Bem ali, pertinho, temos uma breve rachadura no tempo. Vamos atravessar com pompas e circunstâncias o tempo vivido pra um tempo novinho em folha. Todo um ano “novinho”! Resolvi seguir a tradição e repensar o tempo gasto e planejar o uso do tempo novo. Fiz uma lista, o que farei com todo o tempo novo que talvez eu tenha. O talvez é só pra lembra que pra todos, o tempo nada mais é que um... Talvez!
Ser eu mesma custe o que custar e agrade ou não.
Importar-me somente com o que realmente tem importância.
Aprender a dizer não.
Manter-me afastada das pessoas que me desagradam.
Passar mais tempo com as pessoas que me fazem feliz.
Gastar mais tempo comigo mesmo.
Ler mais.
Escrever o que quero, penso, acredito sem me importar com tentativas de censura.
Esforçar-me mais por uma vida saudável.
Ser mais conectada com a natureza e cuidar da vida ao meu redor.
Enfim, tudo o que fiz ou tentei fazer no velho tempo, só que agora com experiência.
sábado, 29 de dezembro de 2012
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Que dia é hoje?
O natal passou e logo vem uma interrupção no tempo, uma chance que a humanidade se presenteia, chamada ano novo. É uma breve pausa, alguns a usam para tomar novos rumos, começar aquela dieta, fazer promessas para si mesmo ou simplesmente ter a sensação de que vai ser diferente. Normalmente volta tudo como era, mas essa pausa e essa esperança de que vai ser melhor, apesar de breve, torna a vida mais leve.
Observar as pessoas e a pressa que as possui é divertido. A impressão é de que realmente precisa-se fazer tudo até o natal, pois o ano vai acabar! Pintam a casam, trocam móveis, aparam a grama, compram presentes, se sentem bondosas e incapazes de gestos ruins, isso tem até nome, espirito de natal! Correm como loucas pra junto com a casa e as árvores “enfeitar a vida” camuflar o que há de ruim. Todos ficam ocupados com tantas despedidas, festas, amigo secreto, tudo porque o ano vai acabar. Não lembram de que na verdade é só um calendário novo, que ainda se ganha no comércio como brinde.
O bom de tudo é que nessa loucura todas as pessoas viajam horas pra ver alguém a quem amam, as casas ficam cheias, as pessoas acham importante dividir sua “alegria” e sentem-se solidárias com quem não pode comprar “alegrias” e por um dia dividem as suas. Por um dia, pelo menos por um dia, a humanidade fica levemente mais humana.
Quem sabe um dia, tomados de humanidade, o “espirito de natal” permaneça? E as férias de verão serão também férias dos maus atos, da inveja e todo tipo de sentimento ruim que alegrias de verdade sejam divididas, que o que é realmente importante tenha a devida importância e que a vida de cada um seja de cada um, enfeitada de luzes próprias à luz da Tolerância. Não precisará mais novos anos, nem rituais todo dia será dia de celebrar a vida!
Para a pergunta: “Que dia é hoje?” haverá uma única resposta, “hoje é dia de louvar ao senhor!”
Observar as pessoas e a pressa que as possui é divertido. A impressão é de que realmente precisa-se fazer tudo até o natal, pois o ano vai acabar! Pintam a casam, trocam móveis, aparam a grama, compram presentes, se sentem bondosas e incapazes de gestos ruins, isso tem até nome, espirito de natal! Correm como loucas pra junto com a casa e as árvores “enfeitar a vida” camuflar o que há de ruim. Todos ficam ocupados com tantas despedidas, festas, amigo secreto, tudo porque o ano vai acabar. Não lembram de que na verdade é só um calendário novo, que ainda se ganha no comércio como brinde.
O bom de tudo é que nessa loucura todas as pessoas viajam horas pra ver alguém a quem amam, as casas ficam cheias, as pessoas acham importante dividir sua “alegria” e sentem-se solidárias com quem não pode comprar “alegrias” e por um dia dividem as suas. Por um dia, pelo menos por um dia, a humanidade fica levemente mais humana.
Quem sabe um dia, tomados de humanidade, o “espirito de natal” permaneça? E as férias de verão serão também férias dos maus atos, da inveja e todo tipo de sentimento ruim que alegrias de verdade sejam divididas, que o que é realmente importante tenha a devida importância e que a vida de cada um seja de cada um, enfeitada de luzes próprias à luz da Tolerância. Não precisará mais novos anos, nem rituais todo dia será dia de celebrar a vida!
Para a pergunta: “Que dia é hoje?” haverá uma única resposta, “hoje é dia de louvar ao senhor!”
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Entre um leão e um colibri.
Meu coração é um colibri, frágil em todo sentido. Mas minha vontade é um leão, férrea! Luta com unhas e dentes. Ultimamente esse leão anda cansado, não quer lutar, quer deitar nas savanas em uma sombra qualquer e dormir infinitamente.
E o colibri anda doído, ferido, descontente! Também quer sossego, bater fragilmente, quase em silêncio.
Entre o Colibri e o Leão existe uma alma velha e cansada, como uma figueira centenária, onde habitam tantos sentimentos quanto na velha árvore habita um ecossistema inteiro. Essa alma velha e assombrada tem resistido a tudo, a todos e a si. Na sua sombra gentil repousam vez ou outra o colibri e o leão e também seres amados ou nem tão amados assim.
Pena que poucos percebam essa grande frondosa e velha árvore, esse leão velho e cansado e o colibri frágil, veem somente um ser humano, tão humano e sem graça. Ferem o colibri, cansam ainda mais o leão e despedaçam a velha árvore, sem nunca perceberem o que tem de bom e de belo em ser assim, único, verdadeiro!
E o colibri anda doído, ferido, descontente! Também quer sossego, bater fragilmente, quase em silêncio.
Entre o Colibri e o Leão existe uma alma velha e cansada, como uma figueira centenária, onde habitam tantos sentimentos quanto na velha árvore habita um ecossistema inteiro. Essa alma velha e assombrada tem resistido a tudo, a todos e a si. Na sua sombra gentil repousam vez ou outra o colibri e o leão e também seres amados ou nem tão amados assim.
Pena que poucos percebam essa grande frondosa e velha árvore, esse leão velho e cansado e o colibri frágil, veem somente um ser humano, tão humano e sem graça. Ferem o colibri, cansam ainda mais o leão e despedaçam a velha árvore, sem nunca perceberem o que tem de bom e de belo em ser assim, único, verdadeiro!
domingo, 2 de dezembro de 2012
Cabelos em pé!
Nada na minha vida foi fácil ou simples. Desde o dia em que nasci. Segundo minha mãe a doparam e ela não me viu nascer, mas meu pai conta que eu era um bebe cianótico que havia passado trabalho para nascer, “parto normal”.
Nasci pobre, meus pais eram bastante jovens viviam de aluguel e de subempregos. Fui um bebe lindo, sorridente e gordinho de cabelos em pé. Minha infância foi pobre, cercada de muito amor e mimos de tias e avós. Meus pais batalharam durante todo o tempo em que minha lembrança alcança. Cresci magrela, sorridente e de cabelos em pé.
Sempre amei dezembro, e esse mês lembra-me especialmente a casa de minha avó Rubia, onde tinha um cheiro de resina de pinheiro, bolas de vidro fininhas e brilhantes e ninhos de barba de árvore aos pés do pinheiro. Lembro-me dos vestidos novos que minha mãe fazia pra mim, da boneca Rita que ganhei da “dinha” Eloá, até de um triciclo verde com os símbolos do zodíaco, que meu pai jurava que o Papai Noel havia deixado em casa. Lembro perfeitamente dos hinos de natal, meu avô ao piano e das apresentações na igreja. Tenho uma foto vestida de anjo em um presépio vivo, um anjo de cabelos em pé.
Os natais não eram ricos, não havia muita comida, nem tantos presentes, havia visitas em camas espalhadas pelo chão, havia brincadeiras até mais tarde, havia uma emoção que se podia sentir pelo ar. Eu tive natais ricos de fé e amor, amo o natal!
Mais tarde o natal passou a significar ficarmos sem minha mãe, que era plantonista no hospital, não havia ceia, íamos ao culto eu, meu pai e meu irmão bebê em uma bicicleta verde de rodas imensas. Gostaria de ter ainda aquela bicicleta! Depois passávamos no hospital pra ver minha mãe. Nesse tempo já tínhamos casa própria e minha mãe fazia pastel e torta recheada de pêssego e comprava um engradado de guaraná de garrafa. Pra mim eram iguarias! Sempre senti falta da árvore de natal, na minha casa nunca teve.
Virei adulta e como meus pais tive filhos ainda jovem e foi trabalhoso mantê-los alimentados, vestidos, saudáveis de corpo e espirito. Apesar de pouco dinheiro, sempre tivemos uma ceia de natal, uma árvore com presentes. A árvore era um galho de pinheiro e os enfeites feitos de papel camurça. Não sou muito de ir a igreja, os cultos não são mais na véspera e sim pela manhã, sou dorminhoca e Deus sabe. Mas consegui durante a minha vida, que repito não foi fácil, manter aquele sentimento de criança! Ainda amo dezembro.
Estou envelhecendo, continuo sorridente e de cabelos em pé, hoje domados pela química. Sou avó e tento repetir e repassar a minha neta o verdadeiro significado do natal. É claro que com luzes, árvore, enfeites, presentes, ceia e tudo que o mundo do consumismo vende como felicidade. Ainda é difícil a vida, nada vem fácil, minha teimosia me impulsiona e me mantém.
Dificuldades atrapalham, fazem sofrer, envelhecem, diminuem nosso tempo, mas não nos impedem de ser feliz! Ser feliz também não nos impede de chorar de sentir tristeza e dor. Ser feliz pra mim, conceito particular, é fazer uma leitura da vida que temos e conseguirmos tirar dela o máximo. Faz parte da nossa felicidade, vermos os nossos, felizes. Nem que para isso precisemos engolir o choro, trabalhar até o limite e o principal nunca esquecer o que realmente tem valor, estarmos juntos.
Nasci pobre, meus pais eram bastante jovens viviam de aluguel e de subempregos. Fui um bebe lindo, sorridente e gordinho de cabelos em pé. Minha infância foi pobre, cercada de muito amor e mimos de tias e avós. Meus pais batalharam durante todo o tempo em que minha lembrança alcança. Cresci magrela, sorridente e de cabelos em pé.
Sempre amei dezembro, e esse mês lembra-me especialmente a casa de minha avó Rubia, onde tinha um cheiro de resina de pinheiro, bolas de vidro fininhas e brilhantes e ninhos de barba de árvore aos pés do pinheiro. Lembro-me dos vestidos novos que minha mãe fazia pra mim, da boneca Rita que ganhei da “dinha” Eloá, até de um triciclo verde com os símbolos do zodíaco, que meu pai jurava que o Papai Noel havia deixado em casa. Lembro perfeitamente dos hinos de natal, meu avô ao piano e das apresentações na igreja. Tenho uma foto vestida de anjo em um presépio vivo, um anjo de cabelos em pé.
Os natais não eram ricos, não havia muita comida, nem tantos presentes, havia visitas em camas espalhadas pelo chão, havia brincadeiras até mais tarde, havia uma emoção que se podia sentir pelo ar. Eu tive natais ricos de fé e amor, amo o natal!
Mais tarde o natal passou a significar ficarmos sem minha mãe, que era plantonista no hospital, não havia ceia, íamos ao culto eu, meu pai e meu irmão bebê em uma bicicleta verde de rodas imensas. Gostaria de ter ainda aquela bicicleta! Depois passávamos no hospital pra ver minha mãe. Nesse tempo já tínhamos casa própria e minha mãe fazia pastel e torta recheada de pêssego e comprava um engradado de guaraná de garrafa. Pra mim eram iguarias! Sempre senti falta da árvore de natal, na minha casa nunca teve.
