, texturas e o segredo que guardam dentro dela! Sempre trouxe pra casa todo o tipo de semente! Meus pais fazem isso também! Na casa deles sempre têm algumas, em uma gamela ou peneira, ficam lá, quietinhas espiando e esperando o dia que serão colocadas na terra. Eu confesso, nunca plantei nenhuma, dou todas pros meus pais, eles guardam por lá e um dia plantam. Em uma tarde qualquer, chamam pra mostrar, as folhinhas apontando pro sol, vitoriosas! E a gente fica por um longo tempo cuidando e esperando pra ver a surpresa. Em que árvore a pequena semente vai se transformar? Melhor ainda é quando plantam e esquecem, um dia aparece uma planta estranha, diferente, então a gente se reúne envolta, e examina e observa, até que alguém lembra: ah, essa planta era aquela semente que plantei há muito tempo, havia esquecido!
Assim, acabamos morando em uma espécie de floresta particular! É uma ilha verde! Onde convivem muitos Ents!
E qual não foi minha surpresa, quando meu filho, vindo de um congresso de arquitetura em Brasília o que trouxe no bolso? Várias sementes das plantas do cerrado! Algumas estão lá, esperando pacientes! Outras já foram plantadas, resta saber o que elas vão achar do nosso clima úmido e frio e se vão sobreviver a saudade das plantas amigas de lá!

Te Amo - Pablo Neruda

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Tristesse.

Quero escrever sobre a tristeza. Estive pensando ela é um vício!
É tão intensa! Trás uma mistura tão grande de sensações, envolvente como uma bruma. Num instante e está tomado por ela, envolvido, rendido, dominado. E vem tão fácil! Qualquer gesto, palavra, lembrança vem com ela de braços dados. É como uma mão aveludada, acariciando vagarosamente e se infiltrando, até que você a sente. Está ali. Você não está mais só! Tem a certeza de sua presença por que sua alma dói! Não é uma dor dilacerante, é uma dor etérea. Vai te roubando o sorriso, a graça, a vontade, passa da sua alma para o seu corpo. Como um hóspede, se instala e ocupa os melhores espaços, sua cabeça, seu coração. Às vezes aperta sua garganta pra que você lembre que não está só e tem que dar-lhe atenção,é a sua hóspede, a tristeza!
Um dia, excede tanto no seu domínio sobre seu corpo e sua alma, exagera nos apertos e nos nós que faz em sua garganta, causa uma tempestade! Assim você chove. Ela escorre pelo seu rosto e vai embora. Por algum tempo. Até que você se distraia, então ela volta. Quando você percebe, acostumou-se com a sua presença, porque vem fácil! Não é como a felicidade, que está sim, nas coisas mais pequenas e simples. Mas que, só os mais treinados conseguem ver e te escapa tão facilmente! Tão difícil retê-la, fica com você somente por instantes e quando se vai fica um grande vazio, mais um espaço que pode ser ocupado pela tristeza!

terça-feira, 10 de maio de 2011


A vida é uma festa!

