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terça-feira, 7 de junho de 2011

Escrava de Jó!

E a greve se inicia,
Até então, estávamos na zona de conforto, o governo nos cozinhando em banho maria. Primeiro afirmou já pagar o piso, depois afirmou a intenção de pagar, mexeu e remexeu na nossa tabela salarial, “esculhambou” nosso plano de carreira, que confesso, já não é grande coisa. A sensação é que estamos naquela brincadeira antiga “escravos de Jó” aonde as pedras vão e voltam de acordo com a musica.
Escravos de Jó
Jogavam Caxangá
Tira,
Põe,
Deixa ficar
E assim foi, tira regência, diminui aula excedente, uma proposta pior do que a outra! Nos jornais, Nós, professores, somos vilões. “Coitadinhas das criancinhas 20 dias sem aulas, os professores não aceitam o piso e toda a generosidade do governo.” Professores maus!
Mas a verdade é, estamos cansados! Irritados, até! A cada proposta a irritação aumenta. Não entramos em greve pra brincar! Não entramos pra mexer em nosso plano de carreira, entramos por um direito garantido por lei. Lei aprovada pela maioria no senado. E, ainda mais, esperamos dois anos para vê-la cumprida. Dois anos até que fosse julgada pelo supremo tribunal federal!
Nossa regência de classe e “todos os penduricalhos” que estão na nossa folha de pagamento são direitos, são conquistas adquiridas ao longo de muito tempo!
Se, santa Catarina, quinto em arrecadação no Brasil, não tem como pagar a tabela salarial estipulada pelo MEC, quais estados têm? Pra que então existir uma tabela? Pra que criar uma lei que não será cumprida?
A greve inicia-se verdadeiramente, hoje! Sinto muito senhores pais. Sinto muito pelos meus alunos. Mas, sentiria muito mais se não estivesse lutando pelos meus direitos. Pelo direito de ver uma lei cumprida! Pra ver ser feito justiça a uma categoria tão importante quanto é a minha, os professores!
É uma luta histórica, e é sim por melhorias na educação, só manteremos os bons professores nas escolas públicas se tiverem salários dignos! Acredito que a comunidade não ficará ao nosso lado. O que é uma pena! Seria uma bela lição de cidadania a todos! A imprensa na verdade deveria ser imparcial, e normalmente, quando não é, não fica ao lado do trabalhador!
Então, lutemos nós, solitários, com as armas que temos: Dignidade, união e indignação! Não estamos pra brincadeiras nem para “negociar” só queremos que a lei seja cumprida sem que nenhum dos nossos direitos suprimidos!
Vamos continuar nossa luta contra os moinhos de vento!

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