Virei adulta e como meus pais tive filhos ainda jovem e foi trabalhoso mantê-los alimentados, vestidos, saudáveis de corpo e espirito. Apesar de pouco dinheiro, sempre tivemos uma ceia de natal, uma árvore com presentes. A árvore era um galho de pinheiro e os enfeites feitos de papel camurça. Não sou muito de ir a igreja, os cultos não são mais na véspera e sim pela manhã, sou dorminhoca e Deus sabe. Mas consegui durante a minha vida, que repito não foi fácil, manter aquele sentimento de criança! Ainda amo dezembro.
Estou envelhecendo, continuo sorridente e de cabelos em pé, hoje domados pela química. Sou avó e tento repetir e repassar a minha neta o verdadeiro significado do natal. É claro que com luzes, árvore, enfeites, presentes, ceia e tudo que o mundo do consumismo vende como felicidade. Ainda é difícil a vida, nada vem fácil, minha teimosia me impulsiona e me mantém.
Dificuldades atrapalham, fazem sofrer, envelhecem, diminuem nosso tempo, mas não nos impedem de ser feliz! Ser feliz também não nos impede de chorar de sentir tristeza e dor. Ser feliz pra mim, conceito particular, é fazer uma leitura da vida que temos e conseguirmos tirar dela o máximo. Faz parte da nossa felicidade, vermos os nossos, felizes. Nem que para isso precisemos engolir o choro, trabalhar até o limite e o principal nunca esquecer o que realmente tem valor, estarmos juntos.
domingo, 25 de novembro de 2012
Sombras
É bonito aqui,
Pra todo lado que se olha um arranjo de troncos e folhas, desenhos de sombra e sol. Um som de água deslizando nas pedras preguiçosamente, cantos de pássaros aqui, ali, lá e ruído de insetos.
O sol vem até minha cama e acaricia minhas pernas em um convite languido a preguiça. Tudo em volta assemelha-se a perfeição. Mas hoje me sinto triste, a beleza não me toca. Respirar dói! Motivos? Todos e nenhum. Não precisa motivo, a tristeza tem um lugar cativo em mim. Toda vez que paro e me percebo, ela vem e invade.
Em momento como esses tenho vontade de sair por ai, sem um destino certo. Vontade de não ser eu, de me desconhecer. Sempre tive essa estranheza com as coisas do mundo e com as pessoas. Normalmente confundida com arrogância. Não sou arrogante, gosto do simples, e gosto de privacidade. Poucos são os que verdadeiramente me invadem. Prefiro assim, as pessoas sempre põem muita expectativa sobre o outro. É difícil realizar expectativas.
Ser feliz e fazer feliz consome muita energia, melhor dedicar-se a poucos. Ser triste é mais fácil, quase ninguém gosta de pessoas tristes. Eu acho irritantes pessoas muito felizes, muito bondosas, muito queridas, pessoas muito me deixam cansada. Eu sou quase sempre feliz, com recheios de tristeza e cobertura de bom humor. Mas, tenho inclinações a irritações repentinas, respostas azedas, frases cínicas e sempre, sempre predomina em mim o sarcasmo. Tenho verdadeiras patologias sentimentais, mas estive pensando que elas são o que há de melhor em mim. Eu seria muito sem graça não fosse obsessiva no que faço. Se não compulsiva teria ideias imediatas e loucas? E minhas rizadas existiriam, meu choro... Não seria sem graça, mais aceita, talvez mais amada, mas absolutamente comum.
O sol vai indo devagar, as sobras debruçam sobre mim e o farfalhar parece querer contar alguma coisa. É... É bonito aqui!
domingo, 18 de novembro de 2012
Estranheza
Momentos estranhos vividos ultimamente. Impressão que atravesso a vida me equilibrando sobre um fio. Às vezes balançando, às vezes na ponta dos pés e ali, logo ali uma enorme plateia. A cada balanço, posso ver a reação de cada um, os que torcem por uma queda, os que temem por mim, os que querem me dar à mão. Mas, de certa forma me sinto inalcançável.
Esse fio por onde ando me parece inevitável, preciso andar sobre ele até o final. E onde é o final? Não sei. Mas passo o tempo me equilibrando, balançando entre sentimentos. Tudo é confusão, e o que era certo já não mais parece ser.
Penso que esse fio é na verdade a linha da vida. Talvez, o momento vivido, como todos, não planejado, me traga insegurança. Algo me impele a seguir, como se tivesse os olhos vendados, sem a mínima ideia de quando o fio acaba e o que tem no seu final, ou mesmo se tem um final.
Sigo, porque sou um ser andante. O medo eu guardo, levo um sorriso firme para usar quando necessário à palavra e o silêncio são armas de defesa. A solidão e a tristeza são companhias quase constantes. Ser triste nem sempre é ruim, ser triste prova que você é humano, que se comove, sente! E a solidão às vezes é bem vinda, prefiro a “personas não gratas”. Gosto de poucas pessoas, e a estas entrego a minha alma. Não quero ser amiga de todos, não tenho pretensão de ser popular. Gosto da discrição de um pequeno mundo particular! Não me precisam entender é só me deixar seguir!
Meus momentos estranhos são meus momentos! E divido com quem acredito que deva. A estranheza é parte do que sou uma daquelas criaturas que vivem ao lado, sempre ao lado, nunca no centro, nem em frente. Criaturas que não pertencem!
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Pessoas Cigarras!
Gosto de ouvir as cigarras, principalmente as “cigarras do natal” o canto me faz lembrar, calor, festa com a família, férias... Gosto de fechar os olhos e ouvi-las estridentes anunciando a chegada do verão. Imagino que depois de passar tanto tempo sob o solo deva ser um espetáculo ver a luz, sentir o calor e ainda poder voar!
Aqui da janela, se bem atento, pode-se observa-las subindo pelo tronco da árvore, ficar imóvel até trocar o velho esqueleto por um novo, lindo com asas brilhantes. São muitas em um mesmo tronco, o canto chega a ser ensurdecedor. São os machos fazendo sua serenata para seduzir uma fêmea.
Penso que às vezes é preciso ser cigarra, sair do lugar onde está, nem que para isso, precise cavar um túnel e correr o risco de, na luz, ser devorado por algo maior. Mudanças requerem coragem e nem sempre são bem aceitas por quem está em volta. Mas se a recompensa for um grande voo iluminado, vale a pena... O risco, a critica, as perdas... Liberdade de ser!
Acredito que se perde muito tempo sendo o que o outro quer, o que a sociedade exige, o que mais convêm a uma certa posição social, o que é mais fácil e cômodo pra todos. Acaba-se não sendo. Não de verdade, não o que se quer, não o que lhe faz bem, não o que lhe faz feliz, o que é correto com sua alma.
SER de verdade é mais difícil, agrada a poucos, incomoda quem está à volta. Mas, trás uma sensação de querer-se bem, um certo “que” de liberdade, uma centelha de razão quase insana, um orgulho meio bobo de não ter medo. E o melhor, é saber que quem gosta de você é de você que gosta, não do ser cuidadosamente projetado a ser mostrado para agradar.
Sinto-me meio cigarra, fiquei por tempo no escuro, fazendo o que esperavam de mim, mais por comodismo do que por medo. Um dia, cansei. Sai do lugar cômodo onde estava, gritei estridentemente o que realmente pensava e me senti leve! Posso não ter lindas asas brilhantes, mas meu pensamento voa livremente!
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Bola de Sabão!
A sensação de carregar todo um peso imenso nos ombros e no coração. Essa é a sensação que algumas pessoas me passam. Passam tudo que de ruim existe nelas para os meus ombros. E apesar de ser inacreditável, surreal... Torna-se físico, dói quando respiro e leva um tempo para que eu me liberte.
O bom é ser leve, andar como brisa, flutuante como uma bola de sabão. Momentos cada vez mais raros. Parece que o tempo me faz encontrar cada vez mais pessoas com tanta carga ruim e cada vez mais essa carga se prende em mim. Como se eu tivesse um imã para lixo humano, sentimentos ruins, pensamentos ruins, atitudes ruins...
Essa foi uma semana pesada, muito! Quase não dei conta de carregar tudo que grudou em mim. Refleti, mentalizei, me banhei, tomei chá de ervas, remédios, falei com Deus... Mas quando eu respiro ainda sinto a dor, dor física e um extremo cansaço. Às vezes é necessário “chover” para que passe.
Hoje não! Não quero chover, quero ser feliz, quero ser bola de sabão, uma linda e leve bola de sabão. Quero esquecer o lixo humano que me persegue, quero esquecer essas pessoas que insistem em trazê-lo até mim, ignorar o peso e a dor! Vou por ai flutuar...
domingo, 28 de outubro de 2012
Regarder Attentivement
Durante todo o tempo segui sem me importar com o que acontece a minha volta e não interfere diretamente a minha vida. Não sei se pelas últimas experiências, se pela idade, se pelo tempo em que estive doente e tive assim, muitas horas para refletir... Realmente não sei!
O que sei é que um dia eu passei a ver o mundo a minha volta, cada vez mais longe eu vi. E não gostei do que vi, percebi as pessoas que eu simplesmente ignorava ou não pensava a respeito. Foi a mesma sensação que tive quando usei óculos pela primeira vez e descobri que o que eu via era distorcida pelo astigmatismo. Nesse caso a distorção era por comodismo, estava em uma zona de conforto. Foi a visão de mundo que herdei e segui vendo da mesma forma.
Foi uma descoberta dolorosa, confesso. No mundo real, não há liberdade verdadeira. Você só pode expressar o que pensa e o que sente se for de encontro com o que sentem e pensam algumas pessoas. E por mais que alguns admirem a sua coragem de falar o que sente não falam isso em voz alta, cochicham e pedem segredo. Pessoas que são tão erradas quanto aquelas que foram criticadas pensam que você os está apoiando. Aliás, todos pensam!
Quando se emite uma opinião, todos se sentem no direito de falar sobre você como se fosse conhecedor profundo da sua vida, de quem você é, do porque pensa dessa forma. Julgam você e condenam sem direito a defesa. Inventam inverdades, conspiram vergonhosamente a maioria sem nem mesmo se revelar. Outros querem aproveitar-se da situação para ficar a sua sombra, tornam-se “amigos ou inimigos” dependendo do interesse.
Mudar de opinião é um direito, é saudável e nos faz crescer. Não nos transformamos em outra pessoa não passamos a ser mais ou menos honestos, mais ou menos sinceros, mais ou menos humanos com qualidades e defeitos. Mudamos como o universo muda!
É impressionante perceber as pessoas virarem o rosto, lançarem indiretas ou mesmo desaforos diretos, ameaçarem anonimamente, inventarem enredos imensos e mentirosos... Tudo isso por quê? Por uma simples pessoa, sem poder, sem dinheiro, sem grandes pretensões que um dia acordou vendo o mundo por outro ângulo? Isso é medo de que essa visão nova seja contagiosa? Na verdade não ligo para opinião dessas pessoas, me incomoda o fato de falarem sobre mim como se me conhecessem. Não ligo se não gostam de mim ou do que falo me incomoda o fato de anonimamente inventarem mentiras ao meu respeito. Não ligo se se aproveitam da situação me incomoda e ficarem escrevendo pra mim, falando sobre mim, se explicando. E, acima de tudo me intriga o fato de darem tanta importância a minha opinião.
