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sábado, 14 de maio de 2011

Carrego Árvores no Bolso

Sempre fiz isso. Mesmo antes de ser bióloga! Minha mãe conta que quando eu era bebê coloquei sementes de uma planta no nariz, fui parar no pronto socorro! E mais tarde, essa eu lembro, comi umas flores, e minha boca ficou cheia de bolhas. Devo ser a única mulher que ao ganhar um buque de flores tem vontade de comê-las e não de chorar como seria esperado! Canibalismos à parte, as plantas me fascinam, desde pequena!
Sei que corro o risco de que me achem meio doida, mas... acredito, as plantas sentem! Têm alma. Não é porque não as entendo que elas não sentem! Depois de ler, “o senhor dos anéis” tive uma revelação, passei a creditar mais ainda, encanta-me a parte que fala sobre os Ents. Alguém dúvida que o mundo descrito por Tolkien existe ou existiu?
As sementes sempre me encantaram, sua forma, suas cores, texturas e o segredo que guardam dentro dela! Sempre trouxe pra casa todo o tipo de semente! Meus pais fazem isso também! Na casa deles sempre têm algumas, em uma gamela ou peneira, ficam lá, quietinhas espiando e esperando o dia que serão colocadas na terra. Eu confesso, nunca plantei nenhuma, dou todas pros meus pais, eles guardam por lá e um dia plantam. Em uma tarde qualquer, chamam pra mostrar, as folhinhas apontando pro sol, vitoriosas! E a gente fica por um longo tempo cuidando e esperando pra ver a surpresa. Em que árvore a pequena semente vai se transformar? Melhor ainda é quando plantam e esquecem, um dia aparece uma planta estranha, diferente, então a gente se reúne envolta, e examina e observa, até que alguém lembra: ah, essa planta era aquela semente que plantei há muito tempo, havia esquecido!
Assim, acabamos morando em uma espécie de floresta particular! É uma ilha verde! Onde convivem muitos Ents!
E qual não foi minha surpresa, quando meu filho, vindo de um congresso de arquitetura em Brasília o que trouxe no bolso? Várias sementes das plantas do cerrado! Algumas estão lá, esperando pacientes! Outras já foram plantadas, resta saber o que elas vão achar do nosso clima úmido e frio e se vão sobreviver a saudade das plantas amigas de lá!

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