Finalmente chegou o dia, a passagem: passei dos quarenta!
Não doeu, nadinha! Eu até fiquei doente, estou de cama, nem fui trabalhar, mas, juro, não foi por isso!
Aproveitei esse tempo ocioso, porque tempo pra mim é um luxo, para refletir sobre todo esse tempão de vida! Nos meus pensamentos vagaram cores, perfumes e sabores dos mais variados! E muita, muitas pessoas! Pessoas especiais, cada uma, das que guardei, foram ou são especiais! Únicas!
Lembrei-me das minhas avós, como fui feliz com elas! Na casa delas!
Na casa de uma tinha sempre muita gente. Era uma casa dançante, sempre com muita música e muita fé e um amor familiar que atravessa as gerações. Foi lá que eu aprendi o valor da família, e o amor pela leitura!
A casa da outra era mágica, lá existiam bruxas, lobisomens e tantos outros seres mágicos! E no ar havia sempre um cheiro bom de comida no fogão- a- lenha, misturado com ervas e com as flores do jardim que eu amava! Quando me despedia sempre me dava uma camélia pra trazer pra casa, foi dela que herdei o amor pelas flores.
Também fui cercada de tias e todos os mimos que cada uma delas me deu! Não posso citar todas elas, por que são tantas! O que posso dizer que ser mimada é de responsabilidade delas que fizeram todas as minhas vontades.
Muitas tias, muitos primos! Com eles, construí casas de bambu, jangadas, “armas secretas”, fiz espetáculos de teatro, testamos receitas secretas e também ficamos horas refletindo sobre a vida na grama sob o sol!
Lembrei que sempre tive muitas pessoas em minha vida. Mas amigos, eu sempre tive poucos, porém, estes são pra toda vida! Cada um deles tem uma importância muito grande na minha vida e no que sou! O maior e melhor de todos é o meu irmão, com quem rolei pelo chão, grudada nos cabelos, por causa de quem muitas vezes levei alguns tapas, mas que hoje é meu melhor parceiro pra tudo que a minha louca cabeça imagina!
Tive a sorte de ter pais que se amam, que me deram tudo que uma criança precisa pra crescer feliz e saudável!
Sempre falo que tenho a certeza de ser amada por Deus, mesmo não sendo a mais dedicada das suas ovelhas, essa certeza se comprova ainda mais quando penso na família que formei!
Quanto a ser mimada? Continuo! Cada vez mais, insuportavelmente mimada pelo meu marido, que me mima todos os dias!
E Eu?

Tento retribuir tudo isso, amando as pessoas que vivem ao meu redor, não fazendo o mal e sendo feliz!

domingo, 8 de maio de 2011

Isso!

Mãe do Avesso!

Se alguém me perguntar que tipo de mãe eu fui, eu responderia: do avesso! Fiz tudo ao contrário! Fui mãe na adolescencia, então, de certa forma cresci com meus filhos! Com certeza, não fui a melhor mãe do mundo! Também não fui uma mãe comum e nem a pior!
Pari, parto normal e amamentei, apesar de ainda ser uma criança. Banhei e vesti como se fossem minhas bonecas. Amei, brinquei e chorei com eles quando não sabia o que fazer!
Quando eles estudavam eu também!
Deu certo? Acredito que sim. São duas pessoas de personalidades completamente diferentes. Mas, tem em comum, o caráter, a honestidade.
Preocupação com o mundo e com as coisas do mundo. São inteligentes, criticos e competentes.
Qual a receita? Eu os amei! e amei, e amei... e amo de forma apaixonada, intensa, incondicional!
E eles? Estão por ai... amando, acertando, errando, sendo lindas pessoas do bem!
Eu? Se não sou a melhor mãe do mundo, com certeza sou a mais Feliz!

sábado, 7 de maio de 2011

Que abuso!

Em uma viagem de trabalho, após dois dias de cansativas reuniões, ganhamos uma tarde de folga, eu queria ficar no hotel dormindo. Exausta dos dias anteriores, de acordar cedo, da viagem, da noite anterior em que havia sido convencida a perambular pelo shopping em intermináveis entradas e saídas de lojas sem comprar nada!
Minha colega de quarto, com uma energia invejável queria ir ao cinema! eu adoro cinema. Mas, a tarde!? normalmente é cheio de crianças e adolescentes e os filmes, não muito bons.
Esqueci de dizer, além de uma energia invejável, ela tem um poder de convencimento inacreditável!
Fui! Novamente no shoping. Queria assistir "Cisne Negro" ela um outro filme com Nicolas Cage, não lembro o nome... nada feito! Nenhum dos dois estava disponível naquele horário. Escolhemos "o turista", porque se o filme não fosse bom, ver Johnny Deep, vale!
O filme era bom, não do tipo que você recomenda, nem que se torna inesquecível, nem vai fazer você se sentir mais intelectual.
Mas o detalhe nisso tudo, se é que ser pode chamar aquele "ser" de "detalhe", é Angelina jolie. Nossa! eu a detesto! tanta beleza e sensualidade deveria ser inconstitucional! O que é aquela mulher? Um abuso!
Ela é magra, tem olhos enorme, uma boca que não tem adjetivo, cabelos perfeitos e anda como um predador!