Eu li absurdos escritos ao meu respeito, um até me fez chorar, mas outros me fazem rir. O mais ridículo foi repetido incansavelmente. Afirmando que eu me acho a única pessoa criativa capaz de realizar certo evento! Uma das pessoas que escreveu até apagou, deve ter refletido o quanto é ridículo os outros comentários eu mesmo apaguei. Jamais afirmei uma coisa dessas, até porque não penso assim! E porque essas pessoas não realizam, seria muito mais impactante do que escrever pra mim. As pessoas não gostam do que escrevo mas ficam lendo e comentando, deixam de comemorar suas vitórias para tentar me chatear com seus comentários, me poupam de seus falsos cumprimentos e sorrisos me virando a cara.
Para uma pessoa de mente inquieta como a minha, põe pulgas na minha orelha, minha cabeça fica imaginando e se questionando, e muitos parágrafos surgem. O que eu ainda não consegui ver?
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Relógio mágico!
Sentada no escuro, ao lado da janela que mais gosto. Embaladas pelo tic tac do relógio. Não é um relógio qualquer, ele tem um tic tac diferente, me faz lembrar as pessoas especiais que trouxeram ele pra minha vida. E faço ver a mim mesmo que mesmo que pareça um tempo ruim, um desperdício de vida, uma experiência não grata, houve sim compensações. Esse tempo ruim trouxe junto boas pessoas, estas atravessaram comigo todas as adversidades e me ampararam. Aqueceram meu coração quando me senti tão só.
Vivendo e convivendo aprendi com essas pessoas a desconfiar e confiar, a trabalhar em grupo e trabalhar só, a ouvir e calar, a falar sem medo, a errar e admitir, a começar tudo novamente caso precise. Passei por esse tempo com meu bom humor de sempre, com meu temperamento destemperado, com a minha vontade desmedida de fazer o melhor. E entre meu jeito polêmico de atravessar a vida, sobrevivi.
O tempo passou, as boas pessoas tornaram-se bons amigos. As mágoas joguei-as fora, minhas verdades contei por ai, meus desafetos ignorei, meu cansaço curando ainda, com pílulas várias, para vários cansaços. Mas o que havia de bom em mim permaneceu intacto. Ainda acordo de bom humor, sou capaz de perdoar sempre, Tenho sempre uma ideia nova pra mudar aqui e ali as rotinas e embelezar algumas feiuras.
Agora é outro tempo a atravessar, não menos difícil, porque mesmo que ignore os desafetos, nem sempre estes estão dispostos a serem ignorados, ficam a presos como correntes atrasando a vida. Nossas verdades são proibidas e apesar de todos jurarem viver livremente estas tem que ser caladas. E ser Feliz nem sempre é bem vindo por todos, alguns acham imperdoável que alguém possa ser feliz. Criar então, não é um dom, é só uma maneira de despertar no outro a mágoa o ressentimento por não ter sido ele a criar.
Mesmo assim, sigo tic tac, tic tac, tic tac.... O tempo com certeza vai mostrando tudo de bom que a vida tem. Falo não calo. Crio e rio. Perdoo sim. Porque não? E quem ou que não contribui ignoro. Tenho um enorme buraco negro e jogo ali tudo o que me atravessa!
Vivendo e convivendo aprendi com essas pessoas a desconfiar e confiar, a trabalhar em grupo e trabalhar só, a ouvir e calar, a falar sem medo, a errar e admitir, a começar tudo novamente caso precise. Passei por esse tempo com meu bom humor de sempre, com meu temperamento destemperado, com a minha vontade desmedida de fazer o melhor. E entre meu jeito polêmico de atravessar a vida, sobrevivi.
O tempo passou, as boas pessoas tornaram-se bons amigos. As mágoas joguei-as fora, minhas verdades contei por ai, meus desafetos ignorei, meu cansaço curando ainda, com pílulas várias, para vários cansaços. Mas o que havia de bom em mim permaneceu intacto. Ainda acordo de bom humor, sou capaz de perdoar sempre, Tenho sempre uma ideia nova pra mudar aqui e ali as rotinas e embelezar algumas feiuras.
Agora é outro tempo a atravessar, não menos difícil, porque mesmo que ignore os desafetos, nem sempre estes estão dispostos a serem ignorados, ficam a presos como correntes atrasando a vida. Nossas verdades são proibidas e apesar de todos jurarem viver livremente estas tem que ser caladas. E ser Feliz nem sempre é bem vindo por todos, alguns acham imperdoável que alguém possa ser feliz. Criar então, não é um dom, é só uma maneira de despertar no outro a mágoa o ressentimento por não ter sido ele a criar.
Mesmo assim, sigo tic tac, tic tac, tic tac.... O tempo com certeza vai mostrando tudo de bom que a vida tem. Falo não calo. Crio e rio. Perdoo sim. Porque não? E quem ou que não contribui ignoro. Tenho um enorme buraco negro e jogo ali tudo o que me atravessa!
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Concha
Como um caramujo, fico aqui, enrolada em minha concha. Ultimamente estive do lado fora quase que o tempo todo, em um mundo intrigas, egoísmos, mentiras, injustiças... Andei por ai esbravejando o que não gosto. Mas, de verdade? Gosto mesmo é de passar levinho, sem me envolver, distante o suficiente pra não sentir o que de ruim há.
Isso tudo me pôs doente, de verdade, fiquei de cama. Todo aquele lixo ficou ali acumulado dentro da minha alma que adoeceu e também meu corpo. Vai levar um tempo pra colar os pedacinhos e poder assim, novamente habitar minha concha.
As pessoas sentem-se no direito de nos falar como se fizessem parte da nossa vida. Vão passando com seus egoísmos, seus interesses mesquinhos suas invejas e vão derrubando pelo caminho farrapos desses sentimentos, que grudam na gente e enrolam-se numa desagradável sensação de que você faz parte do mundo delas!
Não! Arranco esses farrapos dos farrapos humanos e afirmo, não faço parte disso. Sou livre, sou individual, sou amiga de quem eu realmente gosto e respeito à vida. Não tente fazer um julgamento sobre mim porque sou muitas que se mostram dependendo da ocasião. Mas, todas tem algo em comum lutam por aqueles a quem amam!
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Goteiras no juízo!
Tenho medo quando a chuva cai assim, sem medidas afogando a terra. Não gosto quando vem escandalosa cheia de “efeitos de luz e som” mostrando que pode destruir. É tão triste de olhar tudo tão molhado, as folhas pesada pendendo em verdadeiras cachoeiras. O resto da natureza toda é um silêncio só. Cada um no seu abrigo solitário esperando que o tempo mude.
É tão ruim quando essa água toda persiste por dias, tudo parece um mosaico de poças. Tudo tão incômodo, meias molhadas, lama no sapato, cabelo arrepiado, um acúmulo de roupas úmidas... Só as sombrinhas coloridas pelas ruas parecem bonitas.
E o único lugar que parece bom e seco o suficiente é a casa da gente. Devia ser permitido ficar em casa nos dias de chuva. O mundo seria mais feliz! Eu pelo menos seria. Ficar em casa em um dia chuvoso, desperta a criatividade surge receitas deliciosas, artesanatos ou desperta uma vontade de ler um bom livro... Ou admite uma preguiça boa que leva a um cochilo manso que não tem preço.
Minha avó me ensinou quando pequena a jogar um pedacinho de sabonete na cachoeira do rio e cantar a santa Clara e a São Domingos pra chuva parar e clarear o céu.
Anunciou
Vai à chuva
Vem o sol
Vai à chuva
Vem o sol
Acho que vou ali, jogar um sabonete inteirinho, bem perfumado e cantar como quando era criança. Quem sabe? Se a chuva não parar, no máximo corro o risco de acharem que perdi completamente o juízo!
É tão ruim quando essa água toda persiste por dias, tudo parece um mosaico de poças. Tudo tão incômodo, meias molhadas, lama no sapato, cabelo arrepiado, um acúmulo de roupas úmidas... Só as sombrinhas coloridas pelas ruas parecem bonitas.
E o único lugar que parece bom e seco o suficiente é a casa da gente. Devia ser permitido ficar em casa nos dias de chuva. O mundo seria mais feliz! Eu pelo menos seria. Ficar em casa em um dia chuvoso, desperta a criatividade surge receitas deliciosas, artesanatos ou desperta uma vontade de ler um bom livro... Ou admite uma preguiça boa que leva a um cochilo manso que não tem preço.
Minha avó me ensinou quando pequena a jogar um pedacinho de sabonete na cachoeira do rio e cantar a santa Clara e a São Domingos pra chuva parar e clarear o céu.
São Domingo
Vai à chuva
Vem o sol
Vai à chuva
Vem o sol
Acho que vou ali, jogar um sabonete inteirinho, bem perfumado e cantar como quando era criança. Quem sabe? Se a chuva não parar, no máximo corro o risco de acharem que perdi completamente o juízo!
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Psiu!
A tarde molhada e garoenta
E o silêncio,
Profundo e absoluto silêncio!
Tão devastador
Faz barulho no ouvido.
É o som do silêncio!
Perfeito, profundo, sutil!
Momentos de silêncio
São para a alma
Qual a água
É para o ser físico.
Do silêncio
Emerge pensamentos,
imperfeitos,
Secretos,
Sentimentos
desejos proibidos.
Psiu!
Não se mova
O silêncio passa por entre as árvores
Tudo fica imóvel...
Ouvindo,
Ouvindo,
Ouvindo...
“Porque o silencio em si é como o som dos diamantes que podem cortar tudo!!”
Jack Kerouac
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Wim Mertens Often A Bird
Asas eu quero
Agora...
Sempre...
Toda hora.
Quando você vem
Em meu pensamento.
E voar assim...
A qualquer momento
Ter você
Ao mesmo tempo
Em que queira
Você
Em mim.
Agora...
Sempre...
Toda hora.
Quando você vem
Em meu pensamento.
E voar assim...
A qualquer momento
Ter você
Ao mesmo tempo
Em que queira
Você
Em mim.
sábado, 8 de setembro de 2012
A pinta, a tinta, a vida.
Li não sei onde que escrever é como colocar o dedo na garganta. De certa forma... Escrever também é com abrir janelas, para deixar o sol entrar e trocar os ares. Colocar pra fora o que te atravessa.
Hoje resolvi escrever sobre as cores dos dias. Os dias cinzentos de tristeza viciante, intensa, fluida que ocupa um todo, um tudo. Os dias azuis de frio glacial e tédio absoluto, onde nada parece te trazer a vida. Os dias vermelhos em que tudo é pura confusão e há, nós sobre nós, amarrando, enrolando e enchendo a vida com problemas que parecem insolúveis. Dias de preto profundo, quando a saúde se faz ausente, quando o que você ama se vai... Dias verdes, de uma paz absoluta, uma preguiça boa, tudo passa lentamente e tem aquele rumor macio do farfalhar de folhas. Dias amarelos, agitados, intensos, apaixonados, quando os pés não tocam o chão. Dias Brancos em que o nada impera. Nada de vontade, nada pra fazer, nada, nada, nada...
são vidas arco íris, uma colorida, outra sem cor nenhuma, outra a mistura absoluta de cores. Dia a dia, vida a vida, vai se formando uma tela, uma história. Pode ser comum ou empolgante, não importa. O que importa é como você usa as tintas e qual intensidade dá as cores dos dias que formam a tela da sua vida.
