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sábado, 28 de maio de 2011

Boa sim. Boba não!

Decepção,


Eis um sentimento doído, mas que na verdade é mais culpa de quem sente do que de quem causou. Decepcionamo-nos porque colocamos todas as nossas expectativas em outra pessoa ou em alguma coisa. Quando o que esperávamos não acontece, vem como uma onda violenta, derrubando tudo.
Sentimo-nos decepcionados, traídos, enganados, vingativos e raivosos. A raiva, acredito, é o sentimento irmão da decepção, andam juntos.
É um sentimento desconfortável pra mim. Não gosto de sentir raiva. A raiva me desequilibra com todo o universo. Transforma-se em uma profusão de suspiros, arranca o sorriso do meu rosto, arrasta minha vontade. E sempre, sempre, termina em uma tristeza, sólida. Uma certeza de que fui enganada por que deixei, a decepção é de única e exclusiva culpa, minha! Isso porque eu tenho esse hábito que não consigo abandonar, o de ser crédula! Boba! Sinto-me a criatura mais boba do universo!
Conversando um dia com um colega sobre outro assunto e ele falou a seguinte frase: “Bom sim, bobo não!” parece um preceito simples. Mas tenho refletido sobre isso e descobri que na maioria das vezes tenho sido boba, muito boba! E pensando sobre mim mesmo e em quantas coisas que não gosto e faço para contentar alguém. Ou faço coisas que detesto, para que as outras pessoas se sintam bem. Descobri que na verdade não tenho vida própria, todos tomam decisões por mim, que aprendi a fingir e ouvir o que as pessoas falam mesmo detestando. E pior de tudo, fazem isso porque eu concordo, sou conivente que sejam “grileiros” em minha vida.
Resolvi fazer algumas mudanças: um espaço só meu na “minha” casa; Falar com as pessoas quando tiver vontade; Vestir aquilo que eu quero; Só discutir um assunto se realmente estiver interessada; Falar o que penso; Nunca mais dar satisfações, a não ser que ache necessário; Morrer e nascer todos os dias.
É claro, não é tão fácil, não pra mim, não no meio onde convivo. É como arrancar raízes de hera a anos incrustadas em uma parede, ficam sulcos profundos. Anos dessa “bondade” boba foi como a hera na parede, infiltrou e deixou sulcos em toda a minha personalidade. Paredes, rebocamos e deixamos nova. Mas, personalidades? Não. Vamos moldando com o tempo, com suas infiltrações, sulcos e cicatrizes!
Estou cansada de decepções, não quero mais esperar das pessoas, é vital aprender! Não quero mais sentir aquela tristeza toda por ouvir uma palavra em um tom ríspido, não quero mais marejar os olhos por um gesto, não quero mais me irritar por esperar alguma coisa que nunca virá.
Então, arrancarei as heras e que se danem! Agora é: “boa sim boba não”!

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