É o que digo: uma abusada!

A caixa!


Hoje véspera do dia das mães, fui comprar um presente pra minha mãe! Que é o oposto de mim! Não é vaidosa, não liga pra roupas, sapatos, bijuterias, maquiagem, nada daquilo que me faria tão feliz comprar (mesmo não sendo pra mim).
Também não queria eu, comprar porta retratos. Nem objetos inúteis, Nem eletrodomésticos. Não pode ser algo caro, com risco de causar um drama familiar!
Flores! Só se orquideas, mas já dei várias.
Ela gosta de cestos e caixas! Pra que? sei lá! Guardar a vida lá dentro! Em cada cesto e cada caixa, você encontra: fotos, cartões e cartas antigas, documentos, botões antigos de uma roupa que não mais existe, linhas e agulhas, rémedios e chás para todo tipo de dor, receitas, rendas e fitas... em alguma encontramos nosso passado! Um bilhetinho, o boletim escolar, um sapatinho de bebê que, incrível! Um dia esquentou nossos pés!
Então, comprei uma caixa!
E agora? O que colocar na caixa?
Qualquer coisa que eu coloque ali dentro...não será adequado ou suficiente, pra agradecer tudo!
Nem mesmo com os meus 24 anos de experiência maternal, consigo encontrar alguma coisa que simbolize toda a importância da minha mãe!
Resolvi colocar um mimo para simbolizar todos os pensamentos que tive durante a compra do presente... para vaidade comprei um kit para unhas; por praticidade um amarrador de cabelos (porque ela anda sempre descabelada); por ser protetora, uma meia; por todo amor, flores em um broche pra ela pregar no lado do coração, que é onde, tenho certeza, mora muita gente!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Votos de submissão

Caso você queira posso passar seu terno, aquele que você não usa por estar amarrotado.
Costuro as suas meias para o longo inverno...
Use capa de chuva, não quero ter você molhado.
Se de noite fizer aquele tão esperado frio poderei cobrir-lhe com o meu corpo inteiro.
E verás como minha a minha pele de algodão macio, agora quente, será fresca quando janeiro.
Nos meses de outono eu varro a sua varanda, para deitarmos debaixo de todos os planetas.
O meu cheiro te acolherá com toques de lavanda - Em mim há outras mulheres e algumas ninfetas - Depois plantarei para ti margaridas da primavera e aí no meu corpo somente você e leves vestidos, para serem tirados pelo total desejo de quimera.
Os meus desejos irei ver nos teus olhos refletidos.
Mas quando for a hora de me calar e ir embora sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.
Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola, mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim.
(Nem vou deixar - mesmo querendo - nehuma fotografia.
Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda a minha poesia)
Fernanda Young

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Puedo escribir los versos mas tristes esta noche.....

Callada!

méchanceté!

Imperfeição! gosto do imperfeito, penso que defeitos são o que tornam as pessoas mais interessantes. Eu, tenho vários! E da maioria deles não me orgulho! Mas, tem alguns dos quais gosto, parece que dão mais graça a vida. Como esquecer fácilmente, objetos, nomes, números, ser exagerada,falar tudo que vem na cabeça, dar rizada quando não pode...
Tenho uma característica que uma amiga diz que é um defeito: jamais guardar nada de ruim, nem palavras, nem sentimentos, nem situações!Essa minha amiga me chamava de "tança"!(minha amiga Eliete, fico mais "tança" sem você por perto). Hoje, ela seria a única pessoa a ter orgulho de mim!
Uma pessoa conseguiu o que nunca ninguém havia conseguido, despertou em mim, rancor, ódio mesmo!ódio por sentir rancor. Sentimento ruim, que faz mal para quem sente, ódio porque na verdade nem considero essa pessoa. Penso que ela é uma pobre coitada, chata, mal vestida e burra!
Mais burra sou eu! pois perdi alguns segundos ouvindo o que ela disse, me magoando com o que não era verdade e odiando-a. E ainda pior, me dei o direito de derramar lágrimas. Só me perdôo porque estou doente, fragilizada, isso está mexendo com meu equilibrio!
Mas... como sou humana, imperfeita e criativa, sequei as lágrimas, planejei uma pequena vingança e fiz uma pequena maldade!
Descobri que tenho mais um defeito, sou maquiavélica! E pior, curti!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Tempo dúbio!