Hoje resolvi escrever sobre as cores dos dias. Os dias cinzentos de tristeza viciante, intensa, fluida que ocupa um todo, um tudo. Os dias azuis de frio glacial e tédio absoluto, onde nada parece te trazer a vida. Os dias vermelhos em que tudo é pura confusão e há, nós sobre nós, amarrando, enrolando e enchendo a vida com problemas que parecem insolúveis. Dias de preto profundo, quando a saúde se faz ausente, quando o que você ama se vai... Dias verdes, de uma paz absoluta, uma preguiça boa, tudo passa lentamente e tem aquele rumor macio do farfalhar de folhas. Dias amarelos, agitados, intensos, apaixonados, quando os pés não tocam o chão. Dias Brancos em que o nada impera. Nada de vontade, nada pra fazer, nada, nada, nada...
são vidas arco íris, uma colorida, outra sem cor nenhuma, outra a mistura absoluta de cores. Dia a dia, vida a vida, vai se formando uma tela, uma história. Pode ser comum ou empolgante, não importa. O que importa é como você usa as tintas e qual intensidade dá as cores dos dias que formam a tela da sua vida.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Não só a Justiça é Cega
Tenho arrepios quando ouço falar em novos métodos na educação. Não me entendam mal, não sou avessa a novidades, pelo contrário, sou a favor e muito, de mudanças, de experimentar o novo! Meu medo é o que tem por traz “do novo” sempre com uma bela propaganda, tudo lindamente ilustrado e jogado lá, na “velha” escola em cima do “velho” professor, que tenta de todas as maneiras transformar aquilo que não entende direito em um sucesso. E o pior, é que isso ocorre numa espécie de ciclo, em média a cada quatro anos, aparece um novo slogan e um “novo método” que promete revolucionar.
O novo método pedagógico do ensino médio vai chegar, dividido por áreas ciências exatas, ciências humanas e ciências naturais. No Rio Grande do Sul as coordenadorias já estão prontas de cada linha o aluno vai estudar aquilo que ele pretende fazer no futuro, ele terá a escolha. Mas aqui quando chegar vai ser colocado goela abaixo como sempre! Depois é só ir para RBS e ficar se exibindo com o índice do IDEB.
Os professores passaram mais de um ano escrevendo, publicando e postando fotos sobre a precariedade da escola e de todo o sistema de educação pública. Mas, foi preciso uma estudante ir lá e falar, de alguma forma me pareceu que os professores ainda ficaram de vilões da história. E ainda temos que ouvir essa nova campanha "Todos pela Educação". Gostaria de saber qual é a noção de "todo" que os governantes têm? Muito fácil empurrar a responsabilidade para os pais e sociedade. É fácil ver o óbvio, a sociedade em geral, família, professores, são partes fundamentais, mas a parte mais falha está na forma como a educação vem sendo conduzida. Está no fato de não ser a Educação o principal objetivo, na falta de seriedade, na falta de investimento, na absoluta falta de respeito dos governantes para com os funcionários do magistério. Sem bons professores não se faz educação de valor. Sem remuneração digna, quem quer ser professor? Usar como isca bolsas pra licenciatura, não irá atrair bons professores. Não basta um licenciado, é preciso ter vocação! Não há universidade que prepare um ser humano para a diversidade que ele irá encontrar em uma escola. Para educar primeiro temos que nos apaixonar, depois sim, aquilo que aprendemos na universidade poderá ser divido com o outro. Mas, o amor em uma escola com goteiras, contas atrasadas, filho precisando de roupas, ônibus lotado, excesso de trabalho, morre! Torna-se um sentimento pequeno, medíocre, mesquinho, ressentido.
Havia jurado a mim mesmo, não escrever mais sobre educação, não enquanto fosse para falar do ruim, para reclamar. Foi impossível, nas ultimas semanas ouvi bombardeios de absurdos, nas propagandas políticas e suas promessas repetidas e notoriamente falsas, nas redes sociais, nos tele jornais, no rádio, nas conversas de colegas mal informados, parece-me um complô contra o meu propósito. Então, “porque há direito ao grito, eu grito...” Porque é tão difícil ver o que está estampado na cara? Qual a dificuldade em saber onde está a falha no sistema educacional desse país? Dizem que a justiça é cega, o amor e cego, eu digo: A educação também!
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Só no olhar
Quando chove muito assim, e me bate esse ócio criativo, me domina a diabrura. Sinto vontade de sair assim chapinhando nas poças fazendo água por tudo. Uma vontade atentada de criança de ficar suja de lama, rir e irritar, e depois rir novamente.
Tanto tempo pensando, pensando faz minha cabeça ficar superlotada com tantas ideias, ali tem tecidos fininhos coloridos com flores miudinhas, rendas leves e macias, botões pequenos e delicados, que viram camisas e vestidos esvoaçantes. Pedrarias as mais diversas que se juntam e formam pulseiras e colares.
Flores juntam-se e formam arranjos e se arranjam novamente e viram um jardim com sol e grama verdinha. Com bancos de madeira, espaços e recantos. Aparecem tintas e pincel, cercas coloridas, casinhas para os pássaros...
E nada, tudo ali dentro trancafiado querendo sair, a cabeça a mil e o corpo se recusa a obedecer. Fica ali teimando, aninhado em um edredom com um livro jogado do lado, e a diabrura? Só no olhar!
Tanto tempo pensando, pensando faz minha cabeça ficar superlotada com tantas ideias, ali tem tecidos fininhos coloridos com flores miudinhas, rendas leves e macias, botões pequenos e delicados, que viram camisas e vestidos esvoaçantes. Pedrarias as mais diversas que se juntam e formam pulseiras e colares.
Flores juntam-se e formam arranjos e se arranjam novamente e viram um jardim com sol e grama verdinha. Com bancos de madeira, espaços e recantos. Aparecem tintas e pincel, cercas coloridas, casinhas para os pássaros...
E nada, tudo ali dentro trancafiado querendo sair, a cabeça a mil e o corpo se recusa a obedecer. Fica ali teimando, aninhado em um edredom com um livro jogado do lado, e a diabrura? Só no olhar!
domingo, 26 de agosto de 2012
O Julgamento
As pessoas se acham no direito de julgar! Julgam assim, o tempo todo, baseando-se nas próprias impressões, vivências e supostas regras. Transformam os julgamentos em palavra, a grande maioria não tem consciência no poder destrutivo das palavras!
São totalmente vãs as tentativas de viver com simplicidade e paz! Não há um mínimo respeito pela individualidade, invadem sua vida, sua casa e imaginam que podem impor regras à sua vida!
A tristeza que sinto pelas palavras que ouvi não é miscível é impossível de ser esquecida ou sanada. A cada dia eu luto pra retomar a minha vida, quero ficar assim, na minha casa amarela, na minha ilha verde com as pessoas que amo, quero cuidar do meu trabalho, fazer o bem, viver o bem e não me envolver em conversas discussões. Preciso de Paz! É questão de vida.
Será assim tão difícil respeitar a individualidade, cuidar de seus próprios problemas e resolve-los sem invadir meu espaço que no momento está bastante restrito? Parece-me que as pessoas não acreditam que alguém possa não querer dividir sua vida, não esteja interessada na vida alheia, não tenha em sua vida tempo, espaço e saúde pra cuidar de mais ninguém.
As pessoas que realmente me importam sabem disso, essas que me amam e são amadas por mim, aqui ou à distância. Eu tenho a família que a vida me deu e os amigos que eu escolhi e essa soma de pessoas me faz feliz!
Mantenho minhas infelicidades, problemas, tristezas e decepções trancafiadas em mim mesmo elas ocupam um grande espaço, não tragam problemas inventados, críticas infundadas, verdades inventadas e doenças pessoais pra dividir esse espaço. No momento não posso, estou fechada para dores alheias! Me consomem as minhas.
São totalmente vãs as tentativas de viver com simplicidade e paz! Não há um mínimo respeito pela individualidade, invadem sua vida, sua casa e imaginam que podem impor regras à sua vida!
A tristeza que sinto pelas palavras que ouvi não é miscível é impossível de ser esquecida ou sanada. A cada dia eu luto pra retomar a minha vida, quero ficar assim, na minha casa amarela, na minha ilha verde com as pessoas que amo, quero cuidar do meu trabalho, fazer o bem, viver o bem e não me envolver em conversas discussões. Preciso de Paz! É questão de vida.
Será assim tão difícil respeitar a individualidade, cuidar de seus próprios problemas e resolve-los sem invadir meu espaço que no momento está bastante restrito? Parece-me que as pessoas não acreditam que alguém possa não querer dividir sua vida, não esteja interessada na vida alheia, não tenha em sua vida tempo, espaço e saúde pra cuidar de mais ninguém.
As pessoas que realmente me importam sabem disso, essas que me amam e são amadas por mim, aqui ou à distância. Eu tenho a família que a vida me deu e os amigos que eu escolhi e essa soma de pessoas me faz feliz!
Mantenho minhas infelicidades, problemas, tristezas e decepções trancafiadas em mim mesmo elas ocupam um grande espaço, não tragam problemas inventados, críticas infundadas, verdades inventadas e doenças pessoais pra dividir esse espaço. No momento não posso, estou fechada para dores alheias! Me consomem as minhas.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Cyndi Lauper - Time after Time 1984
O tempo todo
Deitada na minha cama,
Ouço o tique-taque do relógio e penso em você
Presa em círculos,confusão não é novidade
Lembranças de noites quentes, ficaram para trás
Como uma mala de memórias
Tempos passados
Às vezes você me imaginava
Eu estou andando bem à sua frente
Você está chamando por mim,
Eu não consigo ouvir o que você dizia!Então você me pedia:
"Vá com calma, estou ficando para trás"
O ponteiro dos segundos vai pra trás
Se você estiver perdido, olhe ao redore vai me encontrar o tempo todo
Se você cair, eu vou te segurar
Eu estarei esperando o tempo todoSe você estiver perdido, olhe ao redor
E vai me encontrar o tempo todo
Se você cair, eu vou te segurar
Eu estarei esperando o tempo todo.
Depois, minha imagem some,
E a escuridão começa a ficar cinza.
Observando pelas janelas,
Você quer saber se estou bem
Segredos roubados de lá do fundo
Meu coração bate descompassado
Você me pede pra ir devagar
O ponteiro dos segundos vai pra trás
Tempo após tempo
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Voltar?
Minha licença está acabando, chegando o momento de voltar pra escola. Penso nisso constantemente nos últimos dias e quando esqueço, um ou outro aluno me acha e pergunta quando eu volto. Eu gosto de trabalhar, gosto mesmo. Mas ultimamente ando cansada, precisando ficar um pouco só, o que é impossível em uma sala de aula. Preciso respirar, aprender coisas novas, conhecer pessoas novas, ler mais, viajar mais, ganhar mais dinheiro (é sempre ele)... E tudo volta ao início. Preciso voltar ao trabalho, me acostumar com a velha rotina, horários escolares, efervescências adolescentes e horas dentro de uma sala sem ver o sol.
Percebi que tenho colocado barreiras pra não voltar, algumas são reais outras criadas por mim. O velho medo de estar esquecendo-se de viver que volta. Viver de verdade, viver meus sonhos. Perseguir um ideal talvez não seja uma boa ideia. Viver a vida parece fácil, mas não é (a minha não é) eu mesmo me atrapalho! Mas já não me condeno por essa vida recheada de divagações e questionamentos sem resposta alguma.
Preciso calar meu diálogo interior, encarar a realidade e pensar no que é real! Mesmo que o real não seja exatamente o esperado! Talvez eu precise voltar aos fazeres cotidianos, trancar meus medos, disfarçar minhas dores e encarar. Mas, eu ainda tenho um tempinho, ainda posso perambular por ai com muitas exclamações, vírgulas e pontos de interrogação, assim, como um texto ambulante. Enquanto ainda tenho esse tempinho, que tal um chá?
domingo, 12 de agosto de 2012
Dia de...
Datas comemorativas servem pra dar uma quebradinha no tempo e refletir, de alguma maneira promovem encontros. Sejam eles presencialmente, em passeios, almoços de família, por fotos, lagrimas de saudade. Enfim, sem aquela baboseira comercial em que transformam as datas é difícil encontrar alguém que de alguma forma não se envolva ou se emocione.
Eu tenho a sorte de ter meu pai bem aqui do meu ladinho, pra assobiar lindamente pela manhã, pra plantar no meu jardim, pra ajudar a dar forma nas minhas loucas ideias, pra me manter sempre ligada a família e principalmente pra me dar aquele abraço bom, que só ele sabe dar.
Sou feliz em ter bem ali, logo ali, meu filho, pai da bailarina que mora no telhado e poder ver quem foi meu lindo bebê no passado, agora educar seu próprio bebê! É emocionante ouvir seu filho ser chamado de pai. Só nesse momento é que percebo que ele cresceu.
E ali ao meu lado, por tanto tempo, quase que a minha vida toda, o pai dos meus filhos. Acredito que o melhor pai que eu poderia escolher! Um pai presente em todos os sentidos. O pai que troca fraldas, que faz mamadeira, que banha, que vai às reuniões da escola, que rói as unhas pela tristeza dos filhos, que se zanga quando eles ultrapassam os limites da razão, que deixa o pedaço melhor do doce, que fica calado por horas quando algo não está certo, que esfrega as mãos e brilham os olhos de orgulho, que não abraça e nem declara seu amor, por simplesmente não saber! Mas esse amor está ali, todos os dias nos seus atos.
Minha ilha é assim, um condomínio de pais, mães, filhos e netos, uma mistura de afetos toda cercada de verde. De certa forma, isolada e protegida do resto do mundo!
domingo, 5 de agosto de 2012
Esperar...
Suspiro!
Porque meu coração nesse momento dói.
Uma dor surreal!
Essa dor é pelo mundo, é por mim.
Principalmente por aquilo que as pessoas são capazes
De pensar, fazer e o mais grave, falar!
Suspiro!
Porque fico cansada,
De remendar, emendar e tentar fazer curativo,
Num coração ferido, em uma alma machucada,
Num mundo doente, com pessoas doentes!
Suspiro!
Porque espero...
Espero que o tempo passe,
Que as feridas sarem,
Que o mundo sare e que as pessoas sejam realmente pessoas!
Porque meu coração nesse momento dói.
Uma dor surreal!
Essa dor é pelo mundo, é por mim.
Principalmente por aquilo que as pessoas são capazes
De pensar, fazer e o mais grave, falar!
Suspiro!
Porque fico cansada,
De remendar, emendar e tentar fazer curativo,
Num coração ferido, em uma alma machucada,
Num mundo doente, com pessoas doentes!
Suspiro!
Porque espero...
Espero que o tempo passe,
Que as feridas sarem,
Que o mundo sare e que as pessoas sejam realmente pessoas!
domingo, 29 de julho de 2012
Talvez amanhã!
Hoje está um dia escuro e úmido aqui na minha pequena ilha! Nada se move e eu aqui do meu quarto espio o mundo por uma pequena fresta na janela. Lá fora parece com o cenário dentro de mim. Parado, estático, cinzento, úmido e silencioso.
A casa amarela está silenciosa e vazia, eu gosto do silêncio. Mas, não este silêncio, este dói! Faz-me falta os risos no quarto ao lado, o entra e sai, a movimentação na cozinha. É meio sem sentido a palavra mãe em uma casa vazia!
Ultimamente tem sido difícil viver, sobreviver a essa tristeza que vem e toma conta, as lágrimas que teimam em rolar sem motivo, a insônia, aos pesadelos constantes e a insistente e vergonhosa pena de mim mesmo.
Descobri nesses últimos dias que tenho um talento para encenar, sou convincente em meus sorrisos, em disfarçar a dor física, em parecer feliz. Consigo sorrir, falar alegremente e fazer as pessoas sorrirem. Consigo passar o dia sem contar “meu dó de mim, minhas dores físicas e de alma.
Quando o inverno for embora, espero que este inverno que vive em mim também se vá! As dores irão embora com o frio, já posso sentir o conforto de poder dobrar os dedos sem perceber! Quem sabe possa dormir uma noite inteira e sonhar ao invés de ter pesadelos? Ou sentir fome de verdade? Chorar e ficar triste por motivos reais? Eu acredito!
Acredito no amanhã, sempre!
terça-feira, 24 de julho de 2012
Vietato
O mundo não perdoa pessoas felizes, aliás, não é o mundo são as próprias pessoas. Tudo é inventado pra por limites no quanto um ser humano pode ser feliz! Quem opta por ultrapassar alguns limites e ter momentos de felicidade plena, sempre paga um preço, imposto por que está em volta.
Em nome da moral que nada mais é que controladora da vida de todos, inventaram o pecado. Mas afinal o que é realmente imoral? Viver infeliz não é imoral? Não é pecado desperdiçar toda uma vida sem nunca ter sido feliz?
Também não é permitido ser único, individual, ter pensamentos próprios. Corre-se o risco de ser rotulado como “louco”, “permissivo”, “imoral”. Para ser bem quisto precisa-se de uma grande dose de falsidade, aceitação e imitação do outro.
Também não se tem o direito de ser triste. Tristeza é doença! Só se pode ser triste se algo trágico acontecer. Tristeza por tristeza, não pode. Tem que fingir uma alegria mediana, nada de excesso! Muita felicidade chama atenção, atrai os invejosos, e todos passam a vigiar sua vida.
Eu fico triste, muito triste, profundamente e também feliz, saltitante, exuberante, nem tanto nem tão intensamente como gostaria. Cumpro as regras, muitas delas, não todas é claro. Pago um preço, sou observada, torcem o nariz pra mim e a grande maioria acha que não sou normal. Tem razão, não sou mesmo! Penso que nem sou desse mundo. E de verdade, pouco ligo. Não ligo porque falam do meu cabelo, da minha roupa, do meu tapete de girafas, do chapéu anos 60, dos meus amigos estranhos. E
Hoje pensei, talvez, cometer alguns “erros” pode ser uma espécie de Prozac para a alma!
domingo, 22 de julho de 2012
Grito
Resistir...
Às vezes é tão difícil!
Acordar todos os dias e manter seus pensamentos guardados, não opinar, não ofender, não expressar sua opinião, ouvir e calar. Todos tem sempre razão, todos são sempre ocupados, todos sempre cansados.
Resista, cale-se, trabalhe, não reclame, viva e sorria, sempre!
Na verdade o desejo é desistir, gritar, chorar, dormir e não acordar. Mandar as favas quem irrita, quem grita, quem não entende, quem insiste, quem mente...
domingo, 1 de julho de 2012
O silêncio que fala
Homens silenciosos e mulheres tagarelas, dupla sinistra!
Faço parte de uma dupla assim, passo a maior parte do tempo na minha casa envolvida no mais absoluto silêncio ou, embalada por alguma sinfonia que em bala a casa amarela.
Vez ou outra o ser verborrágico que vive em mim liberta-se e fala, fala, fala... As respostas são um balançar de cabeça, uma olhada do tipo “estou ouvindo”, quando muito, alguns uhuns, ou uns, grunfs e outros resmungos intraduzíveis. Quando mais animado, ou pior Zangado, sim e não!
Além de um ser verborrágico, vive em mim um ser “atentado” uma espécie de leprechaun brasileiro e de saias. Nada é barreira pra um diálogo quando eu realmente quero e tudo é motivo pra provocar o riso quando esses seres, resolvem libertar-se.
Então,
Na casa amarela no tradicional café das 18h, estabeleço um diálogo? Um monólogo? Qual o nome se dá para uma conversa onde um fala e o outro gesticula ou resmunga? Não importa...
Tenho muita coisa pra falar, contar, o dia de trabalho cansativo, o tempo, a pessoa que me irritou, o que vi de belo, o erro que cometi o que ouvi de bom, enfim, Blá, blá, blá! Em troca, entre mexidas no café alguns goles, recebo olhares e uhuns. Faço uma pergunta: “uhum”. Conto algo que fiz: “Uhum!”, pergunto se estou certa : “Uhum!!!”. Vários uhuns depois, assunto esgotado. Pergunto-me, falei sozinha, todo esse tempo? “Uhum” é algo automático que dispara como uma forma de me contentar?
Ah não! Tudo bem eu até aceito uhuns, mas tem que ser verdadeiros! Quero ser ouvida. Bebo devagar o café e penso: Um teste! É isso, testarei os uhuns! E lá vem a pergunta teste. Conto mais um pedacinho do meu dia e finjo distração e largo a pergunta:
“Você é veado?”
Sobrancelhas arqueadas, olhos zangados e finalmente uma frase:
Que pergunta é essa em meio à conversa? Ficou louca?
Pronto orgulho feminino salvo! Os uhuns eram sinceros, meu ouvinte estava atento, só tem mesmo é uma grande economia de sons. Devia saber ouvir é o dom! Tanta musica e poucas palavras. Não é uma palavra que cala e sim um silêncio que fala!
sábado, 30 de junho de 2012
O que é o que "era"?
Brincar de roda gira e gira de pés descalços sob um céu lindo e estrelado,
Escorregar pela lombada coberta de grama em uma canoa de coqueiro,
Comer fruta do mato, bacupari, ingá, gabiroba, mexerica, araçá e goiaba.
Ficar por horas deitada na grama ao sol vendo os desenhos nas nuvens,
Colecionar tampinhas, figurinhas e conchas do mar.
“Construir laboratórios secretos” de bambu coberto de folhas de coqueiro,
Cozinhar em um fogão feito com dois tijolos e uma chapa feita de lata,
Construir jangadas de bananeira,
Nadar no rio até ficar enrugado.
Transformar o galinheiro em um teatro e a camisola da mãe em vestido de gala.
Ter primos pra compartilhar as aventuras,
Tias pra ninar, pentear, mimar e te fazer sentir-se importante,
Avós pra contar histórias e cantar antigas cantigas,
Irmão pra cuidar, brigar, rir e amar,
Pais para lavar os pés encardidos, curar os ralados, tratar resfriados, distribuir tarefas, limites, palmadas, responsabilidades e muito, muito amor!
Isso se chamava Infância Feliz!
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Cabelos e lendas
Meu cabelo está de um jeito que não tem jeito. Irritado, nervoso, teimoso, não acha lugar certo pra ficar! Fica se espalhando tomando conta. Ele que sempre foi reflexo da minha personalidade, agora está justamente ao contrário. Eu quero mais é ficar quietinha, passar ao largo sem ser vista, não quero discutir, nem teimar, queria mesmo dormir um sono de Bela Adormecida.
Minha princesa preferida sempre foi a Bela, a princesa intelectual que se apaixona pela fera, mas meus cabelos sempre Rapunzel, cabeleira de fogo, fio grosso, dá mesmo pra fazer uma corda, mas agora eu queria mesmo era ser Aurora, espetar meu dedo e dormir, dormir, dormir... Mas, nem Bela, nem Rapunzel e muito menos Aurora.
Tenho tido tão pouco tempo que leitura é algo raro, ser intelectual então passa ao longe! Os cabelos nem mais de Rapunzel, ultimamente teimam em crescer em direção ao céu e Aurora? Quem me dera! Dormir é luxo!
Essa vida que me leva é de plebeia e os contos de fada hoje são contos de fardos!