Falta uma semana pro meu aniversário, já estou em época de não-comemoração. Uma semana e fico procurando quais novos defeitos surgiram.
Me sinto horrivel, me sinto velha, me acho ultrapassada. Quarenta e um, número horroroso!
Mas a delicia e o motivo de escrever sobre isso é:
Em meio a uma cólica renal, eu ali descabelada, suando frio, me contorcendo em dores, o médico me passa uma requisição de exame. O que tem lá!?! "A Cura", idade da paciente: 30 anos. Isso cura tudo ( cólica renal não!).
Mas aqui da "altura" dos meus ainda quarenta anos, posso dizer que me sinto confortável como se estivesse vestindo uma roupa sob medida. Vaidades à parte, foram anos de muito luta e muitas vitórias! Posso dizer, sou vitoriosa!
É claro que vou continuar lutando, isso está intrínseco em mim! Com o bom humor e a leveza de sempre! Porque viver é o que há e um pouquinho de vaidade não faz mal algum.
Ah um beijo pro médico do pronto socorro que não melhorou em nada minha cólica renal, mas me fez mais feliz!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Inveja


Inveja! sentimento ruim! Ruim pra quem é invejado, acredito que pior pra quem inveja. A pessoa te olha, mas não te vê. Só deseja o que você tem, quer ser você! Você se afasta, tenta passar desapercebido... pensa forte: estou invisível, estou invisível, estou invisível.... e lá vem a inveja personificada, te puxar o saco, olhar o que você esta vestindo,te copiar, sugar tua energia, tentar clonar você.... aaaaiii!
Doença, é isso, só pode ser! O que fazer? ficar invisível? não funciona! fingir que não percebe, também não, o invejoso irrita! Abandonar os amigos, deixar pro invejoso, também não dá certo! o invejoso nunca fica contente!
Dizem que arruda é bom... Será que usar uma colonia de arruda resolve? é fedorenta! provavelmente vai espantar a todos!
Enquanto não resolvo, exercito minha infinita paciência e tento ser mais invisível, fingir que não vejo, ficar menos tempo com os amigos e carregar um raminho de arruda, um pouquinho de sal grosso, água benta, que se não funciona , mal não faz!

domingo, 1 de maio de 2011

la libertad!

Final de domingo! é um momento difícil, quase um parto! resolvo juntar todo esse tédio com a pesada obrigação de corrigir as famigeradas provas de recuperação. E, depois de ler repetidas respostas corretas... repetidas respostas ridículas, irritantes criativas e até hilariantes! percebo que está escuro, um disco da Mercedes Sosa ( disco mesmo, de vinil) toca no outro quarto. Penso: "Nossa! existe vida, posso viver apesar de!" me vem então uma cena do filme "E o Vento Levou".
Cena: Ajoelhada, com um gabarito de prova amassado na mão,grito, "jamais corrigirei provas novamente". Bom, pelo menos até amanhã!

Essa ridícula cena me faz perceber que o vento levou minha melancolia!

Pablo Neruda - Me gustas cuando callas

la mélancolie

"Melancolia, maneira romântica de ficar triste." Traduziu Mario Quintana. Quando fico triste chovo. Fico escura como uma tempestade, gosto de ficar só. Eu e a minha melancolia! É um raro sentimento em mim... mas não é de todo mau. É necessário! Me faz reflexiva. Não sinto vergonha de estar triste, mergulho nela, faz parte de mim. Hoje não estou pra festa, quero ficar assim quieta. Em uma introspecção tão densa, que faz barulho. São os trovões da minha tempestade particular. Amanhã eu volto! feliz, barulhenta inquieta e desatenta como um dia depois de uma tempestade!