Minha princesa preferida sempre foi a Bela, a princesa intelectual que se apaixona pela fera, mas meus cabelos sempre Rapunzel, cabeleira de fogo, fio grosso, dá mesmo pra fazer uma corda, mas agora eu queria mesmo era ser Aurora, espetar meu dedo e dormir, dormir, dormir... Mas, nem Bela, nem Rapunzel e muito menos Aurora.
Tenho tido tão pouco tempo que leitura é algo raro, ser intelectual então passa ao longe! Os cabelos nem mais de Rapunzel, ultimamente teimam em crescer em direção ao céu e Aurora? Quem me dera! Dormir é luxo!
Essa vida que me leva é de plebeia e os contos de fada hoje são contos de fardos!
domingo, 10 de junho de 2012
Por favor, não esperem tanto de mim!
O mal é esperar das pessoas aquilo que elas não têm nem mesmo capacidade de entender. O difícil é fazer-se entender pelo olhar, sem precisar gritar por socorro! Dói viver! Dói o acordar todos os dias e enfrentar a vida. Fazer tudo o que esperam de você, sem falhas.
Talvez seja essa a culpa, esperar que alguém veja, entenda que não é mais possível! Não é mais espontâneo o ser feliz! O riso já não está sempre pronto, tudo parece tão morto em algum lugar. É difícil entender-se só, difícil saber que a pessoa que os outros esperam não está mais em você. Que você faz um esforço imenso para não errar, mas que não consegue mais!
Não há fórmulas químicas, não há! Exercício infinito de acordar e procurar-se em algum lugar, procurar um motivo pra enfrentar, sorrir e distribuir sorrisos, quando a sua vontade e na verdade ficar ali, parada, trancada dentro de si, tentando reviver. Tentando viver sem dor!
Talvez deva fazer uma troca da culpa pela coragem e gritar aos berros toda dor, gritar os egoísmos com os quais convive, gritar pra si e por si:
Por favor, não esperem tanto de mim!
Talvez seja essa a culpa, esperar que alguém veja, entenda que não é mais possível! Não é mais espontâneo o ser feliz! O riso já não está sempre pronto, tudo parece tão morto em algum lugar. É difícil entender-se só, difícil saber que a pessoa que os outros esperam não está mais em você. Que você faz um esforço imenso para não errar, mas que não consegue mais!
Não há fórmulas químicas, não há! Exercício infinito de acordar e procurar-se em algum lugar, procurar um motivo pra enfrentar, sorrir e distribuir sorrisos, quando a sua vontade e na verdade ficar ali, parada, trancada dentro de si, tentando reviver. Tentando viver sem dor!
Talvez deva fazer uma troca da culpa pela coragem e gritar aos berros toda dor, gritar os egoísmos com os quais convive, gritar pra si e por si:
Por favor, não esperem tanto de mim!
sábado, 9 de junho de 2012
Melhor assim!
Alguém me disse outro dia que não sou uma feminista, sou uma lady. Não sei! Pensando bem, ladys não usam pantufas em formato de porcas, nem pijamas enormes, não andam descabeladas, não riem até chorar, não xingam... É certo que não falo gírias, sei bordar e fazer todo tipo de trabalho manual, sou dengosa e toda fresca. Mas, definitivamente sou opiniosa, teimosa, birrenta, dramática demais para uma lady.
Feminista? Claro que não! Jamais abriria mão de um lindo sutiã de renda, ganhar flores, bombons, pintar as unhas, usar saltos. Nem ligo que paguem toda conta, alias, acho ótimo. O que não gosto é de injustiça! Mas as regalias de ser mulher eu curto.
Lady ou feminista? Nem uma, nem outra, penso que sou um alien. Sempre acreditei que não sou desse mundo. Sou mulher, feminina até a raiz e forte o quanto é preciso. Não há moldes, não caibo em um conceito!
Melhor assim, conceito sobre pessoas parecem receitas de chá ruim!
Feminista? Claro que não! Jamais abriria mão de um lindo sutiã de renda, ganhar flores, bombons, pintar as unhas, usar saltos. Nem ligo que paguem toda conta, alias, acho ótimo. O que não gosto é de injustiça! Mas as regalias de ser mulher eu curto.
Lady ou feminista? Nem uma, nem outra, penso que sou um alien. Sempre acreditei que não sou desse mundo. Sou mulher, feminina até a raiz e forte o quanto é preciso. Não há moldes, não caibo em um conceito!
Melhor assim, conceito sobre pessoas parecem receitas de chá ruim!
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Tempo Sem Tempo (Mario Benedetti)
Preciso tempo necessito esse tempo
que outros deixam abandonado
por que lhes sobra ou já não sabem
o que fazer com ele
tempo
em branco
em vermelho
em verde
até castanho-escuro
não me importa a cor
cândido tempo
que eu possa abrir
e fechar
como uma porta
tempo para olhar uma árvore um farol
para andar pelo fio do descanso
para pensar que bom hoje não é inverno
para morrer um pouco
e nascer em seguida
e para me dar conta
e para me dar corda
preciso tempo o necessário para
chafurdar umas horas na vida
e para investigar por que estou triste
e acostumar-me ao meu esqueleto antigo
tempo para esconder-me no canto de algum galo
e para reaparecer em um relincho
e para estar em dia
e para estar na noite
tempo sem recato e sem relógio
vale dizer preciso
ou seja necessito
digamos me faz falta
tempo sem tempo
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Não cabe!
Compras!
Eu adoro e meu irmão é o companheiro ideal! Fomos às compras, ele é o chefe paga e eu a compradora, compro. Primeiro na floricultura, vasos, bambus, trepadeiras, palmeiras, algumas caixas de flores para jardim. Ele em volta, “é muito não cabe”. Eu: cabem, divisores e grama? Nem pensar muito pesado. Tudo bem muito pesado fica pra outra vez! Alguns vasinhos de parede, essenciais! Tudo bem estou contente, encerrei... Pode pagar.
Agora loja de departamento, ferramentas, precisamos de ferramentas para jardim, essa bandeja de vidro, o preço é bom! Um cobertor preciso de um. Esses vidros azuis para velas fazem um lindo efeito, vamos levar. Quantos? Huum... Pelo menos para dezesseis mesas. Feito.
Meu Deus falta à vela! Preciso comprar uma vela pra próxima festa, corrida por uma vela. Mais umas flores, dois vasos, vasinhos de madeira, baldinhos de metal, faltou o papel rococó.
Atacado de artigos para presentes, manter o foco! Vidros! Ah... Mas essa galinha é muito simpática, esse boneco de metal na bicicleta vai fazer um efeito lindo, e esse vaso? Podemos trocar esse horríveis fios dourados por falsos cristais. Esses galhos com pérolas estão divinos, bandejas de vidro, vamos levar! E os vidros? Quantos? São dezessete taças altas e dezessete médias. Umas velas, bomboneras ou bombonier... Ele, com um moletom no braço: Não cabe! Eu agarrada a uma galinha... cabee! Tudo bem acabei, estou cansada, com fome, pode pagar!
Todos na fila nos odeiam posso sentir! Três carrinhos e muitas caixas de vidros. Moço preciso de jornal, muito jornal, essas caixas não cabem no carro. Enrolar vidros com jornal é chato, os dedos ficam pretos, você toda fica preta!
Não quero amassar as flores tiro tudo do carro e coloco em volta, com todos os vidros por ali também. Os vasos de barro, bambus e outros arbustos, não... Ficam onde estão. Percebo que é a vingança das pessoas que estava na fila, passam, param e olham, com aquela cara “não cabe. Louca!”.
Lá vem meu irmão com a nota na mão, ainda espantado com o valor, vê aquilo tudo em volta do carro e me olha... Eu? Dou rizada, tanta, tanta, de escorrer lágrima... Finalmente ele ouve a frase que queria, entre gargalhadas, falo: “não cabe”!
Enfim, uma camada de arbustos rodeada de vasos de barro, uma camada de vidros envolvidos em jornal, uma camada de papelão coberto por caixas de muda de flores! Ficaram os vidros azuis, as bandejas de vidro, os galhos com pérola e um vaso enorme de vidro! Bandejas e vidros aos meus pés, sobre eles, entre eles, galhos em meio às folhas de bambu, as bandejas entre minhas pernas e o vaso no meu colo. Coube tudo! Até o motorista! E eu ainda consegui mover os olhos e a boca que teimava em rir sem parar!
Eu adoro e meu irmão é o companheiro ideal! Fomos às compras, ele é o chefe paga e eu a compradora, compro. Primeiro na floricultura, vasos, bambus, trepadeiras, palmeiras, algumas caixas de flores para jardim. Ele em volta, “é muito não cabe”. Eu: cabem, divisores e grama? Nem pensar muito pesado. Tudo bem muito pesado fica pra outra vez! Alguns vasinhos de parede, essenciais! Tudo bem estou contente, encerrei... Pode pagar.
Agora loja de departamento, ferramentas, precisamos de ferramentas para jardim, essa bandeja de vidro, o preço é bom! Um cobertor preciso de um. Esses vidros azuis para velas fazem um lindo efeito, vamos levar. Quantos? Huum... Pelo menos para dezesseis mesas. Feito.
Meu Deus falta à vela! Preciso comprar uma vela pra próxima festa, corrida por uma vela. Mais umas flores, dois vasos, vasinhos de madeira, baldinhos de metal, faltou o papel rococó.
Atacado de artigos para presentes, manter o foco! Vidros! Ah... Mas essa galinha é muito simpática, esse boneco de metal na bicicleta vai fazer um efeito lindo, e esse vaso? Podemos trocar esse horríveis fios dourados por falsos cristais. Esses galhos com pérolas estão divinos, bandejas de vidro, vamos levar! E os vidros? Quantos? São dezessete taças altas e dezessete médias. Umas velas, bomboneras ou bombonier... Ele, com um moletom no braço: Não cabe! Eu agarrada a uma galinha... cabee! Tudo bem acabei, estou cansada, com fome, pode pagar!
Todos na fila nos odeiam posso sentir! Três carrinhos e muitas caixas de vidros. Moço preciso de jornal, muito jornal, essas caixas não cabem no carro. Enrolar vidros com jornal é chato, os dedos ficam pretos, você toda fica preta!
Não quero amassar as flores tiro tudo do carro e coloco em volta, com todos os vidros por ali também. Os vasos de barro, bambus e outros arbustos, não... Ficam onde estão. Percebo que é a vingança das pessoas que estava na fila, passam, param e olham, com aquela cara “não cabe. Louca!”.
Lá vem meu irmão com a nota na mão, ainda espantado com o valor, vê aquilo tudo em volta do carro e me olha... Eu? Dou rizada, tanta, tanta, de escorrer lágrima... Finalmente ele ouve a frase que queria, entre gargalhadas, falo: “não cabe”!
Enfim, uma camada de arbustos rodeada de vasos de barro, uma camada de vidros envolvidos em jornal, uma camada de papelão coberto por caixas de muda de flores! Ficaram os vidros azuis, as bandejas de vidro, os galhos com pérola e um vaso enorme de vidro! Bandejas e vidros aos meus pés, sobre eles, entre eles, galhos em meio às folhas de bambu, as bandejas entre minhas pernas e o vaso no meu colo. Coube tudo! Até o motorista! E eu ainda consegui mover os olhos e a boca que teimava em rir sem parar!
terça-feira, 5 de junho de 2012
Insatisfação
Desejo não satisfeito se renova e torna-se intenso, denso, quase palpável. Vai e volta ao pensamento, sem controle, quando bem quer! Quando nos damos por conta, tá ali tomou conta!
Aquece, tempera, dá vida, acorda aquilo que fica adormecido, quietinho em estado latente! Espiando, esperando uma frestinha. Então escapa! Tantas e tantas vezes... É um desejar, aquecer, calar!
É bom saber-se vivo! Sentir-se não tão dono de si, ficar meio a mercê dos sentimentos. Faz bem saber-se humano incapaz do domínio absoluto de todo o seu ser. Satisfazer um desejo guardado, então, é como encontrar um baú com objetos sonhados! Os olhos mudam de cor quando de posse do que é desejado.
Enquanto isso, um bom vinho, uma linda musica e a imaginação flutuando...
Aquece, tempera, dá vida, acorda aquilo que fica adormecido, quietinho em estado latente! Espiando, esperando uma frestinha. Então escapa! Tantas e tantas vezes... É um desejar, aquecer, calar!
É bom saber-se vivo! Sentir-se não tão dono de si, ficar meio a mercê dos sentimentos. Faz bem saber-se humano incapaz do domínio absoluto de todo o seu ser. Satisfazer um desejo guardado, então, é como encontrar um baú com objetos sonhados! Os olhos mudam de cor quando de posse do que é desejado.
Enquanto isso, um bom vinho, uma linda musica e a imaginação flutuando...
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Banho
Água escorrendo morna pelo corpo quente
Um cheiro doce no ar
Sensação de carinho bom
Espuma no pé
Toalha macia
Com cheiro de sol
A mão desliza macia cremosa
E espalha a maciez
O espelho coberto de vapor
Tudo vê e nada revela
As últimas gotas nas pontas dos cabelos
Pingam uma a uma
Tudo é solidão e conforto.
Um cheiro doce no ar
Sensação de carinho bom
Espuma no pé
Toalha macia
Com cheiro de sol
A mão desliza macia cremosa
E espalha a maciez
O espelho coberto de vapor
Tudo vê e nada revela
As últimas gotas nas pontas dos cabelos
Pingam uma a uma
Tudo é solidão e conforto.
domingo, 20 de maio de 2012
Talento Divino!
Amar o semelhante não é fácil. Deus, acredito, não tinha noção do quão difícil é amar o próximo o qual nem sempre é realmente semelhante. Difícil amar, compreender, perdoar... Exige um dom quase divino. A cada vez que se convive e se conhece mais pessoas, tende-se a uma decepção. A culpa talvez seja das expectativas que se cria ao conhecer uma pessoa e da verdade absoluta de que emitimos julgamentos do outro de acordo com aquilo que somos.
Não é nada fácil perceber que nem todos são realmente verdadeiros, que o sentimento de amizade pode não ser de ambas as partes, que as pessoas não medem o que falam e que mais cedo ou mais tarde suas expectativas serão frustradas e você vai sofrer.
É um exercício árduo ficar o tempo todo, buscando motivos para acreditar no ser humano, procurando qualidades no meio de tantos defeitos e ainda esquecer e curar cada mágoa sofrida nessa tentativa de amar ao próximo.
O que salva a incredulidade total é que existe uma minoria, que vive sua vida de uma forma linda e passa pelo mundo muitas vezes sem deixar marcas, mas se observadas a fundo, percebe-se o quanto são amorosas e cuidadosas em tudo o que fazem! Ainda existe pureza, caráter e verdade em alguns.
Eu? Estou longe da perfeição, mas levo a sério o exercício de “ser” humano! Dedico-me ao que faço, e faço com amor. Só chamo de amigos aqueles a quem realmente dedico sentimentos verdadeiros de amizade! Jamais guardo sentimentos ruins, eles não têm lugar em minha vida. Tento não prejudicar o mundo e ninguém que viva nele. Mas, amar ao todos os semelhantes... Ainda não desenvolvi esse talento divino!
sábado, 12 de maio de 2012
Preguiça
Tenho tanto trabalho... Mas, me deu uma preguiça criativa. Meu corpo não me obedece é quer vagar por ai com a minha mente. Um lindo dia de outono com um sol brilhante, folhas cor de ferrugem, um vento zombeteiro que avisa a chegada do inverno.
Vontade de deitar no sol e ficar assim, vagando entre o sono e a imaginação, sem pressa espiando aqui e ali só por uma frestinha dos olhos. Uma trégua na minha costumeira pressa!
Estou aqui às voltas, com pérolas, fitas, rendas e tules e vontade nenhuma pra juntar tudo isso em pontos e transformar em uma coisa só! Meus olhos fogem a cada segundo pra janela ao lado e me percebo olhando as flores secas em um tom telha, que balançam lindamente ao sol!
E o meu corpo que serve mesmo é pra levar minha mente por ai a passear, hoje pede trégua!
Grita! Não crie mais nada, uma coisinha sequer, fique ai a olhar o vento porque hoje, quem viaja sou eu!
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Meu presente!
Eu queria ser original hoje; Ser mestre em juntar palavras e fazer um poema só teu. desde o titulo;
"Patricia"
Um poema para maiores. [ Não de idade, mas de gosto; ]
Um poema em 3D. [ para o sapo não poder lêr ]
Um poema limpo. [ para o Tandi não repreender ]
Um poema com classe [ para a Sara gostar ]
Um poema pequeno [ para o Gustavo entalhar ]
Um poema ilustrado [ Para a Mel pintar ]
...Só um poema que me coubesse junto;
Parabéns super Tita ! Feliz Aniversário ! Teu fan e amigo. J.
“Seduce me. Write letters to me. And poems, I love poems. Ravish me with your words. Seduce me.” –Anne Boleyn
"Patricia"
Um poema para maiores. [ Não de idade, mas de gosto; ]
Um poema em 3D. [ para o sapo não poder lêr ]
Um poema limpo. [ para o Tandi não repreender ]
Um poema com classe [ para a Sara gostar ]
Um poema pequeno [ para o Gustavo entalhar ]
Um poema ilustrado [ Para a Mel pintar ]
...Só um poema que me coubesse junto;
Parabéns super Tita ! Feliz Aniversário ! Teu fan e amigo. J.
“Seduce me. Write letters to me. And poems, I love poems. Ravish me with your words. Seduce me.” –Anne Boleyn
domingo, 6 de maio de 2012
Fases como as da lua.
Inspiração...
Ela vem pra mim de maneira inesperada suavemente como uma brisa morna, pode vir em forma de fita, um botão, uma gravura, uma antiga foto, uma lembrança boa, um aroma, um sentimento... Vem sempre do que é mais simples! E, quando vai embora, sai como ventania, sem despedidas, rápida, sem chances de ser pega de volta.
As janelas e o que vejo através dela, sempre me levam a lugares desconhecidos ou a revisitar algum que já conheça. Também me faz rever pessoas e reviver momentos. Nesse momento minha janela está fechada, cerrada as imagens reais, mas posso sentir o brilho intenso da lua lá fora, e sem olhar vejo a beleza da ilha verde, nesse momento, desenhada por negras sombras banhadas pelo luar.
Tenho andado quieta, calada, o sorriso mais raro, num isolamento necessário para organizar a dor, aprendendo a não sobrecarregar tanto meu coração, para poder observar a dor alheia sem sofrer junto, evitar pensar no que poderá... no que será, não me importar tanto com o instável, não estar tão atenta a saudade do que já não volta...
Só. É assim que me sinto, mas sem o sentimento devastador da solidão e sim com a suave oportunidade de me espiar e ter prazer em ver o quanto mudei! Mudar, maturar, dói! Dói muito! E muitos não entendem, não entendem porque era cômodo à vida deles a maneira como era. Não entendem, porque na verdade não querem que mude, causa estranheza viver com o novo.
Mas há horas em que é preciso cerrar as janelas, organizar sua dor, se desvencilhar de pessoas que só estão ali por estar, de sentimentos que te ocupam e que você nem quer. Amanhã quem sabe possa abrir as janelas e ver o real, me vestir como quero escolher qual sentimento irei exibir nesse dia e me adornar com os velhos sorrisos fáceis e com a velha alegria. E buscar lá no lugar mais escondido o velho dom... O dom de ser feliz!
Ela vem pra mim de maneira inesperada suavemente como uma brisa morna, pode vir em forma de fita, um botão, uma gravura, uma antiga foto, uma lembrança boa, um aroma, um sentimento... Vem sempre do que é mais simples! E, quando vai embora, sai como ventania, sem despedidas, rápida, sem chances de ser pega de volta.
As janelas e o que vejo através dela, sempre me levam a lugares desconhecidos ou a revisitar algum que já conheça. Também me faz rever pessoas e reviver momentos. Nesse momento minha janela está fechada, cerrada as imagens reais, mas posso sentir o brilho intenso da lua lá fora, e sem olhar vejo a beleza da ilha verde, nesse momento, desenhada por negras sombras banhadas pelo luar.
Tenho andado quieta, calada, o sorriso mais raro, num isolamento necessário para organizar a dor, aprendendo a não sobrecarregar tanto meu coração, para poder observar a dor alheia sem sofrer junto, evitar pensar no que poderá... no que será, não me importar tanto com o instável, não estar tão atenta a saudade do que já não volta...
Só. É assim que me sinto, mas sem o sentimento devastador da solidão e sim com a suave oportunidade de me espiar e ter prazer em ver o quanto mudei! Mudar, maturar, dói! Dói muito! E muitos não entendem, não entendem porque era cômodo à vida deles a maneira como era. Não entendem, porque na verdade não querem que mude, causa estranheza viver com o novo.
Mas há horas em que é preciso cerrar as janelas, organizar sua dor, se desvencilhar de pessoas que só estão ali por estar, de sentimentos que te ocupam e que você nem quer. Amanhã quem sabe possa abrir as janelas e ver o real, me vestir como quero escolher qual sentimento irei exibir nesse dia e me adornar com os velhos sorrisos fáceis e com a velha alegria. E buscar lá no lugar mais escondido o velho dom... O dom de ser feliz!
terça-feira, 1 de maio de 2012
Rúbia
Rubia, rubro, vermelho, intenso... Minha avó, vó Rubia, apesar do nome não era uma mulher exótica, sofisticada. Era lutadora, forte e de uma alegria inabalável. Trabalhava duro, lavando roupa pra ganhar uns trocados, lavava inclusive lã de carneiro, e colocava cada fiapo branquinho a secar na cerca de arame, os fiapos unidos viravam “acolchoados” quentinhos.
Na minha memória, apesar de ouvir falar de sua personalidade forte, não tem uma só frase ríspida, dela tive abraços, beijos no rosto, deliciosos sequilhos, merengues e puxa-puxa. Lembro-me do seu casaco nude com listras marrons de tricô, de seus tricô em ponto folha, que me impressionavam. Com ela aprendi a fazer cestos de palha, coisa que esqueci. Meu cesto nunca passou de uma rodinha.
Também não sei mais cantar os lindos hinos que ela cantava lindamente com suas irmãs, Ruthe, Ana e Rosa. Ruthe era o seu reflexo, como ter duas avós, eram gêmeas idênticas. Um tempo lindo e mágico eu vivi naquela casa, sempre cheia de gente. Muito humilde, onde nunca faltou hospitalidade e alegria.
Da D. Rúbia herdei a força, a vaidade e a facilidade para o riso e também a facilidade de trocar o nome das pessoas. E, apesar de não cantar de não frequentar a igreja eu aprendi com ela o valor da fé!
Dizem que encontramos as pessoas que não estão mais aqui nos sonhos, então, encontrei minha avó e um passado tão feliz, tudo num momento só! Se o sonho é ou não um ponto de encontro? Não sei, mas, é uma bela forma de diminuir a saudade e de manter sempre vivas na lembrança pessoas que foram tão importantes para sermos nós mesmos!
Inquietude
De onde estou vejo as árvores balançar ao vento e aqui deitada em uma espiadela que o sol dá em minha cama, penso na vida. As árvores crescem por todo o sempre. Continuam durante todo o seu viver a subir cada vez mais alto, espalhar seus ramos, renovar suas folhas, reconstruir aquilo que o vento, a tempestade, a vida, lhe arranca.
Penso que também crescemos a vida toda, só que sem saber pra onde, com o tempo vamos mudando pra melhor, pra pior, mas jamais ficamos parados. Mudamos tão devagar que nem sempre percebemos. Também vamos repondo aquilo que o tempo ou a vida nos arranca, vamos substituindo pelo que também nos agregam.
O tempo tem pressa e nessa pressa tudo muda devagar é como se a vida girasse ao contrário do relógio, a vida tem sua própria contagem de tempo, horas é rápida demais, horas devagar, horas fica parada... Por isso viver às vezes é tão doloroso e ao mesmo tempo nos agarramos a vida com tanta intensidade. Porque viver é bom! É bom ficar assim, deitada na espiadela do sol vendo as árvores crescer. É bom esperar as surpresas do outro dia. Não saber traz uma sensação de infinitude!
Mesmo que o sol tenha cansado de espiar e nesse momento a cor cinza predomine os tons, as árvores lá fora continuam a crescer e sempre posso me aquecer de outra forma.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
invernar!
A aproximação do inverno me dá aquela sensação chatinha de abandono. Os dias mais curtos e a noites longas, a falta do sol, o tom acinzentado que toma conta de tudo... E mais que tudo, o frio! O frio me tira a vontade, carrega minha alegria.
Mas eu confesso que o inverno e seus tons tristes tem certo charme, alertam outros sentidos, gosto dos sabores e dos aromas do inverno. A comidinha caseira, o café da tarde com a família, uma xícara de chá bem quentinho, o cheiro de sol de um pijama limpo.
O inverno na ilha verde é ainda mais inverno, as árvores sem folhas, o som do vento assombrando os galhos, o ruído glacial da água do riacho e o silêncio das manhãs! De feliz tem os rolos de fumaça da outra casa da ilha e o saber que lá tem o crepitar da lenha queimando no fogo, um calor bom e algo perfumado cozinhando ou assando.
Na ilha verde, na casa amarela cada estação é um poema!
sábado, 21 de abril de 2012
Educação levada a sério!
Não é uma nova greve, na verdade é continuação, foi uma trégua para que ambos os lados refletissem e recuperassem o folego. Enquanto os professores se lamentavam pelos corredores da escola, se desdobravam para repor as aulas, ficavam procurando culpados pelo insucesso da greve até então, o governo trocou seu secretário, circulou “por toda santa Catarina”, fez um pequeno agrado aos ACTs, elo mais fraco da corrente. Conseguiu elaborar outra tabela tão absurda aos meus olhos quanto a outra, mas que aos olhos dos leigos e até dos não tão leigos, parece uma bela tabela. Quase ia esquecendo-me do parcelamento, proposta mais que indecente ridícula. Não acredito que o secretário de educação e o governador acreditavam que iríamos aceitar!
Minha intenção era não escrever mais sobre greve, não me envolver tão profundamente, me manter o mais afastado possível! Mas, me deparo primeiro com um vídeo do youTube, do nosso secretário de educação falando sobre a decisão dos professores entrarem em greve. Juro, que ao ouvi-lo falando que a proposta era muito boa e que não entendia o que os professores estavam querendo, me lembrei de uma peça de teatro onde a personagem favelada contava que o filho não se contentava em só comer cream cracker queria margarina também! Nas entrelinhas parecia dizer que nós já ganhávamos muito, que era incompreensível que exigíssemos o cumprimento da lei. Resisti indignada, confesso.
Hoje, resolvo dar uma espiada na coluna do Moacir e me deparo com a seguinte manchete: “Conselho estadual é contra a greve do magistério”, tudo bem, sou da opinião que greve é um direito e pode-se ser a favor ou contra, mas argumentação é fundamental! Não acredito até agora nos argumentos em que se fundamenta o conselho. Não acredito no texto que li!
Não é verdade que a greve prejudicou os estudantes, o que realmente prejudicou foi o descaso total com que vem sendo tratada a educação. Não é verdade que os governantes se preocupam com o magistério, querem é nos manter calados para que não atrapalhemos suas intenções eleitoreiras. Todos perderam com a greve? Verdade! Mas ela podia ter sido evitada se tivéssemos gestores competentes. E outra vez podia ter sido evitada, parcelar uma divida a partir da metade do próximo ano? Por favor, não façam piada! Educação é pra ser levado a sério!
Na minha escola somente quatro ACts e um efetivo não aderiram a greve e os alunos dessa vez estão conosco! Alunos que nesta eleição votam! Continuar a greve não é o melhor caminho? Talvez! Mas foi o mais digno que nos foi oferecido.
Minha intenção era não escrever mais sobre greve, não me envolver tão profundamente, me manter o mais afastado possível! Mas, me deparo primeiro com um vídeo do youTube, do nosso secretário de educação falando sobre a decisão dos professores entrarem em greve. Juro, que ao ouvi-lo falando que a proposta era muito boa e que não entendia o que os professores estavam querendo, me lembrei de uma peça de teatro onde a personagem favelada contava que o filho não se contentava em só comer cream cracker queria margarina também! Nas entrelinhas parecia dizer que nós já ganhávamos muito, que era incompreensível que exigíssemos o cumprimento da lei. Resisti indignada, confesso.
Hoje, resolvo dar uma espiada na coluna do Moacir e me deparo com a seguinte manchete: “Conselho estadual é contra a greve do magistério”, tudo bem, sou da opinião que greve é um direito e pode-se ser a favor ou contra, mas argumentação é fundamental! Não acredito até agora nos argumentos em que se fundamenta o conselho. Não acredito no texto que li!
Não é verdade que a greve prejudicou os estudantes, o que realmente prejudicou foi o descaso total com que vem sendo tratada a educação. Não é verdade que os governantes se preocupam com o magistério, querem é nos manter calados para que não atrapalhemos suas intenções eleitoreiras. Todos perderam com a greve? Verdade! Mas ela podia ter sido evitada se tivéssemos gestores competentes. E outra vez podia ter sido evitada, parcelar uma divida a partir da metade do próximo ano? Por favor, não façam piada! Educação é pra ser levado a sério!
Na minha escola somente quatro ACts e um efetivo não aderiram a greve e os alunos dessa vez estão conosco! Alunos que nesta eleição votam! Continuar a greve não é o melhor caminho? Talvez! Mas foi o mais digno que nos foi oferecido.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
É possível dar risada!
Resolvi escrever o lado engraçado da greve! Apesar de ser uma situação dramática, como tudo, tem de onde tirar graça. A ida para assembleia foi cansativa, demorada, não sei por que a cada assembleia parece que aquela ilha fica mais distante.
A assembleia foi tensa, confusa, uma mistura de desilusão, cansaço e indignação. Dava pra sentir e quase pegar com as mãos os sentimentos negativos que pairavam pelo ar. Muitos discursos inflamados, outros sem conteúdo nem fundamentação. Enfim, tudo como sempre. Na passeata, não houve música, nem muitos gritos de comando, só pessoas cansadas, desiludidas e muito, muito revoltadas com a situação e com o descaso com que tem sido tratada a classe dos professores.
Mas o que quero escrever é sobre a volta. Não voltei no ônibus com o restante dos colegas, vim de carro com meu irmão e outros dois sindicalistas. Um deles eu conheci ali na passeata, minutos antes de entrar no carro pra vir pra casa. Não me lembro de termos sido apresentados, por isso, não sei seu nome. O que sei que ele foi à figura mais hilária que conheci nos últimos tempos.
Pra iniciar uma conversa, do tipo “vamos ser amigos” ele resolveu contar, em detalhes, como “torceu” o testículo durante o banho. Não contente e nada constrangido, contou todo o tratamento, as massagens do médico e as sensações!
A certa altura de toda a louca conversa, bateu no meu ombro e perguntou: “Já te contei de quando fiz meu primeiro espermograma?”... Mas hein?! ... Era a primeira vez que me via, não sabia e não sabe meu nome, com eu haveria de saber sobre seu espermograma? Pois ele contou, tudo! Desde a sala de espera, as atendentes, o enfermeiro, a decoração da sala, o tamanho do pote (que ele jura ser impossível de encher, e que teve a tentação de completar com cuspe), e ainda, todo o trauma que isso lhe causou. Contou ele, que ao entregar o pote a um enfermeiro enorme, este olhou pra ele docemente e falou: “Huum quentinho”... Isso interferiu por semanas na vida sexual do maluco!
E depois de toda essa conversa, nada adequada para “meninas”, ele me convidou pra qualquer dia desses tomar alguma coisa no boteco do Tião. Foi a viajem mais rápida de volta que já fiz, ainda me vem um sorriso quando lembro, se não estivesse com meu irmão, juraria que é um personagem da minha louca imaginação.
Como minha memória não é das melhores, não me lembro muito bem da fisionomia, então, na próxima assembleia vou bater no ombro dele e perguntar; “ Oi! você é o menino do espermograma?”
A assembleia foi tensa, confusa, uma mistura de desilusão, cansaço e indignação. Dava pra sentir e quase pegar com as mãos os sentimentos negativos que pairavam pelo ar. Muitos discursos inflamados, outros sem conteúdo nem fundamentação. Enfim, tudo como sempre. Na passeata, não houve música, nem muitos gritos de comando, só pessoas cansadas, desiludidas e muito, muito revoltadas com a situação e com o descaso com que tem sido tratada a classe dos professores.
Mas o que quero escrever é sobre a volta. Não voltei no ônibus com o restante dos colegas, vim de carro com meu irmão e outros dois sindicalistas. Um deles eu conheci ali na passeata, minutos antes de entrar no carro pra vir pra casa. Não me lembro de termos sido apresentados, por isso, não sei seu nome. O que sei que ele foi à figura mais hilária que conheci nos últimos tempos.
Pra iniciar uma conversa, do tipo “vamos ser amigos” ele resolveu contar, em detalhes, como “torceu” o testículo durante o banho. Não contente e nada constrangido, contou todo o tratamento, as massagens do médico e as sensações!
A certa altura de toda a louca conversa, bateu no meu ombro e perguntou: “Já te contei de quando fiz meu primeiro espermograma?”... Mas hein?! ... Era a primeira vez que me via, não sabia e não sabe meu nome, com eu haveria de saber sobre seu espermograma? Pois ele contou, tudo! Desde a sala de espera, as atendentes, o enfermeiro, a decoração da sala, o tamanho do pote (que ele jura ser impossível de encher, e que teve a tentação de completar com cuspe), e ainda, todo o trauma que isso lhe causou. Contou ele, que ao entregar o pote a um enfermeiro enorme, este olhou pra ele docemente e falou: “Huum quentinho”... Isso interferiu por semanas na vida sexual do maluco!
E depois de toda essa conversa, nada adequada para “meninas”, ele me convidou pra qualquer dia desses tomar alguma coisa no boteco do Tião. Foi a viajem mais rápida de volta que já fiz, ainda me vem um sorriso quando lembro, se não estivesse com meu irmão, juraria que é um personagem da minha louca imaginação.
Como minha memória não é das melhores, não me lembro muito bem da fisionomia, então, na próxima assembleia vou bater no ombro dele e perguntar; “ Oi! você é o menino do espermograma?”
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